Desde o início de maio, estudantes assistidos pela Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS/DAC) estão recebendo auxílio emergencial voltado à alimentação. O recurso financeiro foi disponibilizado como alternativa aos discentes com dificuldades para se deslocar até o Restaurante Universitário (RU), durante o isolamento social, adotado como medida de contenção do contágio do novo coronavírus. A conquista é fruto da integração entre estudantes, técnicos e gestores da administração superior.
Desde a suspensão das atividades presenciais na UnB, o Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) vem realizando série de ações para atender à comunidade acadêmica. As iniciativas englobam também atividades de cuidado psicossocial – planejado pela Diretoria de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu/DAC).
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“Mais uma vez, a UnB reafirma o princípio democrático de que as universidades são para todos/todas. Cuidar dos/das estudantes vulneráveis que adquiriram legitimamente o direito a terem uma profissão de excelência, em tempos de crise, é respeitar o direito de todos/todas”, destaca o decano de Assuntos Comunitários, Ileno Izidio.
Inicialmente, foram estipuladas 2.150 bolsas de auxílio emergencial no valor de 465 reais, durante dois meses. Ao final da análise dos casos, o benefício foi ampliado para 3.326 bolsas. São contemplados estudantes em extrema vulnerabilidade. O DAC ainda conseguiu, junto a administração superior, duplicar para 50 o número de bolsas emergenciais.
Paralelamente a estas ações, a Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS/DAC), fez levantamento com os estudantes oriundos de outros estados se havia interesse em retornar a suas casas durante o período de isolamento social.
Segundo a diretora da DDS, Maria do Socorro Gomes, 52 estudantes confirmaram interesse no recurso. Até o momento, 34 serão contemplados com apoio para o deslocamento.
"Os relatos dos estudantes naturalmente ajudaram a administração a entender a extensão dos efeitos produzidos pela situação que estamos atravessando, porém a dedicação do DAC e da Reitoria não é resultante apenas da magnitude dos problemas experimentados agora, e sim do compromisso da administração superior com a Assistência Estudantil, entendendo-a não como assistencialismo, mas como uma dimensão estruturante da política inclusiva de acesso e permanência que a UnB adotou e que é um compromisso da gestão", ressalta o chefe de gabinete da Reitoria, Paulo César Marques.
RETORNO – A DDS recebeu diversas manifestações de agradecimento dos discentes. Segundo eles, este recurso ajudará a suprir necessidades básicas de alimentação. “O que mais chama a atenção é o grau de vulnerabilidade destes estudantes, são pessoas que até pouco tempo não tinham acesso à universidade e isso nos deixou muito sensibilizados, apontando a necessidade de a gente ter, de fato, mais recursos garantidos para o atendimento dessa população”, afirma Maria do Socorro Gomes.
O estudante do Centro de Excelência em Turismo (CET) Juan Martín Abeledo relata que, durante o período de espera, contou com apoio de colegas na mesma situação que a dele. “Eu tinha apenas R$ 50 quando as medidas de isolamento social começaram. Agora vou ter o suficiente para fazer uma despensa mínima”, declara.
Envolvido com o movimento estudantil, o estudante de Geografia, Bruno Kaito esteve comprometido com a representação dos estudantes para a construção do edital de auxílio alimentação emergencial. Segundo ele, o momento foi oportuno para reavaliar as políticas de assistência da Universidade.
“O edital foi construído ao passo que a articulação estudantil continuou participando. O grupo de trabalho criado esteve a todo o vapor para empenhar os melhores critérios e as melhores formas de pensar a distribuição desse auxílio, e a DDS trabalhou intensamente com a abertura de canais virtuais e atendimento via e-mail”, detalha Kaito.
“A própria DDS abriu um canal de escuta, paralelo ao nosso, com assistentes sociais dispostos a tirar dúvidas dos estudantes e fazer atendimentos mais genéricos que surgiam”, ressalta.
Para a estudante de Serviço Social e coordenadora da pasta de Assistência Estudantil do Diretório Acadêmico Estudantil (DCE), Gardênia Alves, os trâmites foram mais rápidos do que o habitual. Para ela, isso decorre da organização estudantil diante da urgência imposta pelas medidas de isolamento social. “Esse processo nos mostrou o quanto é importante a organização estudantil”, aponta.
Os diálogos foram feitos em modo remoto, por meio de videoconferência e aplicativos de mensagens instantâneas, pelos quais os gestores tiveram a oportunidade de acompanhar mais de 600 estudantes. “Uma das prioridades desde que assumi o Decanato é envolver os estudantes nas decisões, reivindicações das políticas e destinação de recursos e mesmo nas mudanças de critérios”, ressalta o decano Ileno Izídio.
*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB.
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