A DOR DE TODOS NÓS

Evento visitou a Universidade em período de novas interdições por instabilidade em Mariana, Minas Gerais

O projeto da exposição Atingidas Costurando Direitos manifesta problemas de forma lúdica, por meio da arte. Imagem: Reprodução/UnBTV

 

A Universidade de Brasília recebeu a exposição Atingidas Costurando Direitos, em novembro. Organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a mostra ocorreu no ICC Norte, campus Darcy Ribeiro. Aberto ao público em geral, o evento incluiu oficinas e atividades culturais que buscam construir reflexões acerca de tragédias como os deslizamentos das barragens de Brumadinho e de Mariana (MG).

 

O evento chegou à UnB no mesmo período em que nova barragem foi interditada na cidade de Mariana. Destaque da programação foi a exposição de peças produzidas com a técnica arpillera, criada na Isla Negra, no litoral do Chile. Trata-se de peças têxteis compostas por retalhos bordados por grupos de mulheres, que visam denunciar violações de direitos. No caso da mostra Atingidas Costurando Direitos, o foco está nos territórios atingidos por barragens e pelas mudanças climáticas.

 

“Retratamos em nossa arpillera a dor vivida até hoje em Brumadinho, o rompimento criminoso da barragem de rejeitos da empresa Vale, que carrega em seu histórico diversas outras violações e violências socioambientais contra os territórios e seus povos”, relata Joelma Oliveira, participante do MAB.

 

A atuação do MAB vai além do drama das pessoas afetadas pelos represamentos e acolhe outras demandas de afligidos por organizações violadoras de direitos humanos em busca da exploração de bens naturais. É o caso de Maria Pompeu, uma das militantes do movimento.

 

“Sou da região oeste da Bahia, que faz parte do Matopiba [região de forte expansão agrícola composta pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia]. Lá sofremos muito com as grilagens de terra, com a violência da pistolagem no campo, uso excessivo de venenos, etc.. Tudo em prol de um crescimento econômico que exclui o povo”, detalha.

 

Nesta semana, está em evidência o avanço do afundamento de bairros em Maceió, Alagoas, devido à ostensiva atividade de mineração realizada há anos na região. Mais de 14 mil imóveis já foram desocupados ali desde 2018, início do colapso. A UnB produz pesquisa sobre o caso.

 

Confira mais detalhes da atividade na matéria realizada pela UnBTV:

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