Com debates sobre a área aeroagrícola, a Universidade de Brasília sediou o primeiro Fórum Nacional de Aviação Agrícola no Planalto Central (Fonavagri). O evento, promovido pela Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV), ocorreu nesta quarta-feira (6), no auditório Roberto Salmeron na Faculdade de Tecnologia (FT), campus Darcy Ribeiro, Asa Norte.
A aviação agrícola surgiu em 1947 no Brasil, e utiliza aeronaves para pulverizar plantações, alcançando grandes áreas e combatendo as pragas nos campos de cultivo. De acordo com dados do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), o país possui a segunda maior frota aeroagrícola do mundo, e está presente em 24 estados da Federação.
Ao longo da apresentação Visão Sistêmica do Setor Aeroagrícola e seus Impactos nas Questões Econômicas e Políticas, o diretor operacional do Sindag, Cláudio Júnior Oliveira, destacou: “o agro está em tudo que vivemos, no café que consumimos ou no arroz, feijão, mandioca, batata. Desse modo, a dependência da aplicação aérea no Brasil é extremamente significativa”.
Oliveira também destacou vantagens tecnológicas da aviação agrícola, como: velocidade, especificidade e segurança. ”Quando temos uma cana-de-açúcar, que é uma cultura alta e fechada, não existe outra forma de aplicar senão por aviões agrícolas”, explica.
AGRICULTURA EM DIÁLOGO – Para debater a temática aeroagrícola, foi realizada mesa-redonda com o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Distrito Federal (Senar/DF), Eduardo Schulter; a superintendente de pessoal da Aviação Civil (Anac), Mariana Altoé; a coordenadora do Sindag e Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag), Cléria Mossmann; o diretor-executivo do Sindag e Ibravag, Gabriel Colle; o diretor-técnico adjunto da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Maciel Silva; o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa; o especialista em regulação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Fabio Fagundes; e o tenente-coronel Carlos Henrique Baldin.
Segundo o diretor-executivo da Aprosoja, o papel da Universidade é aproximar-se de todos os setores e organizar debates, como aquele, que apresentam aos discentes uma variedade de temáticas a respeito do futuro da profissão que almejam seguir.
“A aviação agrícola e a agricultura brasileira são questões imbricadas. Não existe hoje e nem futuro da agricultura brasileira sem a aviação agrícola. Tenho certeza de que o mundo evolui a partir de ideias, que permitem um ganho, evolução, disrupção e que resultam em um benefício para a humanidade, assim foi com a aviação agrícola. Alguém teve a ideia de unir o avião à defesa vegetal, e construir um futuro promissor”, ressaltou Fabrício Rosa.
Falando sobre temas variados, Rosa citou alguns dos desafios enfrentados pela aviação agrícola: a produção de boas práticas, o treinamento e a regulação do setor. “Recentemente fizemos esse enfrentamento do debate sobre pesticidas, dentro do parlamento brasileiro, e a ciência venceu. Aprovamos um novo PL [projeto de lei] de pesticidas, que moderniza a legislação dos defensivos agrícolas”, apontou, como uma das conquistas que beneficiam a aviação agrícola.
Ao final da mesa redonda, a vice-diretora da FAV, professora Maísa Joaquim, convidou os representantes das instituições parceiras do evento para assinarem, em conjunto, uma carta de intenções de desenvolvimento de pesquisas nas áreas presentes nas atividades aeroagrícolas.
*estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.