Nesta terça-feira (7), último dia do XXII Encontro de Reitores do Grupo Tordesilhas, a Universidade do Minho, em Portugal, assumiu a presidência do grupo, ocupada pela Universidade de Brasília no mandato 2022/2023. Durante a tarde, ocorreram a Assembleia Geral; o ingresso da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) no grupo; a apresentação dos colégios doutorais; e a conferência da reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Goulart, sobre Universidades, desenvolvimento socioeconômico e Internacionalização.
“Ocupar a presidência do Grupo Tordesilhas representou uma oportunidade para o fortalecimento da internacionalização da UnB, além de ser uma honra trabalhar com Portugal e Espanha. Sabemos que juntos, em rede, somos mais efetivos. Temos enormes desafios humanitários para dar conta. Um deles é combater a fome no mundo”, disse a reitora Márcia Abrahão.
O vice-reitor Enrique Huelva avalia que a UnB desempenhou papel de liderança na elaboração de novas propostas para políticas de internacionalização da ciência, tecnologia e formação em nível de pós-graduação. "Fortalecemos o trabalho dos Colégios Doutorais, que conseguiram se consolidar como redes de cooperação científica internacional com potencial para captar recursos financeiros de grande porte."
Huelva destacou a presença dos gestores da Capes, da FAPDF e do CNPq durante o encontro, "visando à elaboração de novas estratégias de cooperação entre as instituições e os pesquisadores dos três países". Além disso, para ele, o ano em que a UnB presidiu o Grupo Tordesilhas aumentou significativamente a visibilidade internacional da instituição.
CONFERÊNCIA – No encerramento, a reitora da UFMG, Sandra Goulart, iniciou a palestra Universidades, desenvolvimento socioeconômico e Internacionalização homenageando Darcy Ribeiro e falou sobre os conceitos de universidade como ente público, compreendidos pela Unesco e reiterados na III Conferência Regional de Educação Superior (2018) e na III Conferência Mundial de Educação Superior (2022): educação superior como bem público social e não como mercadoria, direito de todas e todos e dever do Estado.
Outro ponto de destaque da fala de Sandra Goulart foi a extensão universitária como agente transformador. “As universidades não só produzem conhecimento, por meio das extensões, junto das comunidades e dos movimentos sociais. As universidades interagem com outros saberes que não são da academia e que contribuem para uma sociedade de conhecimento”, disse.
“Trabalhamos em estreita colaboração com as comunidades locais para enfrentar desafios específicos na saúde, educação e desenvolvimento econômico que melhoram o padrão de vida e as perspectivas econômicas dessas comunidades”, completou a reitora da UFMG.
COLÉGIOS – Foram apresentados os relatórios das atividades realizadas por cinco dos nove Colégios Doutorais (CDTs) do Grupo Tordesilhas – como eventos científicos, publicações e uso dos recursos – e também foram estabelecidas as diretrizes para ações futuras de cada colégio. A docente da Universidad Miguel Hernández de Elche (Espanha) María Pastor falou sobre o CDT Saúde Pública e História da Ciência. Na sequência, o CDT Linguagens, Sociedades e Culturas foi apresentado pelas docentes da Universidade Presbiteriana Mackenzie Ana Lúcia Trevisan e Regina Pires de Brito.
Em seguida, a docente da UnB Wilsa Ramos contou quais os resultados do CDT em Psicologia da Educação. Já as atividades do CDT em Enfermagem foram mostradas pela docente da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Teresa Tonini. Por fim, o docente da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Pedro Augusto de Paula Nascente enumerou as ações do CDT em Ciência e Engenharia de Materiais.
TORDESILHAS – O Grupo Tordesilhas foi criado por Brasil, Portugal e Espanha, a partir da celebração do I Encontro de Reitores das Universidades do Brasil, Espanha e Portugal, realizado no ano de 2000, na Casa do Tratado, local onde foi firmado o histórico Tratado de Tordesilhas, em 1494. Atualmente, 56 instituições fazem parte do grupo, já incluindo a UFSM.
O objetivo é incentivar redes que estimulem a mobilidade de pesquisadores e deem lugar à realização de projetos de valor estratégico, orientados aos problemas que afetam e influenciam o progresso da comunidade ibero-brasileira. Para isso, a rede funciona por meio dos colégios doutorais que trabalham em busca de oportunidades de financiamento para suas pesquisas, trocam experiências e fortalecem suas cooperações científicas.