O Conselho de Administração (CAD) da Universidade de Brasília, reunido nesta quinta-feira (6), aprovou o regimento da Auditoria Interna da instituição e a indicação de um novo chefe para o setor. O escolhido é o professor Abimael Barros Costa, da Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas (Face). A indicação ainda precisa ser aprovada pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU).
A definição de um regimento para a Auditoria é determinação legal e uma exigência de órgãos de controle. “Procuramos usar as mesmas palavras que estão nos normativos legais, que discorrem sobre a abrangência da atuação de uma auditoria interna governamental”, contextualizou a reitora Márcia Abrahão. O parecer, favorável à minuta apresentada, foi feito pelo diretor da Faculdade UnB Planaltina, Marcelo Bizerril.
O atual chefe da Auditoria, Thiago Sardinha, pediu exoneração do cargo em maio, por motivos de saúde. Abimael Costa tem formação acadêmica e ampla experiência profissional na área de controle e auditoria, tendo sido responsável pelo setor junto ao Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe).
“O indicado, além de ter significativa experiência na área de auditoria, acumula robusta atuação como docente, em atividades de ensino, pesquisa e extensão”, destacou o diretor da Face, Eduardo Tadeu Vieira, que fez o parecer sobre a escolha de Abimael. “Mas é bom observar que não temos autonomia para essa nomeação, que ainda precisa passar pelo crivo da CGU”, criticou.
PLACAS SOLARES – Nos informes, a reitora mencionou a ativação do sistema de geração de energia solar na FUP como “um excelente passo em direção à sustentabilidade ambiental”. “Parabenizo em especial a Secretaria de Infraestrutura e os professores da UnB Gama, que fizeram o projeto, o primeiro executado em parceria com a área acadêmica”, disse Márcia.
A pedido dos conselheiros, ela fez um relato sobre a reunião da administração superior com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, articulado pela bancada federal do DF no Legislativo, que tem sido parceira da Universidade. A reitora destacou que, na ocasião, Weintraub já havia anunciado o aprofundamento do corte de bolsas de pós-graduação de programas com avaliações 3 e 4 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
“Argumentamos que há diversos programas dedicados a pesquisar assuntos nacionais e locais com pontuações mais baixas, pois não têm a mesma inserção internacional de outros que possuem notas mais altas”, explicou a reitora. “Isso, contudo, não o sensibilizou.” A Universidade ainda está levantando o impacto do novo corte, informado na quarta-feira (5) pela Capes.
Também houve esclarecimentos a respeito do bloqueio orçamentário. “Além do bloqueio de R$ 48,5 milhões, estamos contingenciados em 40% para as despesas de custeio e 10% para investimentos, na Fonte Tesouro”, disse a decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi.
“No MEC, já fomos à Secretaria de Educação Superior, à Secretaria de Orçamento, à Secretaria Executiva e ao próprio ministro. A resposta de todos foi que isso poderá ser revertido caso haja a aprovação da reforma da previdência”, acrescentou.
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PREOCUPAÇÃO – A diretora da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV), Simone Perecmanis, falou dos riscos para as áreas sob sua gestão, caso o bloqueio não seja revertido. “Já estamos no limite de nosso funcionamento em relação à quantidade de pessoas que trabalham na Fazenda Água Limpa, nos biotérios e nos hospitais veterinários. Se a atividade-meio não estiver presente, não teremos como tocar experimentos e outras atividades práticas.”
A reitora informou que a administração fará a substituição de algumas rubricas e garantiu manter o orçamento das unidades acadêmicas, sem reduções. “Já fizemos o nosso dever de casa desde 2017. A Universidade não vai se encolher”, disse.