O mestrado profissionalizante em Administração (MPA) da UnB, voltado para gestão pública, alcançou nota máxima na última avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O curso é o único do país com essa abordagem a receber conceito cinco. Além disso, é o mestrado profissional mais bem ranqueado do Centro-Oeste, entre todas as áreas de conhecimento.

Criado em 2004, o curso foi reformulado em 2005 e tem o formato atual vigente desde 2009. A ideia de torná-lo voltado à gestão pública foi uma resposta a demandas de Brasília, centro da administração nacional, e uma forma de buscar devolver de maneira mais eficaz o conhecimento acadêmico à sociedade.

"A administração pública afeta a todos e suas maiores representações estão muito próximas à UnB, então optamos por explorar esse potencial", explica a professora Marina Moreira, coordenadora do curso e ex-aluna da Universidade.

Marina credita o avanço em dois quadriênios seguidos na avaliação da Capes à realização de turmas anuais e à renovação de cerca de 80% do corpo docente. “Desde a reformulação do curso, em 2009, temos uma turma por ano. Excepcionalmente, estamos pensando em abrir uma segunda no último semestre de 2018, já que a primeira é específica para a Polícia Federal", conta.

O contrato entre UnB e Polícia Federal foi firmado em dezembro do ano passado. A reitora Márcia Abrahão assinou Termo de Execução Descentralizada com o órgão para viabilizar nova turma, que está com edital aberto. À época, a gestora enalteceu o acordo, que pode trazer avanços para as duas instituições.

ESTRUTURA – A coordenadora do MPA explica que a troca de professores aconteceu em decorrência do aumento das exigências de publicações acadêmicas e técnicas. “Optamos por não manter em nosso quadro quem puxasse a média para baixo ou estivesse aquém dos requisitos exigidos de produção.”

O mestrado dura dois anos e tem carga de 480 horas, mais dissertação final. Um dos diferenciais do curso é contar com disciplinas de mestrado acadêmico. No currículo de 32 créditos, 16 obrigatórios são de matérias em comum. O rol de disciplinas optativas está orientado para complementar a formação dos mestrandos.

O desenvolvimento do trabalho final deve abordar uma situação prática que esteja voltada à organização representada pelo aluno. Além disso, o curso conta com convênios internacionais em universidades de renome.

PROCESSO SELETIVO – Um dos critérios de avaliação para concorrer às vagas do programa é a nota no teste da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Anpad). Considerada de nível elevado pelos profissionais da área, ela avalia as competências do candidato em cinco diferentes provas realizadas em um só turno. Para o MPA, esta é uma etapa classificatória.

Também é necessário apresentar um plano de curso para avaliação e participar de uma prova oral. Ambas as etapas têm caráter eliminatório. “Como os critérios de seleção são rígidos, o nível dos alunos selecionados costuma ser muito alto. Por isso, nosso índice de evasão e reprovação é praticamente inexistente, chegando a, no máximo, 5%”, avalia Marina.

São selecionados entre 20 e 25 alunos por turma, a depender do contrato firmado com a instituição pública que for oferecer o curso. “Não podemos comercializar vagas, mas a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional entende que é possível comercializar o curso por se tratar de cooperação entre instituições da administração federal”, elucida a coordenadora.

Entre os planos futuros para o mestrado, está a busca por consolidar a posição no conceito máximo das avaliações da Capes. Marina Moreira ressalta que os índices de qualidade foram alcançados a despeito da carência de servidores públicos. Além disso, apesar de realizar captações de recurso, o MPA é submetido, por legislação, a redirecionar esses valores, não podendo utilizá-los para contratação de pessoa física, por exemplo.

Mesmo assim, há vislumbre de que, daqui a alguns anos, seja lançada turma de doutorado profissionalizante. A regulamentação nacional para a modalidade já existe, e a Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação da UnB instituiu comissão responsável por elaborar proposta de regulamentação interna da Universidade.