Na última sexta (10), o norte-americano Albert Fishlow esteve na UnB para falar sobre economia brasileira. Autor do livro O novo Brasil, publicado em 2010, Fishlow comparou o cenário político e econômico daquele ano com a conjuntura atual.
“Pode ser útil conhecer quais eram as condições econômicas em 2010, ano em que terminei o livro”, disse.
O estudioso relembrou a fase de crescimento econômico, o aumento do consumo pela chamada classe C e a intensificação das relações Sul-Sul no plano internacional.
“O país crescia a uma taxa maior que 7,5% ao ano com previsão de, até 2022, duplicar a renda média do brasileiro. Unasul [União de Nações Sul-Americanas], IBAS [Índia, Brasil e África do Sul] e Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] tinham importância crescente”, citou.
“Agora, a economia não cresce como antes e as relações internacionais estão mudando”, pontua o pesquisador. “O interesse pelos Estados Unidos parece aumentar.”
Para o autor, que defende diminuição de despesas pelo governo, aumento dos investimentos em infraestrutura e maior interação com os países do norte, entre outras medidas, uma “reforma contínua e evolutiva deve ser a resposta na nova república do século 21”.
Fishlow também apoia mudanças no sistema político brasileiro. Do voto em lista aberta para a fechada nas eleições para deputados federais e adoção do modelo distrital nos estados da federação.
Professor emérito da Universidade de Columbia, em Nova York, Estados Unidos, Fishlow é considerado um dos maiores especialistas em economia brasileira. No Brasil, ajudou a criar o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A palestra fez parte do Fourth Annual Meeting of the Economics and Politics Research Group. O evento aconteceu na última semana no auditório da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (Face). A mesa foi presidida pelo reitor Ivan Camargo.