DESENVOLVIMENTO

Em seu segundo ano de atividades, iniciativa da UnB contribui para pensar soluções aos principais problemas da capital, que faz 63 anos nesta sexta (21)

Emprego e renda, qualidade dos serviços públicos e envelhecimento da população são temas acompanhados pelo ObservaDF. Foto: Tony Winston/Agência Brasília


Criado para ajudar a fiscalizar os gastos públicos e buscar soluções para os principais problemas da capital federal, que completa 63 anos em 2023, o Observatório de Políticas Públicas do DF (ObservaDF) chega a seu segundo ano de atividades na UnB.

Em pouco mais de um ano, o observatório estudou diversos temas relacionados ao Distrito Federal. Além do impacto da pandemia de covid-19 na economia e saúde, o grupo analisou a qualidade dos serviços públicos nas áreas de educação, saúde, transporte e segurança pública do ponto de vista dos usuários, a percepção dos idosos sobre a cidade, a inserção dos jovens no mercado de trabalho e o impacto das despesas públicas no setor privado. Outros temas pesquisados foram as desigualdades na mobilidade urbana e na maternidade.

“A UnB tem contribuído significativamente para o desenvolvimento do DF e sua região de influência. Além da óbvia atuação na formação de quadros de alto nível que passam a atuar diretamente na região, atraindo, inclusive, estudantes de outras regiões do país que passam a adotar o DF como sua casa e local de atuação profissional, também produz conhecimento, inovação e pesquisas aplicadas aos desafios e problemas locais”, diz o decano de Pós-Graduação e pesquisador do observatório, Lucio Rennó.

Professor Lucio Rennó: “A UnB tem contribuído significativamente para o desenvolvimento do DF e sua região de influência”. Foto: Beto Monteiro/Ascom UnB


“É assim no estudo de políticas públicas, das culturas e história local, de inovações tecnológicas que passam a ser desenvolvidas na região e em parcerias estratégicas com outras instituições sediadas no DF”, acrescenta o docente.

Em março, a iniciativa divulgou os resultados de sua última pesquisa, que analisou o padrão de endividamento de famílias e empresas no DF. Neste mês, deve ser publicado o 14º relatório de uma série iniciada em 2021, quando o observatório foi fundado por um grupo de pesquisadores com experiência na administração pública. Desta vez o assunto serão os hábitos culturais no DF.

>> Confira aqui os relatórios na íntegra

Segundo Ana Maria Nogales, pesquisadora do ObservaDF e professora do Departamento de Estatística da UnB, o principal objetivo do observatório é a formação de uma rede de pesquisa para tratar de temas relacionados à realidade no Distrito Federal e colaborar na formulação de políticas públicas.

“De uma maneira geral, o ObservaDF traz à discussão as questões do desenvolvimento social e econômico da região, a redução das desigualdades e a qualidade de vida da população”, diz a docente.

“Depois da experiência de alguns de nós na Codeplan [Companhia de Planejamento do Distrito Federal], atual IPEDF [Instituto de Pesquisa e Estatística do DF], quando tivemos a oportunidade de coordenar pesquisas sobre temas variados, mas sempre tendo como foco políticas públicas voltadas para o Distrito Federal e sua área metropolitana, vimos que seria importante construir na Universidade de Brasília um espaço para debater temas relevantes para a sociedade do DF”, conta.

Vinculado ao Instituto de Ciência Política da UnB, o observatório faz suas análises com base em dados de instituições públicas, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Codeplan, ou coletados pelos próprios pesquisadores por meio de pesquisas de opinião e entrevistas com moradores da cidade.

“Desde a sua inauguração, Brasília é marcada pela segregação socioespacial. O Distrito Federal é um território extremamente desigual, e nossos relatórios buscam evidenciar essas desigualdades”, aponta a professora Ana Maria Nogales. Ela destaca mobilidade urbana, atenção à saúde com qualidade para toda a população e segurança pública como os principais problemas enfrentados no DF nos dias de hoje.

A percepção dos idosos sobre a cidade foi um dos aspectos da realidade socioeconômica da região estudados pelo ObservaDF. Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília


PUBLICAÇÕES – No total, 13 relatórios técnicos foram apresentados até o momento. Os primeiros tiveram como foco a pandemia de covid-19 e os impactos sobre a economia e a saúde. Realizado em 2021, o estudo inaugural mostrou os impactos da pandemia sobre o emprego. Naquele momento, as medidas restritivas atingiram principalmente os mais pobres, afetando com mais intensidade o setor de serviços, que representa quase 95% da atividade econômica no DF.

Já a última pesquisa observa que a existência de vínculos empregatícios mais estáveis no DF torna possível custos de endividamento menores para as famílias, com crédito habitacional e empréstimo com consignação em folha, por exemplo, realizados a taxas de juros mais baixas. Por outro lado, no caso das empresas, há uma tendência de aumento do endividamento após a pandemia de covid-19, “o que pode ser preocupante, considerando o aumento recente do custo do crédito no país”, diz o relatório.  
 
“Dessa forma, é importante atenção para esse aumento do custo de endividamento e seu efeito sobre a retomada das atividades produtivas, de modo que ele não dificulte ainda mais esse desempenho”, aponta o documento. O relatório mostra que o padrão de endividamento das famílias e empresas no DF é um reflexo da estrutura produtiva da região, onde há um maior número de servidores públicos entre a população economicamente ativa e menor participação de setores como o agropecuário na economia.

Diante do impacto das pesquisas e da a importância da presença da UnB na formulação, monitoramento e avaliação das políticas públicas voltadas ao território que a acolhe, Ana Maria Nogales expressa: “Esperamos uma vida longa para o ObservaDF, pois é nosso desejo que o observatório continue a sua atuação, envolvendo outros pesquisadores interessados no Distrito Federal e sua área de influência”.

Confira matéria da UnBTV sobre dados apresentados pelo ObservaDF em seminário:


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