A Universidade de Brasília (UnB) passa a contar com uma iniciativa, envolvendo pesquisadores da instituição, para investigar e debater soluções para a situação socioeconômica e a atuação governamental no Distrito Federal. Em live nesta quinta-feira (18), foi lançado o Observatório de Políticas Públicas do DF (ObservaDF). Transmitido pelo YouTube, o evento repercutiu a primeira pesquisa do projeto, relacionada aos impactos da pandemia sobre a situação econômica, o emprego e a vulnerabilidade social.
As análises que serão conduzidas pelo grupo, vinculado ao Instituto de Ciência Política (Ipol) e ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, terão como fonte de informação bases de dados provenientes de instituições como a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de se beneficiarem de dados já consolidados, também atuarão na coleta de informações para colaborar no debate público sobre os problemas e soluções possíveis para o DF.
O próximo trabalho abordará a insegurança alimentar e políticas públicas de assistência social. “Nós pretendemos, posteriormente, avançar para a discussão sobre a qualidade dos serviços públicos, pesquisas de opinião quantitativa e qualitativa acerca desses serviços públicos e seguir no tratamento dos temas relativos à economia e à sociedade do Distrito Federal”, destacou Lúcio Rennó, pesquisador do ObservaDF e decano de Pós-Graduação da UnB.
A viabilidade dos 11 estudos inéditos planejados para execução foi garantida com a destinação de emenda orçamentária do Senado. A cada mês um estudo, com um novo tema sobre o DF e sua área de influência imediata, será divulgado pelos pesquisadores.
IMPACTO MENSURADO – O observatório tem como premissa dar transparência à ação governamental, buscando encontrar soluções para os problemas cotidianos da população do Distrito Federal. O decano de Pós-Graduação ressaltou que o projeto busca uma visão multidisciplinar e que aborde os problemas, desafios e potencialidades sociais e econômicas do Distrito Federal.
Na transmissão, a presidente da Comissão Própria de Avaliação (CPA), Andrea Cabello, delimitou o foco das discussões na vulnerabilidade social e nas estruturas da sociedade que garantem sua persistência. “Essa crise [a pandemia de covid-19] que a gente está vivendo agora, apenas teria reforçado e evidenciado esse processo”, lembrou Andrea sobre a desigualdade socioeconômica ser um problema antigo na capital federal.
Os pesquisadores ressaltaram que a pandemia atingiu todas as regiões do DF e Entorno. No entanto, evidenciaram que isso ocorreu de maneira desigual no que diz respeito ao emprego e à renda. “A pandemia afetou tanto o Distrito Federal quanto a periferia metropolitana de Brasília de maneira heterogênea. A gente vai perceber que as regiões mais pobres e vulneráveis do ponto de vista econômico sofreram um impacto muito mais acentuado desse momento”, lembrou a presidente do CPA.
Uma vez que quase 95% da atividade econômica no DF estão relacionados ao setor de serviços, as medidas de restrição de mobilidade atingiram fortemente a economia da região. Ainda assim, os pequenos comércios na periferia foram os mais prejudicados. Com relação ao desemprego, o efeito foi semelhante. Em regiões mais pobres, o desemprego cresceu de forma mais intensa do que a região central.
PROPOSIÇÕES – O grupo destacou que há um cenário de desigualdades persistentes, concentração produtiva no DF, ausência de políticas focadas nas famílias e em empresas que as empregam. Após a conclusão dos apontamentos, foi destacada a necessidade de políticas integradas para além do Distrito Federal, atingindo também o Entorno.
Os pesquisadores chamaram atenção para a necessidade ampliação de programas de transferência de renda, capacitação e inserção no mercado de trabalho e facilitação do ambiente de negócios. “O espaço do Distrito Federal é marca dessas desigualdades tão profundas, daí o apontamento para atuação do governo e do poder público em relação à necessidade de enfrentar essa grande questão social do nosso tempo”, complementou o professor do Ipol e pesquisador do ObservaDF Frederico Bertholini.
*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB.
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