DESEMPENHO

Grupo ficou em 47º no ranking geral, a melhor colocação entre as instituições brasileiras que participaram da etapa final da competição ICPC

A equipe da Universidade de Brasília tomou a dianteira, ultrapassando instituições como Unicamp e USP. Foto: Ilya Pavlov/Unplash

 

Algoritmos, variáveis e cálculos. O desafio foi grande, mas após um exaustivo circuito de provas, a equipe da Universidade de Brasília (UnB) garantiu a melhor colocação entre as instituições brasileiras que participaram da International Collegiate Programming Contest (ICPC). O torneio de programação é voltado a estudantes de graduação de todo o mundo.

 

Na edição concluída no mês de outubro, a UnB garantiu a 47ª posição no ranking geral e ficou à frente de outras instituições brasileiras como a Universidade de São Paulo (USP), que figurou na 94ª colocação, e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que terminou em 54ª. Para a final, os integrantes da equipe da UnB viajaram à Moscou, na Rússia, já com o ciclo vacinal contra a covid-19 completo.

 

“Foi uma enorme satisfação ver a UnB pela primeira vez no topo deste ranking, um resultado excepcional. A disputa pelas melhores colocações é muito acirrada, mas temos tido desempenhos cada vez melhores nos últimos anos. É mais uma evidência da qualidade do ensino público e gratuito”, destaca Guilherme Novaes, professor do Departamento de Ciência da Computação e treinador da equipe.

 

>> Relembre: Time da UnB vai pela primeira vez a mundial de programação

 

JORNADA DE PREPARAÇÃO – Integraram a delegação da UnB os alunos do curso de Ciência da Computação José Marcos e Thiago Veras, além do egresso Luis Gebrim. Houve também suporte dos professores Vinícius Borges e Edson da Costa Júnior. O docente Guilherme Novaes descreve que a equipe foi formada entre alunos da disciplina de Programação Competitiva na UnB. “A composição varia em função da disponibilidade dos alunos. A equipe que competiu em Moscou tem dois membros que competiram na final mundial anterior, ocorrida em Portugal”, ressalta.

 

A preparação vem de longa data, uma vez que os estudantes se dedicam aos treinos desde antes da pandemia. Thiago Veras, discente do décimo semestre de Ciência da Computação, ressalta que as sessões de preparação ocorriam aos finais de semana ou sexta-feira. “A gente se reunia na UnB e passava lá cinco horas ou mais fazendo provas juntos”, afirma. Os encontros também eram voltados à discussão dos problemas e simulações, o que era complementado por mais horas de estudo individual durante a semana.

 

ETAPAS – No pódio da última edição da ICPC, figuram 12 equipes, sendo que ouro, prata e bronze têm quatro vagas cada. As primeiras posições ficaram com instituições da Rússia e Coreia do Sul. De acordo com Guilherme Novaes, mais de 60 mil estudantes, de mais de 3 mil instituições em 115 países, disputaram as vagas na final mundial de Moscou. Do Brasil, foram 726 times de 224 instituições.

A competição ocorreu na Rússia com os estudantes imunizados contra a covid-19 e seguindo os protocolos de segurança. Foto: Michael Roytek

 

Na última etapa, porém, somente 117 equipes competiram, após uma sequência de etapas. As competições regionais, nacionais e internacionais têm um formato parecido: “Um time de três alunos, com acesso a um único computador, tenta resolver o maior número de problemas de uma prova com duração de cinco horas”, lembra o treinador da UnB. A solução para cada deve ser apresentada como um programa de computador que passa por todos os testes automatizados para ser considerado correto.

 

Para que a equipe chegasse à final, passaram por seletiva na UnB, uma competição entre equipes do Distrito Federal e uma etapa nacional. A última ocorreu em 2019, quando, com suporte da instituição, foram a Campina Grande (PB) competir com equipes brasileiras, de onde saíram os cinco melhores. Para ir à Rússia, a equipe da Universidade precisou angariar fundos próprios para pagar os gastos com viagem e estadia.

 

“Em relação ao mundial, é basicamente a mesma ideia da final brasileira, só que mais difícil”, pontua Thiago Veras. “Os algoritmos que caíam de nível mais fácil no mundial são geralmente considerados níveis intermediários difíceis na nacional brasileira. Então, por isso que a quantidade de problemas resolvidos na final brasileira tende a ser maior do que a quantidade de problemas resolvidos na final do mundial.”

 

APOIO NA FORMAÇÃO – “A preparação demandou tempo e disciplina. Os competidores estudaram as técnicas de programação competitiva e participaram de competições semanais. Se não conseguiam solucionar um problema por conta própria, discutiam em grupo para identificar qual o caminho para resolvê-lo”, lembra Guilherme Novaes. O estudo baseado em aliar teoria e prática favorece não só a atuação no torneio, como também o desempenho acadêmico dos envolvidos.

 

A competição estimula a criatividade, a busca de novas soluções de software e as capacidades de trabalho em equipe. “[Tendo em vista a] quantidade de problemas que eu resolvo, a habilidade de resolver problemas, a complexidade dos problemas, a dedicação que eu tenho que ter para conseguir ter um bom desempenho, isso tudo influencia, no final das contas, durante a faculdade”, destaca Thiago Veras.

 

Outra vantagem são as oportunidades profissionais geradas a partir da participação no torneio. “Em relação ao mercado de trabalho, diretamente e indiretamente, acaba ajudando. Parte das grandes empresas focam na galera das competições”, afirma. 

 

*estagiário de Jornalismo na Secom/UnB.

 

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