Com desempenho histórico na final brasileira da Maratona de Programação da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), a UnB acaba de classificar três equipes para a próxima etapa da competição, a Programadores da América, que ocorrerá de 4 a 8 de março de 2026 em Santiago, no Chile.
Entre os 66 melhores times do país, a UnB conquistou o 6º, 7º, 20º e 38º lugares. A UnB foi a única universidade do país a classificar três equipes para a etapa latino-americana, assumindo a liderança na região Centro-Oeste. A equipe classificada nesta próxima fase irá para o mundial, ainda sem data e local confirmados.
Os dois primeiros colocados, medalhistas de prata na competição, foram os times masculinos Los Tralalelitos dizem FLAMENGOOO, dos estudantes Lucas Cruz, Wilson Guimarães e Eduardo Quirino, e É só fazer, de Eduardo Freire, Arthur Botelho e Ruan Petrus. Na terceira posição ficou a equipe Grafo de botas, formada por Adrielly Nunes, Iasmim Freitas e Isabela Araújo. A equipe obteve o 38º lugar entre os times da categoria exclusivamente feminina. A equipe mista Teclado Lindinho, da UnB Gama (FCTE), alcançou ainda o 20º lugar no ranking nacional.
“Nosso principal objetivo é que consigamos nos classificar para a fase mundial entre os primeiros colocados”, diz o estudante de Ciências da Computação Eduardo Quirino, 22 anos, dos Tralalelitos. “Sabemos que a etapa latino-americana vai ser mais difícil, porque só um time da Universidade pode passar”, avalia o colega de curso Arthur Botelho, 21 anos, do time É só fazer.
A integrante do time feminino Grafo de botas Isabela Araújo, 20 anos, também estudante de Ciências da Computação, está otimista e espera, nesta próxima etapa, "se divertir, aprender com a prova, conhecer a cultura e interagir com outros competidores”.
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“Classificar três equipes entre as vinte melhores do país é fantástico!”, comemora o professor do Departamento de Ciências da Computação Daniel de Paula Porto, um dos técnicos das equipes. “E pra quem pensa que 38º lugar não é um grande feito, digo apenas que este foi o melhor time totalmente feminino de toda a América Latina”, diz.
Os resultados, avalia o professor, colocam a Universidade como “uma das maiores potências da programação competitiva no Brasil e na América Latina”. “Classificar três equipes em uma fase internacional é um marco inédito que reforça o papel da UnB como formadora de talentos de excelência e referência nacional no ensino e na prática da computação”, destaca Porto.
>> Leia mais sobre as fases nacional e regional Centro-Oeste.
CARREIRA – Treinos aos sábados com o time, resolução de questões, além de treinamentos diversos organizados por estudantes da UnB e de outras instituições, como a Unicamp, fizeram parte da rotina de preparação dos estudantes que, apesar da pressão, citam vantagens acadêmicas e profissionais para quem se dedica à maratona da SBC.
“Praticar para competições me ajudou a ter facilidade na maioria das matérias do curso e entrei na empresa em que estou atualmente por um processo seletivo voltado para os finalistas nacionais da maratona em 2024”, conta Arthur Botelho.
“A competição me ajuda a exercitar as habilidades de algoritmo e estrutura de dados, além de me possibilitar fazer amizades”, diz Isabela Araújo.
Maior competição dessa modalidade no mundo, a maratona de programação é promovida há quase trinta anos pela SBC com o objetivo de formar e descobrir talentos na área de tecnologia.
MENINAS NA COMPUTAÇÃO – Ainda em dezembro, no dia 6, acontece a VII Competição Feminina de Programação da UnB. A competição será às 13h, no laboratório de informática, no ICC Norte, campus Darcy Ribeiro.
Criada em 2021 pelo projeto Meninas.comp, a iniciativa, realizada em parceria com o UnBallon, busca incentivar a participação feminina nas competições. A atividade é aberta a estudantes do ensino médio e superior. Inscrições podem ser feitas pelo site do projeto.
“A primeira edição ocorreu em outubro de 2022, com menos de 15 participantes, e, nas últimas edições, mais de cem alunas se inscreveram”, lembra a coordenadora do Meninas.comp e docente do Departamento de Ciências da Computação Maristela Holanda, que destaca pesquisas realizadas com as competidoras, apontando que elas se sentem mais à vontade em competições apenas com mulheres.
“A UnB se tornou referência em competições femininas no Brasil e na América Latina”, ressalta. Em 2023 e 2025, as equipes femininas da UnB conquistaram o primeiro lugar entre os times da América Latina.