19 DE ABRIL

Com DNA indigenista, instituição mantém temáticas em evidência com ações ao longo dos meses, ano após ano

O estudante Mirim Ju Yan Guarani, estudante de Geografia, durante a abertura da VII Semana dos Acadêmicos Indígenas da UnB, em 10 de abril. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

Na Universidade de Brasília, o Dia dos Povos Indígenas, em 19 de abril, é uma oportunidade de reforçar o orgulho da instituição em atuar na vanguarda da inclusão e da permanência de indígenas no ensino superior público.

Desde 2006, a UnB é pioneira entre universidades federais de todo o Brasil ao ofertar a indígenas acesso a cursos de graduação por meio de vestibular específico, realizado em diversos estados e lançado em cooperação técnica com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Abrindo as portas e apoiando a continuidade desse público, a Universidade cumpre uma função social ao capacitar lideranças e jovens, por meio do intercâmbio de saberes tradicionais e acadêmicos, para ocupar cargos de autogestão de territórios e garantir os direitos indígenas.

Este papel cumpre-se não somente na graduação, mas também na pós-graduação, em diferentes áreas do saber e em programa específico, multidisciplinar, dedicado à formação de profissionais indígenas e de contextos comunitários como pesquisadores e agentes na formulação de intervenções para seus territórios.

Dentro da Universidade, há hoje cerca de 289 estudantes indígenas, de 51 etnias. A Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da UnB possui uma coordenação exclusiva para aperfeiçoar políticas, acolher e atender demandas desses estudantes, a Coquei.

Os estudantes mobilizam-se dentro da Universidade por meio da Associação dos Acadêmicos Indígenas (AAIUnB). De 10 a 13 de abril, o grupo organizou a VII Semana dos Acadêmicos Indígenas da UnB.

A atuação indígena também ganha visibilidade na comunicação institucional da Universidade. A atual edição da revista Darcy, que leva o nome do antropólogo indigenista e fundador da UnB, Darcy Ribeiro, lançou um dossiê que destrincha o panorama das políticas de saúde indígena no Brasil. A publicação contempla outras temáticas ligadas aos indígenas por meio do Kuarup, ritual dos povos no Alto Xingu, em homenagem a Darcy, e com a crítica social de Ailton Krenak. O ativista recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela UnB em 2022, um reconhecimento coletivo a suas lutas e contribuições para o país.

Em 2018, a revista Darcy também havia dado voz às lutas de povos indígenas representados na UnB, com destaque para a história de Fetxawewe Guajajara, atual presidente da AAIUnB.

É também no campo político que este protagonismo se evidencia junto à UnB. Em fevereiro, o Memorial Darcy Ribeiro recebeu o simbólico evento que precedeu a cerimônia de posse das deputadas Sônia Guajajara e Célia Xakriabá no Congresso Nacional. Primeira indígena a fazer parte do corpo docente da UnB, a professora Altaci Rubim, recém-nomeada para assumir a Coordenação-Geral de Articulação de Políticas Educacionais Indígenas, no Departamento de Línguas e Memórias Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, esteve presente no café da manhã.


A presença dos povos indígenas na Universidade de Brasília demonstra como ambos estão intimamente ligados, muito além das efemérides de abril.

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