Investigar a formação territorial do Brasil e da população nacional a partir de aspectos geográficos e geopolíticos da diáspora africana e fornecer elementos para compreensão desta história, considerando as relações com as matrizes africanas. Estes são os direcionadores das pesquisas desenvolvidas pelo projeto GeoAfro, que em 2023 completa 35 anos.
A iniciativa é conduzida em parceria entre o Centro de Geografia Aplicada e Informação Geográfica (Ciga) da Universidade de Brasília e o Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar em Estudos Étnicos e Africanos (Pós-Afro) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e já está em sua quinta etapa de ações desenvolvidas.
O projeto foi iniciado em 1989, na UFBA, e nestas mais de três décadas, promoveu ações de ensino, pesquisa e extensão com foco no resgate conteúdos da geografia da África, na cartografia de sítios geográficos dos quilombos contemporâneos e terreiros religiosos de matriz africana e na promoção da educação afrobrasileira.
Na Universidade de Brasília, a atuação consolidada do GeoAfro resultou em pesquisa inédita de mapeamento dos terreiros do Distrito Federal que registrou mais de 230 sítios religiosos de matriz africana e afro-brasileira. "Os terreiros, que estão na ordem do dia, são os territórios nesse momento histórico mais perturbados, mais em risco na sua territorialidade, na sua cidadania, na sua presença no território brasileiro", lembra o professor do Departamento de Geografia da UnB e coordenador do projeto, Rafael Sanzio, em entrevista à UnBTV.
As pesquisas do GeoAfro também desdobraram-se em atividades formativas, exposições itinerantes em diferentes cidades brasileiras e em outros países e produtos construídos junto à comunidade.
Atualmente, o projeto conta com uma rede de estudantes de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado desenvolvendo pesquisas a partir dos eixos temáticos do GeoAfro. Segundo Rafael Sanzio, a ideia é que a iniciativa se expanda ainda mais, em âmbito internacional.
Saiba mais sobre o projeto e suas contribuições no programa UnBTV Entrevista:
* Com informações da UnBTV.
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