Na quinta-feira (30), a Universidade de Brasília (UnB) realizou cerimônia de entrega de recursos de tecnologia assistiva, dando mais uma contribuição para garantir acessibilidade e a permanência estudantil. O investimento para a compra dos equipamentos foi de R$ 141.934,50, provenientes de recursos próprios. Trinta cadeiras de rodas foram destinadas às unidades que solicitaram o item.
Também foram adquiridas duas lupas eletrônicas; linha braille; três scanners com voz; impressora braille; recursos de informática acessível para laboratórios, como leitores de tela e ampliação e contraste de cores; 15 bengalas; e soroban, recurso educativo específico para aprendizagem de cálculos matemáticos por estudantes com deficiência visual.
“As tecnologias assistivas são responsáveis por garantir a autonomia para as pessoas com deficiência nos processos de aprendizagem e de participação na vida universitária", afirmou a diretora de Acessibilidade da UnB, Sinara Pollom Zardo. "É importante destacar que a política de acessibilidade é uma construção coletiva que envolve toda a comunidade acadêmica. Juntos, vamos avançar na perspectiva de uma universidade mais acessível e mais inclusiva para todos.”
“Fico feliz que, mesmo com os seguidos cortes orçamentários, tendo hoje um orçamento menor do que o de 2020, a UnB tem conseguido dar condições de permanência aos nossos estudantes de graduação, mestrado e doutorado", frisou a reitora Márcia Abrahão. "E também vamos continuar a apoiar, por meio da Diretoria de Acessibilidade (Daces), nossos professores e técnicos que necessitarem. Queremos que a Universidade de Brasília seja modelo na promoção da saúde e na qualidade de vida.”
O decano de Assuntos Comunitários, Ileno Izídio da Costa, ressaltou o compromisso da gestão com a promoção da inclusão e dos direitos humanos. “Hoje, temos cerca de 600 pessoas cadastradas na Diretoria de Acessibilidade (Daces). Conseguimos aumentar o acesso, o acolhimento e o encaminhamento. E obviamente, aumentamos os desafios e as questões que precisamos aplicar para melhorar a acessibilidade na UnB. Os equipamentos que estão sendo entregues, agora, são uma representação do respeito e da consideração que toda pessoa com deficiência tem direito de ter, e a gente não pode negar”, afirmou.
Secretária de Direitos Humanos, Deborah Santos destacou a atuação pela promoção da inclusão dentro da UnB. “Acho que, mais do que nunca, quando chegam as reivindicações, devemos pensar na interseccionalidade de todas as demandas. E, com a SDH, temos um trabalho de não exclusão, solidariedade e construção do respeito. E esse respeito significa sermos seres humanos e sermos tratados como tal. É nosso direito estarmos nesse espaço, ocupar esse espaço e terminar o curso com muito sucesso”, ponderou.
Estudante do primeiro semestre de Medicina, Miriã Barbosa compartilhou a experiência de ser atendida pela Daces. Ela cursou um período de Engenharia Mecânica e depois prestou vestibular para Medicina. “Entrar na Universidade foi desafiador, mais do que a escola. Foi o que me fez procurar informações. Assim, descobri o autismo e o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Quando eu tive o diagnóstico, no ano passado, consegui a assistência da Daces. Nesse meio tempo, precisei usar a cadeira de rodas, percebi que foi essencial. Não só com a viabilidade de espaços mais acessíveis, mas ajudando na adaptação. Esse diálogo que a Diretoria tem com os alunos é muito importante. Vejo uma mobilização ativa da Diretoria, o que tem me possibilitado viver essa fase da minha vida. Essas medidas garantem a nossa permanência, para que continuemos na Universidade, trazendo mudança e construindo juntos uma Universidade incrível”, contou.
Também discente da Universidade, Valber da Hora Araújo lembrou de quando entrou na UnB, em 2019, depois que perdeu a visão. Parabenizou os progressos em relação à inclusão e à permanência dos estudantes. Mas avaliou que ainda há o que ser feito: “Precisamos de piso tátil do Minhocão à Biblioteca Central, às paradas de ônibus, ao Restaurante Universitário e aos bancos. E também de semáforos eletrônicos sonoros para os deficientes. São pautas que reivindicamos diante desta nova primavera que está acontecendo no Brasil e na Universidade. Agradecemos o compromisso desta gestão, mas precisamos avançar mais”.
DIRETORIA – A Daces foi criada em 2020, por ato da reitoria. É uma estrutura organizacional que pertence ao Decanato de Assuntos Comunitários (DAC). A Diretoria tem a função de garantir e promover a inclusão e a acessibilidade como uma política transversal na UnB. Além disso, busca ampliar condições de acesso, acessibilidade, participação e aprendizagem aos estudantes que possuem deficiência, transtornos do espectro autista, altas habilidades/superdotação ou transtornos funcionais específicos.
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