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Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, gestoras, docentes e estudantes da Universidade apontaram conquistas e desafios na atuação em prol da comunidade feminina

Ministra da Mulher, Cida Gonçalves (centro) compartilhou desafios e objetivos da pasta com comunidade acadêmica. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB


Durante o mês de março, a Coordenação da Mulher da Secretaria de Direitos Humanos (Codim/SDH) da UnB promoveu uma programação especial para celebrar o mês da mulher. A ação #8M 2023 – Mulheres na Universidade: Insurgentes e Propositivas destacou em webinários, mesas-redondas, painéis, oficinas e mostras de cinema reflexões sobre violência de gênero, racismo e equidade e apontou propostas para combate às desigualdades. Cerimônia na manhã desta quarta-feira (29) marcou o encerramento oficial das atividades, no auditório do Memorial Darcy Ribeiro, o Beijódromo, com a presença da ministra da pasta no governo federal, Cida Gonçalves, e de integrantes da comunidade da UnB, que fizeram um balanço das iniciativas da instituição voltadas às mulheres.

Esta é a segunda presença de um representante da gestão federal na UnB apenas nesta semana – na segunda-feira (27), o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, participou da aula de abertura do semestre letivo, o #InspiraUnB.

“Esse tema da campanha é lindo, porque é a insurgência feminina que dá força para a gente trazer tantos desafios para dentro do governo e incentivar as mulheres a ocupar espaços de pensamento”, discorreu a ministra Cida Gonçalves em relação à programação promovida pela UnB.

Ela ainda pontuou as bandeiras de sua gestão e detalhou algumas das ações anunciadas pelo ministério em 8 de março. “Eu vou percorrer o Brasil para debater a misoginia. Precisamos ganhar o campo do conhecimento e da informação sobre esse tema”, disse, ao mencionar as agressões à influenciadoras e políticas na internet. “Eu peço a ajuda da UnB nesse debate em âmbito nacional”, convocou.

Deborah Santos (dir.) elencou avanços da Universidade em demandas das mulheres, como a aprovação de política de prevenção e combate ao assédio e a instalação de fraldários. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB


“Nosso evento durou o mês inteiro e movimentou nossa comunidade. Desde a criação do nome, foi muito trabalho junto aos coletivos e à diversidade de mulheres da nossa Universidade”, afirmou a secretária de Direitos Humanos da UnB, Deborah Santos. “Temos algumas conquistas recentes e outras milhares de demandas para trabalhar. Mas acredito que estamos no caminho de ampliação das nossas possibilidades e politicas”, pontuou a gestora.

Como resultado do trabalho da pasta e da Universidade, a secretária citou a recente aprovação da Política de Prevenção e Combate ao Assédio Moral, Sexual, Discriminações e Outras Violências, que prevê acolhimento, monitoramento e conscientização da comunidade acadêmica sobre o assunto. Também mencionou a inauguração dos 41 fraldários nos banheiros da UnB, antiga demanda do Coletivo de Mães.

“A secretaria tem também o papel de capacitação. Nesse sentido, vamos pensar em como dar o melhor atendimento às vítimas de qualquer violência. Além disso, está em elaboração o nosso primeiro curso, de uma leva deles, com o tema Maria de Penha vai à Universidade”, contou a titular da SDH.

“O movimento liderado pela nossa reitora, no sentido de integrar as nossas ações, possibilitou que hoje possamos trabalhar de forma articulada. Isso é resultado de uma ação pedagógica, trabalhada o ano todo e que nos permite intensificar e marcar esse processo de luta no mês de março, com uma agenda tão intensa”, assinalou a decana de Extensão, Olgamir Amancia.

Ela também destacou que há editais em aberto para projetos ligados às questões de desigualdade, em vários campos. Entre eles, um inédito para fomentar projetos de extensão que incentivem a participação feminina nas áreas de ciência e tecnologia.

Intitulado Mulheres e Meninas na Ciência: o futuro é agora, o edital nº 05/2023 é uma realização conjunta do Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), do Decanato de Extensão (DEX) e da Secretaria de Direitos Humanos (SDH). As inscrições vão até 2 de maio.

“Temos que comemorar todas as nossas conquistas e ações integradas, deixando claro que temos noção de todos os desafios que ainda temos”, salientou a reitora Márcia Abrahão. “Conseguimos manter e ampliar o auxílio-creche, que não existia; está em andamento a construção da nossa creche e também do centro integrado de primeira infância, o que será também um marco”, continuou a gestora.

Durante encerramento do #8M, convidadas fizeram balanço de ações e explanação sobre próximos desafios. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB


Ela ainda citou as ações para redução de todos os casos de violência e medidas de segurança que vêm sendo adotadas pela UnB. E reiterou o esforço em incentivar o ingresso e permanência de mulheres, principalmente nas áreas exatas.

“Temos um percentual menor que 30% de mulheres em algumas áreas. Trabalhamos de forma integrada para ampliar a quantidade de bolsistas de iniciação científica, para mudar isso. Também quero destacar que aprovamos a política que amplia o tempo de permanência da estudante ou coordenadora de pesquisa mãe, na pós-graduação”, pontuou.

COLABORAÇÃO NACIONAL – A coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem), Ela Wiecko, também pontuou avanços na atuação da equipe a nível de políticas públicas. “Temos trabalhado em núcleos e grupos direcionados dentro de várias temáticas ligadas à diversidade, há mais de 30 anos. Há nove anos, abrigamos também o Fórum Lei Maria da Penha, que faz a articulação entre vários órgãos e núcleos", destacou.

Segundo a docente, há a expectativa de que, em breve, o Congresso Nacional aprove a ampliação das medidas protetivas previstas na legislação para coibir violências contra as mulheres no Brasil, resultado das articulações e debates do fórum. 

DEMANDAS – Além da apresentação de iniciativas em curso na UnB e contribuições com projeção nacional, a solenidade também abriu espaço para tratar dos atuais desafios identificados pela comunidade acadêmica feminina na defesa da equidade de gênero e no combate às opressões.

“Estamos muito bem representadas na Universidade, somos 60% beneficiadas pelas bolsas de pesquisa e 54% das matrículas em graduação. Mas, ainda temos o desafio de ocupar e permanecer em espaços como a pós-graduação e nas áreas de exatas”, explanou a diretora das Mulheres do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e mestranda em Política Social, Rhaiza de Carvalho.

“Ainda temos problemas de machismo, sexismo e violência, pois a Universidade é um reflexo da sociedade. Não acho que seja possível extinguir 100% dos casos, mas podemos construir soluções coletivamente”, pontuou a estudante, ao salientar que debater as demandas femininas contribui para criar novas políticas.

Como sugestão do coletivo estudantil, ela reforçou que, enquanto a instalação de uma creche não for viável, deve-se criar espaços de acolhimento que sejam receptivos para as famílias com crianças. Outra ideia foi a de capacitação do quadro de funcionários sobre como agir em casos de violência.

CULTURA – O encerramento das atividades do #8M 2023 – Mulheres na Universidade: Insurgentes e Propositivas também contou com atração cultural. Professora universitária e escritora, Sandra Araújo fez a leitura de poemas de um de seus livros, (Re)Versos: a poesia feminina de Brasília. A obra é resultado de um projeto de pesquisa e conta a história de 12 mulheres que escrevem poesia em Brasília.

Confira a cerimônia de encerramento do #8M na UnB:


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