Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da Universidade Estadual de Goiás (UEG) acabam de voltar da maior expedição científica à bacia hidrográfica do Araguaia, a Araguaia Vivo 2023. Eles estiveram embarcados por 25 dias, entre 5 de fevereiro e 1º de março, para percorrer mais de 3 mil km do rio, além de 150 lagos conetados. O objetivo foi mapear a biodiversidade aquática, coletar amostras de solo, peixes e água e desenvolver estratégias para monitorar a qualidade da água, com foco na conservação ambiental.
A iniciativa foi coordenada por docentes da UnB e da UEG e envolveu oito projetos de pesquisa. A execução deu-se no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade (INCT EECBio), com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As análises das amostras obtidas terão apoio da Universidade Federal de Rondônia (Unir). Vinte integrantes da comunidade acadêmica foram a campo, entre professores, estudantes de pós-graduação e servidores.
Um dos projetos visou à coleta de material para avaliar a contaminação por mercúrio na região. "A partir disso, nós vamos entender qual é o impacto humano sob a qualidade das águas e sob as concentrações de mercúrio nessa bacia hidrográfica", aponta Ludgero Vieira, professor da Faculdade UnB Planaltina (FUP) e um dos coordenadores da expedição junto a João Nabout, da UEG.
Outra frente de pesquisa é voltada à análise do DNA ambiental da bacia hidrográfica. Este estudo será feito a partir de amostras de água coletadas que concentram o material genético da biodiversidade dos lagos adjacentes, como plantas, animais, organismos microscópicos, bactérias e protozoários. "Essas amostras vão para o laboratório para tentarmos levantar tudo aquilo que já se tem mapeado [da biodiversidade] e que conseguimos saber via genética, principalmente os peixes. Então a intenção é descobrir quais são os peixes que ocorrem nos lagos via material genético, sem precisar passar a rede [ou seja, coletar exemplares]", explica Ludgero.
Em busca de estratégias para monitorar com mais eficiência a qualidade da água na região, os pesquisadores também testaram o uso de drones no processo, numa parceria com o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da UFG. "A gente avaliou se há uma concordância entre o que o sensor do drone consegue captar e a qualidade física, química e biológica da água. Isso pode ser um indicador de facilitação para programas de monitoramento ambiental. A gente consegue otimizar esses programas e fazer um levantamento de qualidade via drone", pontua o docente.
Esta não é a primeira vez que a UnB participa de expedição ao Araguaia. Em 2019 e 2022, uma equipe de pesquisadores da UnB, coordenada pelo professor Ludgero, esteve no rio para coletar dados sobre aspectos ecológicos e de conservação ambiental. A expedição de 2019 foi registrada em reportagem publicada na edição 21 da revista Darcy.
Confira matéria da UnBTV sobre a expedição:
*Com informações da UnBTV.
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