 
A Universidade de Brasília organizou uma série de ações ao longo de agosto em alusão ao Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização e ao enfrentamento das violências contra as mulheres. A programação incluiu reflexões, debates, capacitações e atividades culturais voltadas à comunidade universitária e ao público externo.
A cerimônia de abertura ocorreu em 15 de agosto e marcou o lançamento de materiais educativos produzidos no âmbito do Edital SDH nº 03/2025 – Criação e produção de material voltado à prevenção e combate aos assédios, discriminações e outras violências no ambiente universitário. Entre os destaques está a Cartilha Educativa – Prevenção e Combate: Assédios, Discriminações e outras Violências, elaborada pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Linguística da Libras (GEPLIBRAS/PPGL/IL).
No dia 25, a UnB recebeu a professora e ex-servidora da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) Gina Vieira Pontes, criadora do projeto Mulheres Inspiradoras, para uma palestra seguida de roda de conversa no Auditório da Reitoria, no campus Darcy Ribeiro, Asa Norte. A atividade, intitulada O projeto Mulheres Inspiradoras e suas contribuições para o enfrentamento à violência contra as mulheres, foi promovida pela Secretaria de Direitos Humanos da UnB (SDH).
A reitora Rozana Naves destacou que as ações de enfrentamento às violências contra as mulheres vêm sendo desenvolvidas desde o início da gestão e foram fortalecidas com o edital da Secretaria de Direitos Humanos. “Gina é uma mulher inspiradora, que leva esse trabalho a tantos espaços, especialmente no campo educacional, de onde as mudanças culturais devem surgir. Também seguimos formando gestores para o enfrentamento ao assédio moral e sexual na Universidade.”
A secretária de Direitos Humanos, Cláudia Renault, ressaltou a importância de pensar a inclusão em sua totalidade e de fortalecer redes de apoio às mulheres na Universidade. “A Universidade de Brasília é, sim, um espaço para discutir a violência contra a mulher. Precisamos ver o outro em sua totalidade e compreender que ninguém caminha sozinho. Formar redes de proteção é fundamental para que possamos respeitar, acolher e garantir a permanência de todas as mulheres em nossa comunidade acadêmica.”
 
A coordenadora de Mulheres da SDH, Rafaella Eloy de Novaes, enfatizou o compromisso da UnB com o enfrentamento à violência de gênero e a importância do projeto Mulheres Inspiradoras como ferramenta de transformação. “O Agosto Lilás e a presença da professora Gina Vieira neste evento reafirmam o compromisso da Universidade com a tolerância zero à violência de gênero e com a construção de redes de proteção à mulher. Este projeto é uma ‘luzinha de esperança’, mostrando que é possível materializar o inédito viável, na perspectiva de Paulo Freire, e avançar na educação em direitos humanos e na formação de uma comunidade acadêmica mais justa e acolhedora”, afirmou.
A representante do Coletivo de Mães da UnB, Yara Lima, relatou sua experiência pessoal com a violência de gênero. “Durante minha gravidez, percebi como a violência de gênero pode se manifestar de forma velada, afetando a permanência das mulheres na universidade. Foi no coletivo que encontrei acolhimento, apoio e inspiração para transformar minha dor em força. Esse espaço é fundamental para garantir que mães possam exercer sua maternidade com dignidade e seguir suas trajetórias acadêmicas e profissionais, reafirmando que a universidade também é nosso espaço e merece nosso respeito”, disse.
PROJETO – Criado por Gina Vieira a partir de sua experiência como professora na região administrativa de Ceilândia, o projeto se inspira na trajetória de sua mãe e na obra de Paulo Freire. A iniciativa é centrada na leitura de biografias escritas por mulheres e sobre mulheres, com o objetivo de provocar as meninas a sonharem e ocuparem espaços para além da subalternidade, além de incentivar os meninos a refletirem sobre o impacto da representação da mulher reduzida a objeto sexual.
O projeto também estimula os estudantes a refletirem sobre as histórias de mulheres inspiradoras em suas próprias vidas, promovendo um resgate de memória que inspira ações transformadoras na comunidade universitária.
 
				   
  
											