Pesquisadores e docentes da Universidade de Brasília, em parceria com a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH) e a Finatec, uniram-se para realizar a tradução do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Estatuto da Juventude para o idioma indígena Ticuna.
O intuito é facilitar o acesso da população indígena a direitos básicos. Segundo dados da Funai, a população Ticuna soma aproximadamente 60 mil pessoas. Além do Brasil, os Ticunas também estão no Peru e na Colômbia.
Entre os dias 11 e 15 de setembro, a UnBTV esteve no município de Benjamin Constant, no Amazonas. Lá, a equipe pôde acompanhar como está o andamento da iniciativa, que visa fabricar um glossário Ticuna-Português/Português-Ticuna.
“A ideia partiu da OEI e da Secretaria da Criança e do Adolescente do MDH. Então, lançou-se um edital nacional, mas só a UnB entrou com um projeto. Não é uma tradução feita por uma só pessoa, como um doutorando, um mestrando ou por dois indígenas. Não. Nós temos 13 colaboradores, inclusive jovens alunos da UnB”, explicou a coordenadora do projeto, professora Ana Suelly Arruda (IL/UnB).
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Essa foi a primeira vez que o grupo formado por professores, linguistas e lideranças reuniu-se presencialmente. Eles debateram os termos que melhor traduzem o ECA e o Estatuto da Juventude, privilegiando as características socioculturais e a língua nativa do povo.
“Muitos pais não conseguem ler em português e muitas crianças têm dificuldades de interpretar informações no idioma. Essa é uma forma que a gente vai levar esse direito para eles. Enquanto o professor está lendo em Ticuna, vai facilitar bastante para elas”, destacou Myrian Pereira Vasques, tradutora e uma das integrantes do projeto.
Saiba mais sobre a visita na matéria da UnBTV:
Com informações da UnBTV.