Já são 25 anos do curso Licenciatura Português do Brasil como Segunda Língua (PBSL) na UnB. Para celebrar, o Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas (LIP) do Instituto de Letras (IL) realizou o evento PBSL Prata da Casa, nos dias 27 e 28 de novembro, com vasta programação sobre ensino, pesquisa e formação de professores e olhar para os futuros caminhos.
Implementado em 1998, o curso já formou mais de mil profissionais que atuam em instituições dentro e fora do Brasil, desempenhando papel crucial no atendimento aos públicos das embaixadas e órgãos internacionais no acesso ao português brasileiro. Além disso, há parcerias que promovem ações de projeto de ensino para atender migrantes e ensinar a língua de acolhimento.
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“Quando eu entrei na primeira turma, tudo era muito novo, muito desbravador. Nosso papel é de vanguarda, porque abrimos portas para o que a gente vê hoje”, comentou a egressa e hoje professora do curso, Janaína Ferraz. Ela externa gratidão em lecionar e orientar trabalhos que disseminam a formação de formadores e demonstram a qualidade da educação pública gratuita.
“Nossos egressos estão espalhados pelo mundo em vários papéis, dando aula de português para estrangeiros em diversos países, em universidades e em centros de estudos brasileiros. Ou lecionando em escolas de educação básica e possibilitando a emancipação de indígenas e surdos, para uma socialização muito mais efetiva e bilíngue”, listou Janaína.
“Esse é um curso pioneiro em âmbito nacional. Vários palestrantes mencionaram como nós somos reconhecidos por esse ineditismo. Então, temos que celebrar nossa história”, afirmou a professora e organizadora do evento, Tábata Yonaha.
PROGRAMAÇÃO – O evento, que reuniu renomados professores e apresentações de pesquisa, destacou os 25 anos de contribuições do PBSL. Na tarde de segunda-feira (27), por exemplo, contou com palestra da vice-coordenadora do programa Português Brasileiro para a Migração Humanitária (PBMIH) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), professora Adelaide Hercília.
Na ocasião, ela salientou o pioneirismo da UnB e apresentou o programa que ela integra. “Eu não poderia deixar de participar desse evento tão importante e aqui falar do nosso programa, que completou 10 anos e nos deixa bastante satisfeitos e felizes”, disse Adelaide.
“Ainda temos muito o que fazer, mas esses projetos deixam claro o papel da universidade pública, especialmente com essa nova configuração geopolítica, com refugiados e migrantes em nosso país”, discorreu a vice-coordenadora.
No Paraná, o PBMIH atende mais de 150 participantes, dentro de cinco níveis de aprendizado em turmas do básico ao avançado. E ainda possibilita o aprendizado simultâneo dos filhos de migrantes que estejam fazendo o curso. O projeto teve início com a migração de haitianos, em 2013, mas expandiu-se e hoje também atende diversos refugiados.
“Temos em uma mesma turma falantes de árabe, espanhol, persa, criolo e iorubá. Essa é a nossa realidade atual, com perfis heterogêneos, que é um desafio para cada aula”, detalhou a professora. Além da história do programa, a docente compartilhou com os presentes metodologias de ensino, material didático e respondeu questionamentos da plateia.
O evento contou ainda com mesa-redonda de egressos, sessão de pôsteres de pesquisa e com a participação dos professores Thiago Chacon, Patricia Tuxi e Daniele Granier.