INOVAÇÃO

Unidade busca acelerar descobertas em saúde, meio ambiente e educação, democratizando o acesso à ciência de ponta

Cerimônia no Auditório da ADUnB reuniu autoridades e marcou o lançamento do Laboratório Multiusuário Institucional de Inteligência Artificial e Supercomputação (LMISup) da UnB. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

A Universidade de Brasília inaugurou seu Laboratório Multiusuário Institucional de Inteligência Artificial e Supercomputação (LMISup), infraestrutura estratégica que reforça o papel de vanguarda da instituição na pesquisa científica no país. O espaço abriga o primeiro cluster de supercomputação da UnB equipado com aceleradores de IA Intel Gaudi, capaz de realizar mais de um quatrilhão de operações por segundo. A cerimônia, realizada no Auditório da ADUnB em 15 de setembro, marcou também o lançamento de um edital para uso do laboratório voltado a grupos de pesquisa, ensino e inovação da UnB.

 

A reitora Rozana Naves lembrou que o LMISup nasce com espírito colaborativo e interdisciplinar. “O que queremos é um laboratório de supercomputação, não de supercompetição. Ele foi concebido para atender pesquisadores de diferentes áreas, do campo da saúde às humanidades digitais, sempre com foco em soberania científica e justiça social”, ressaltou. 

 

O vice-reitor Márcio Muniz destacou a dimensão histórica da iniciativa. “Estamos diante de uma mudança de paradigma. Esse equipamento coloca a Universidade em outro patamar de pesquisa, com capacidade de responder a desafios científicos e sociais de forma inédita”, afirmou.  

 

Para o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, a inauguração representa mais que um avanço técnico: “Quando falamos de inteligência artificial, falamos também de soberania. O país precisa dominar suas ferramentas estratégicas. O LMISup é um passo decisivo nessa direção”.  

 

A expectativa é que o LMISup potencialize resultados em diversas frentes: no campo da saúde, acelerando diagnósticos por imagem e análise genômica; na área ambiental, oferecendo maior precisão a modelos de previsão climática; e em políticas públicas, ampliando a análise de grandes bases de dados. “Estamos diante de um salto tecnológico que permitirá ao Brasil desenvolver soluções próprias, com impacto social e econômico direto”, avaliou o representante do MCTI, Alessandro Campos. 

 

O deputado federal Rodrigo Rollemberg, representante da bancada da ciência e tecnologia no Congresso, ressaltou o papel da UnB como referência nacional. “A Universidade cumpre o sonho de Darcy Ribeiro: ser vanguarda na produção de conhecimento e inovação. Este laboratório permitirá avanços decisivos em biotecnologia, medicamentos, previsões climáticas e tantas outras áreas que impactam diretamente a vida da população brasileira”, disse. 

 

O representante da Intel, Carlos Augusto Buarque, também destacou o caráter histórico da inauguração e a parceria tecnológica com a UnB. “É um orgulho muito grande para nós fazer parte deste momento da ciência brasileira. Pela primeira vez, uma universidade brasileira conta com servidores que utilizam a tecnologia Intel Gaudi para processamento de inteligência artificial, posicionando a UnB na fronteira da pesquisa aplicada. Nosso objetivo é democratizar o acesso à supercomputação e à inteligência artificial no país”. 

 

O projeto é fruto do trabalho conjunto da Comissão de Políticas de Inteligência Artificial e Supercomputação da UnB, com participação do Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), da Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), do Parque Científico e Tecnológico (PCTec) e do Centro Integrado de Pesquisa em Inteligência Artificial (CenIA). Contou ainda com apoio da Intel e de órgãos como o CNPq e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). 

 

EDITAL – Segundo o edital lançado durante a cerimônia, docentes e servidores da UnB vinculados a grupos de pesquisa registrados no CNPq poderão submeter propostas de uso da infraestrutura. Cada projeto selecionado terá até 60 dias de acesso ao cluster, em chamadas voltadas a diferentes áreas do conhecimento, incluindo saúde, meio ambiente, inteligência artificial, ciência de dados, engenharia e humanidades digitais. O edital prevê que a seleção dos projetos será realizada com base em critérios de relevância científica, viabilidade técnica e potencial de inovação, garantindo que os recursos do laboratório sejam aplicados de forma estratégica e eficaz.

 

A iniciativa busca não apenas ampliar a produção científica da UnB, mas também formar pesquisadores capacitados a operar tecnologias de ponta em supercomputação e inteligência artificial, fortalecendo a colaboração entre universidades, centros de pesquisa e setor tecnológico. Com o edital, a Universidade espera criar um ecossistema de pesquisa aberto e interdisciplinar, em que projetos inovadores possam se beneficiar da infraestrutura de supercomputação para gerar soluções aplicáveis à sociedade, contribuir para políticas públicas baseadas em evidências e fomentar avanços em áreas estratégicas para o desenvolvimento do país.

 

 

*Estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.

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