Projeto do estudante do 10° semestre do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo Matheus Rudo acaba de receber menção honrosa no concurso Architectural Visualization #2 promovido pela Architecture Competitions. Com a menção, a UnB subiu no ranking global de arquitetura, alcançando a 104ª posição na lista de melhores escolas de arquitetura do mundo.
Inspirado na arquitetura indígena, o projeto O futuro é guarani, desenvolvido sob orientação da professora Ludmila Andrade, da Faculdade de Arquitetura (FAU/UnB), mistura elementos ancestrais e futuristas. "O projeto consiste em uma série de imagens geradas com base em Inteligência Artificial (IA)", explica Matheus. As imagens, segundo o estudante, foram geradas para que fosse possível visualizar projetos futuristas em estudo. A ideia surgiu quando Matheus preparava uma palestra sobre uso de IA na concepção arquitetônica para estudantes que cursavam a disciplina Projeto Arquitetônico 5.
"Geralmente, quando se quer olhar para o futuro, primeiro se olha para o passado", diz. "Foi quando decidi olhar para a arquitetura indígena brasileira, especialmente a guarani, que é muito rica. Gerei algumas imagens de que gostei muito e acabei explorando diferentes arquiteturas, imaginando seus elementos e como novas ideias e materiais poderiam ser aplicados", conta.
Para ele, por mais que a inteligência artificial assuste em um primeiro momento, "principalmente por ter a capacidade de fazer, com mais eficiência, tarefas que humanos fazem", é preciso entender suas potencialidades e maneiras saudáveis de utilizá-la.
Ele lembra que o uso de algoritmos na geração de formas arquitetônicas não é uma novidade. Em seu projeto, ele explorou o uso de diferentes IAs, como versões do Stable Diffusion e o AI Image Enlarger, para buscar entender como é possível usar esse tipo de tecnologia nos processos arquitetônicos, tema que se tornou objeto de investigação na FAU. "É a pergunta que busco responder com a professora Ludmila em um projeto de iniciação científica", diz Matheus.
A professora Ludmila lembra que, apesar da IA ser uma ferramenta que pode ajudar na hora do projeto, a decisão final será sempre do ser humano. "É realmente entender como a inteligência artificial pode auxiliar no processo de projetação e com isso criar vários cenários que a gente não imaginaria, mas sempre lembrando que quem vai ter a decisão, o senso crítico, escolher qual o melhor caminho, qual a melhor imagem, o que essa imagem representa no que você colocou no seu prompt inicialmente, na expectativa de ser a visualização do seu objeto, vai continuar sendo o ser humano", disse em entrevista para a UnBTV. Assista: