O Hospital Universitário de Brasília, administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HUB-UnB/Ebserh) é, além de instituição fundamental no atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), importante centro de pesquisas na área da saúde. Neste Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico (8), conheça a relevância do HUB-UnB e da Rede Ebserh na área da ciência.
Atualmente o HUB conta com aproximadamente 130 pesquisas científicas em andamento. São trabalhos que vão desde avaliação de segurança e efetividade das vacinas contra covid-19, passando por estudo de rastreio do câncer de colo de útero a partir de testes de HPV, até estudo que avalia o uso da biópsia líquida para o manejo de pacientes com câncer colorretal.
O Projeto MARCO, por exemplo, é um estudo de rastreio do câncer de colo de útero a partir de testes de HPV. Esse estudo testa e desenvolve novas tecnologias para facilitar o rastreio, o diagnóstico e o início oportuno do tratamento, para reduzir a mortalidade por câncer de colo do útero. É fruto de um acordo entre o Ministério da Saúde e o National Cancer Institute (NCI), dos Estados Unidos, e sendo, no Brasil, coordenada pela Fiocruz, envolvendo uma extensa rede de parceiros, como Ebserh, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e diversas instâncias do SUS.
Tornar o diagnóstico de câncer em mulheres mais rápido foi um dos objetivos da tese de doutorado do professor Gustavo Takano, responsável técnico pelo Laboratório de Anatomia Patológica do HUB. “Coletávamos o líquido cavitário [encontrado em cavidades do organismo] de mulheres (com ou sem histórico de câncer) e identificávamos de um jeito rápido e barato, com técnicas simples, o tipo de tumor”, explica Gustavo. O diagnóstico era feito por um algoritmo em apenas três passos. A pesquisa continua em desenvolvimento no HUB.
“O Hospital Universitário se sustenta, especialmente, no tripé assistência, ensino e pesquisa, sendo um dos principais cenários para desenvolvimento e testes de novas tecnologias, importante para o aperfeiçoamento do cuidado dispensado à população e essencial para formação de novos pesquisadores. Assim, o HUB, enquanto Centro de Pesquisas Clínicas, coloca-se como o principal ambiente da Universidade de Brasília para atividade de PD&I em saúde”, explica o chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica do HUB-UnB, Fernando Araújo Rodrigues de Oliveira.
“Enquanto a UnB investe esforços para identificar e desenvolver potenciais inovações em saúde, o hospital dispõe dos cenários e populações que podem se beneficiar dessas tecnologias, possibilitando o desenvolvimento científico e tecnológico de ponta a ponta, desde a bancada do laboratório de pesquisa básica até o leito”, completa Oliveira.
Outro estudo em destaque é o Demonstrador Digital de Odores, desenvolvido pelo otorrinolaringologista Márcio Nakanishi. Esse estudo desenvolve em um tablet um demonstrador digital de odores, que pode ser capaz de antecipar diagnósticos de diferentes doenças, como doenças degenerativas do sistema nervoso central e doenças infecciosas crônicas. O estudo é coordenado pelo HUB-UnB. “Esse dispositivo já está registrado na Anvisa. Estamos em busca de fomento para que seja testado em toda a Rede Ebserh, para depois pleitear sua incorporação ao SUS”, antecipa Fernando Oliveira.
PESQUISAS EM REDE – Os Hospitais Universitários Federais (HUFs), como o HUB, são hospitais-escola, ou seja, instituições de saúde que prestam atendimentos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), mas com a missão de formar profissionais na área da saúde, oferecendo residências, preceptorias e estágios. Neste ambiente desenvolve-se também pesquisas clínicas, acadêmicas e tecnológicas, com profissionais, pesquisadores e docentes altamente qualificados.
Por isso, todos os HUFs têm em sua estrutura organizacional Gerências de Ensino e Pesquisa (GEPs), que abrigam Setores de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica, Unidades de Gestão da Pesquisa e Unidades de Gestão da Inovação Tecnológica em Saúde.
Dentro das GEPs há o PIC (Programa de Iniciação Científica), o PIT (Programa de Iniciação Tecnológica), o NATS (Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde), Comitês de Ética em Pesquisa, Comissões de Extensão, Centros de Ensino Baseado em Simulação ou Centros de Simulação Realística, Unidades de E-saúde, entre outras segmentações voltadas ao fomento das pesquisas.
A partir das pesquisas se originam conhecimentos e ideias que podem ser transformados em produtos, processos e tecnologias, bens culturais e práticas inovadoras e que, por sua vez, irão gerar desenvolvimento e bem-estar à sociedade.