Incorporação de novos equipamentos e tecnologias, ampliação dos serviços de alta complexidade, equilíbrio orçamentário, obras e reformas, novas estratégias para gestão por meio de processos, ações para ampliar e qualificar os ambientes de ensino, pesquisa, inovação e extensão. Os últimos três anos do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB/Ebserh) foram repletos de avanços em todas as áreas. A gestão da Universidade de Brasília vem desempenhando papel fundamental de suporte ao HUB e aprimorando as relações com outras instituições, como a Secretaria de Saúde do DF e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
“A presença da reitora e dos diretores de faculdade no Conselho Executivo proporciona um apoio institucional valioso, facilitando negociações e implementando melhorias significativas”, afirma a superintendente do hospital, Elza Noronha. O conselho é formado pela Governança do HUB, pela reitora Márcia Abrahão, pelos diretores das faculdades de Medicina (FM), de Ciências da Saúde (FS) e de Ceilândia (FCE), além de representantes dos estudantes de graduação e dos residentes.
Há pouco tempo, o mundo vivia uma fase crítica da pandemia da covid-19, momento de medo e incertezas. Desde o início, o HUB atuou de forma ampla no combate à crise sanitária provocada pela doença. O hospital participou de um ensaio clínico nacional para verificar a eficácia da CoronaVac, ofereceu leitos para internações e realizou milhares de testes para detecção do novo coronavírus. Entre as unidades da Rede Ebserh, é a que teve o maior número de projetos de pesquisa e inovação relacionados ao Sars-Cov-2.
Em 2021, o HUB recebeu 15 pacientes de Manaus em uma corrente de solidariedade que envolveu outros hospitais universitários do país. Logo em seguida, houve a inauguração do Laboratório de Diagnóstico Molecular, onde foram realizados testes RT-PCR para diagnóstico da covid-19 de pacientes e funcionários. O espaço processava até 100 exames por dia. Essa experiência ampliou a capacidade de identificação de vírus respiratórios pela unidade de saúde, um legado que permanece. Além do vírus da covid-19, o hospital passou a realizar a detecção conjunta de Influenza A e B e de Vírus Sincicial Respiratório para pacientes com sintomas gripais.
Para garantir um atendimento seguro e de excelência, a gestão reorganizou a infraestrutura e os fluxos de trabalho e adquiriu insumos para atender pessoas com suspeita e confirmação da doença, bem como para acolher a colaboradores em sofrimento. Também foram abertos dez leitos da enfermaria de saúde mental. Em junho de 2021, houve a ampliação para 14 leitos.
Com o fortalecimento das teleconsultas, os serviços de apoio diagnóstico e as consultas ambulatoriais não pararam. Apenas entre junho de 2020 e dezembro de 2021, houve mais de 2,5 mil atendimentos on-line.
“No ano de 2021, continuamos na luta para garantir mais saúde e segurança aos pacientes e colaboradores. Oferecemos o serviço de reabilitação física e pulmonar a pacientes com sequelas do novo coronavírus, além do atendimento a casos suspeitos de reação adversa grave pós-vacina de covid-19”, detalha Elza Noronha.
Já em 2023, com a pandemia sob controle, o HUB continuou a atuar no monitoramento e controle da doença. A unidade fez 398 testes RT-PCR e aplicou mais de 2 mil doses de imunizantes.
GESTÃO – Outro grande marco em 2021 foi a conquista da sustentabilidade financeira do HUB. Só foi possível chegar ao equilíbrio orçamentário depois de uma longa jornada de reorganização de processos de trabalho e avanços no faturamento e na gestão compartilhada, garantindo uma melhor e mais eficiente articulação com o gestor local do Sistema Único de Saúde – no caso do Distrito Federal, a Secretaria de Saúde.
No âmbito da governança e estratégia, o HUB instalou o Escritório de Processos e elaborou o Regimento Interno e o Modelo de Governança por Processos (MGOP), além de capacitar diversas áreas do hospital em gestão por processos e framework Scrum (estrutura para organizar demandas e executar tarefas). Houve também o início do mapeamento das Unidades de Produção (UPs) e das linhas de cuidado prioritárias.
Quanto à infraestrutura, os prédios da instituição passaram por diversas reformas e adequações, em 2021. Um dos destaques é a conclusão da obra de ampliação e modernização das subestações de energia elétrica e do sistema de geração de energia de emergência, garantindo o dobro da capacidade elétrica instalada. Também foi retomada a construção da Unidade da Criança e do Adolescente (UCA), entregue em 2023.
Em 2022, o HUB lançou a nova Carta de Serviços ao Cidadão, com todas as informações necessárias para pacientes, acompanhantes e visitantes do hospital. Nesse mesmo ano, a unidade implementou a sala de situação, que conta com painéis, com dados que auxiliam em análises para subsidiar as tomadas de decisões e melhoram a comunicação com a comunidade.
No primeiro semestre de 2022, o HUB deu início a sessões de diálise diária em pacientes selecionados. A medida reduz complicações a médio e longo prazo. Houve também a ampliação do serviço de radioterapia por meio da ativação do terceiro turno.
O hospital realizou a aquisição de importantes equipamentos médico-hospitalares de última geração, como aparelhos de densitometria óssea, litotripsia e automatização da imunohistoquímica. Este último proporciona mais efetividade na realização de diagnósticos de agentes infecciosos.
Houve expansão na oferta dos procedimentos de cateterismo e angioplastia. Novos turnos de atendimento da hemodinâmica resultaram em uma redução significativa da fila de espera no DF. Teve ainda a implementação de novos procedimentos de cardiologia com eletrofisiologia para tratamento de arritmia cardíaca. O HUB conseguiu aumentar o número de arteriografias de membros e implantes de permcath – cateter de longa permanência – em pacientes de hemodiálise.
No final de 2023, o HUB consolidou mais um marco em sua trajetória de excelência assistencial, aliada à produção de ensino, pesquisa e extensão, ao realizar o primeiro transplante adulto de medula óssea autólogo feito 100% por meio do SUS no DF. Nesse procedimento, as células vêm do próprio paciente a ser transplantado. O paciente era acompanhado desde 2019.
Este feito, somado aos 107 transplantes de rins e córneas realizados no primeiro semestre de 2023, destaca a posição do HUB como uma das maiores unidades de saúde do DF. No mesmo período, foram quase 120 mil consultas e 170 mil exames.
Em 2022, o hospital destacou-se ao realizar o maior número de transplantes renais no DF, sendo responsável por 32 cirurgias feitas na região. Somente no primeiro semestre de 2023, houve 44 transplantes renais e 63 de córnea. A Unidade de Transplante do HUB, inaugurada em 2006, já acumula cerca de 900 cirurgias bem-sucedidas.
EDIFICAÇÕES – Os investimentos em incorporações de equipamentos e na estrutura física incluem a construção de novos prédios. No primeiro semestre de 2023 ocorreu a entrega da Unidade da Criança e do Adolescente (UCA), tão aguardada pela população em geral. A primeira fase do plano de ocupação, que ocorreu entre junho e julho de 2023, transferiu os serviços pediátricos do Ambulatório 1, com 30 consultórios, da enfermaria pediátrica, com 20 leitos, da brinquedoteca e das salas de aula. A UTI neonatal também foi movida para o novo prédio.
“Um dos nossos maiores ganhos no primeiro semestre de 2023 foi a entrega de uma obra muito esperada pela comunidade em geral: a Unidade da Criança e do Adolescente (UCA). Um prédio totalmente novo, com quatro andares e possibilidade de ofertar diversos serviços que irão beneficiar pacientes no Distrito Federal e Entorno”, afirma Elza Noronha.
Outra entrega foi a reforma e ampliação da Central de Materiais Esterilizados e de distribuição de roupas. O espaço é responsável pelo preparo de materiais para esterilização e higienização dos equipamentos e suprimentos médicos. Com a reforma, o local está em total conformidade com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A área passou de 185m² para 527m². Já a Central de Distribuição de Roupas é responsável pelo enxoval para pacientes e itens privativos para os profissionais. As melhorias possibilitaram a ampliação do espaço físico, que passou de 120m² para 246m².
Entre 2021 e 2023, o aporte para investimento soma R$ 53,4 milhões. Sendo que em 2022 houve o maior volume de recursos: R$ 23,4 milhões. O empenho do orçamento de custeio vem aumentando ano a ano. Passando de R$ 93,9 milhões, em 2021, para R$ 115,2 milhões em 2023. Proveniente do governo federal, o dinheiro é usado para garantir o funcionamento do HUB, fazer modernização da unidade, promover a atenção à saúde da população, fomentar ações de ensino e pesquisa, entre outros.
Os investimentos em incorporações de equipamentos e na estrutura física incluem a construção de novos prédios, como é o caso da UCA, do Centro de Pesquisa Clínica e Molecular Marco (Manejo do Risco de Câncer Cervical) e a ampliação da Central de Materiais Esterilizados e de distribuição de roupas. Entre 2021 e 2023, o aporte de recursos somou R$ 53,4 milhões.
CUIDADO – O cuidado oferecido à sociedade do DF e do Brasil está alinhado ainda à missão de formar profissionais de qualidade e humanizados. Cerca de 1,2 mil estudantes passam pelo HUB a cada semestre.
“Avançamos na organização dos cenários e na incorporação de ferramentas para a telessaúde e nas iniciativas de inovação”, reforça Elza Noronha, que salienta o suporte do Parque Científico e Tecnológico (PCTec) da UnB na implementação de novas tecnologias. “Tudo isso contribui para que a gente possa trazer um grande aporte de recursos humanos e tecnológicos para ofertar os serviços de qualidade para o sistema público de saúde”, completa a superintendente.
O professor da Faculdade de Medicina Ricardo Martins, integrante do Serviço de Pneumologia do hospital, salienta que o local é “um campo de ensino prático para as faculdades da área de saúde da UnB, bem como para diversas outras faculdades e institutos da Universidade”.
“Os avanços na área de ensino e pesquisa no HUB são imensos, graças ao empenho da superintendência e de sua equipe de governança, com destaque para a Gerência de Ensino e Pesquisa. Isto é espelhado nas diversas reformas que são feitas no hospital, onde sempre há um espaço para o ensino”, acrescenta Martins. Atualmente, há 96 pesquisas em andamento no hospital.
O médico Igor Leonardo Caetano faz residência em clínica médica adicional no HUB. Graduado por uma universidade do Piauí, ele é um dos 222 residentes que atuam na unidade de saúde.
“É um hospital sensacional, que nos proporciona várias possibilidades de ensino e oferece um ambiente muito fácil para aprender. A gente consegue crescer bastante. Sempre indico para colegas virem estudar aqui. Sou muito feliz por estar no hospital. Quero, inclusive, continuar nele”, conta.
De janeiro a junho de 2023, foram mais de 4,3 mil pacientes atendidos e tratados pela quimioterapia e radioterapia no hospital. No mesmo período, 7.062 sessões de diálise foram feitas, com auxílio de novas tecnologias e com abordagem humanizada dos profissionais. Em média, a cada ano, são feitas 17 mil orientações farmacêuticas e 1,5 mil consultas.
Diagnosticada em 2021 com câncer, Valéria Dias tem um imenso sentimento de gratidão pelo cuidado que recebe no Hospital Universitário. “O HUB, para mim, é um hospital referência em Brasília e no Brasil. Na oncologia, onde faço meu tratamento, toda a equipe é humanizada, educada, carinhosa e dedicada, desde a recepção até a quimioterapia e a radioterapia”, elogia. Aos 61 anos, a paciente também retira os medicamentos que precisa na farmácia do hospital. “Gratidão, HUB, por existir e por me tratar tão bem.”
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