PRONTUÁRIO AFETIVO

Papel com informações sobre gosto musical e hábitos de pacientes são fixados nos leitos da enfermaria do Hospital Universitário

Elaboração do prontuário afetivo é iniciativa coordenada pela Comissão de Humanização do HUB. Imagem: Ascom/HUB

 

No último domingo (28), a médica Isadora Jochims estava de plantão na enfermaria que atende pacientes com covid-19 no Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB). Ao entrar em contato com familiares para passar o boletim diário, decidiu fazer uma pergunta: “Se a sedação reduzir e ele despertar, o que ele gostaria de ouvir?”. Foi assim que surgiu a ideia de criar o “prontuário afetivo”. A resposta do familiar foi colocada em uma folha de papel e fixada no leito do paciente para que todos da equipe tivessem acesso.

 

No papel, tem informações como o tipo de música que o paciente gosta, o time de futebol que ele torce, o que gosta de fazer e as pessoas da família que esperam por ele. “O paciente deixa de ser apenas um número e passa a ser uma pessoa que tem gostos, família, hábitos. Isso humaniza o cuidado e muda a relação dos profissionais com o paciente”, explicou Isadora Jochims.

 

A iniciativa já teve resultado. A médica contou que um paciente reagiu com a interação de profissionais, a frequência cardíaca aumentou e ele se movimentou. A resposta também veio da equipe, que cantou para os pacientes e criou um novo ambiente de trabalho. “Quando pensamos que o paciente é o amor de alguém, temos que cuidar como se fosse um ente da nossa família, estamos tentando personificar o atendimento”, afirmou a enfermeira Dayani Adami, que aderiu à iniciativa.

 

O HUB, hospital vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh/MEC), tem uma área exclusiva para atendimento de pacientes com covid-19. O espaço conta com 40 leitos de enfermaria. “É um ambiente muito desgastante para a equipe e, principalmente, para o paciente. Fazer esse resgate da história de vida dele, mesmo em uma situação em que ele esteja privado de autonomia, torna o atendimento mais humano”, reforçou o chefe do Setor de Urgência e Emergência do HUB, José Fábio Neves.

 

HUMANIZAÇÃO – A médica Isadora Jochims faz parte da Comissão de Humanização do HUB, que acompanha e coordena a ação. O grupo foi criado em 2018 e conta com cerca de 15 profissionais de diversas áreas do hospital. O objetivo da comissão é desenvolver ações de valorização do trabalhador, escuta qualificada e acolhimento de pacientes baseadas na Política de Humanização do SUS e na Diretriz Ebserh de Humanização.

 

Isadora também é artista visual e, além do prontuário afetivo, fez algumas intervenções artísticas na enfermaria para deixar o ambiente mais agradável. “Humanizar o cuidado e os espaços em tempos tão difíceis contribui na motivação dos profissionais e aprimora a qualidade da assistência”, garantiu a presidente da comissão, Silvia Furtado.

 

Outra iniciativa da comissão durante a pandemia foi a criação do Projeto Cuidar, para fortalecer a saúde mental dos profissionais do hospital. O programa conta com a participação de psiquiatras, psicólogos, farmacêutica, terapeuta ocupacional e profissional de educação física e oferece os seguintes serviços aos trabalhadores: atendimento psicológico e psiquiátrico, relaxamento, alongamento, circuito de exercícios, meditação, radiestesia e radiônica, acupuntura e auriculoterapia.

 

 

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