O Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) abriu mais 30 leitos de enfermaria covid-19 na última terça-feira (23). Somados aos dez leitos já existentes, agora são 40 vagas de internação exclusivas para o tratamento do novo coronavírus, além de dois leitos de terapia intensiva (UTI). Todos têm suporte de oxigênio e equipamento para realização de hemodiálise.

A ampliação da capacidade atende à solicitação da Secretaria de Saúde (SES-DF), já que o Distrito Federal registra aumento crescente da ocupação de leitos em razão da pandemia. A estrutura foi preparada na Unidade de Pronto-Socorro (UPS), após ser transformado novamente em uma ala 100% covid-19. Os pacientes estão sendo encaminhados pelo Complexo Regulador da SES-DF. Se houver necessidade, o HUB conta com respiradores para manter os casos mais graves em ventilação mecânica até que seja possível a transferência para um leito de UTI.

A equipe que cuida da enfermaria covid é formada por cerca de 140 colaboradores, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas. A expectativa é contratar mais profissionais com a convocação de aprovados em concurso público e nos processos seletivos emergenciais realizados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh/MEC).

SERVIÇOS DE RETAGUARDA – O HUB também aumentou o número de salas de parto e leitos para a internação "não covid" de crianças, adolescentes e mulheres no pós-parto, apoiando a Secretaria de Saúde na liberação de leitos exclusivos para a doença em outros hospitais. São 63 vagas, incluindo pediatria, maternidade e emergência obstétrica.

Outros 115 leitos para casos que não sejam de covid-19 funcionam como retaguarda para a SES-DF, distribuídos na UTI Adulto (19), UTI Neonatal (dez), Clínica Geral (66), Pronto-Socorro (dez) e enfermaria para quem recebe alta de UTI (dez). Ao todo, são 178 leitos para o tratamento de outras doenças que ajudam a liberar vagas nos hospitais da rede pública.

O serviço de hemodiálise, que quadruplicou a capacidade de atendimento em 2020, passando de 32 para 120 pacientes, também contribui para desafogar o sistema de saúde, já que muitos pacientes ocupavam leitos de terapia intensiva para realizar o tratamento.

MUDANÇAS NO FUNCIONAMENTO – Para que a abertura de mais leitos covid fosse possível, o HUB realizou uma força-tarefa na reorganização dos serviços. Os pacientes sem coronavírus que estavam internados no Pronto-Socorro foram transferidos para a enfermaria que fica no segundo andar da Unidade 1 do HUB, onde passaram a funcionar 20 leitos, sendo dez do PS e dez para pacientes que recebem alta da UTI.

Desde segunda-feira (29), as cirurgias não emergenciais e parte das consultas ambulatoriais estão suspensas. A medida vale inicialmente até 11 de abril e serve para diminuir o consumo de insumos e equipamentos de proteção individual (EPIs) nessas áreas e remanejar profissionais de saúde para as alas de internação. Os pacientes estão sendo comunicados por telefone e terão os atendimentos reagendados quando for possível retomar esses serviços.

Nesse período, estarão mantidos os serviços de oncologia (radioterapia, quimioterapia, consultas e procedimentos odontológicos), exames laboratoriais e de imagem, procedimentos da hemodinâmica (angioplastia e cateterismo), entrega de medicamentos na Farmácia Escola e consultas ambulatoriais agendadas em pré-natal e puerpério de alto risco, psiquiatria e hematologia oncológica.

HISTÓRICO DE ATENDIMENTO – Desde o início da pandemia, em março de 2020, o HUB tem atuado como retaguarda da Secretaria de Saúde, recebendo pacientes com outras doenças, além do novo coronavírus, e ajudando a liberar leitos de UTI nos hospitais públicos do DF. Os dez primeiros leitos de enfermaria covid foram abertos no Pronto-Socorro em abril de 2020. Em julho, o espaço chegou a ter 40 vagas, sendo 20 deles de UTI. Esse número aumentou e diminuiu conforme as necessidades da população ao longo da pandemia.

Já em janeiro de 2021, o HUB preparou-se novamente com 20 leitos de enfermaria e recebeu 15 pacientes de Manaus que esperavam pelo atendimento na capital amazonense. A Operação Manaus foi uma ação coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Força Aérea Brasileira (FAB), com a parceria do Ministério da Educação, por meio da Ebserh/MEC, que disponibilizou mais de 200 leitos em todo o país nos hospitais universitários.

INVESTIMENTO – Para preparar essa estrutura e garantir o atendimento, a Ebserh repassou ao HUB, em 2020, R$ 1,7 milhão para ações de custeio, como compra de medicamentos e EPI, e R$ 2,7 milhões para a aquisição de equipamentos, como respiradores e monitores. A empresa também realizou três processos seletivos emergenciais, o que garantiu a contratação temporária de 199 profissionais de saúde somente no HUB. São médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeutas que reforçam o atendimento aos pacientes com covid-19. Em toda a rede Ebserh, foram contratados em torno de 5 mil profissionais.

TRIAGEM DE COLABORADORES – Com o aumento de leitos covid, a avaliação de colaboradores com sintomas de covid-19 passou a funcionar no ambulatório 2, em consultório localizado na otorrinolaringologia. Antes, o serviço era realizado no Pronto-Socorro. O posto de triagem funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h.

Os funcionários que precisam do atendimento devem informar o agente de portaria na entrada do ambulatório 2. A coleta de amostra (swab) é feita somente a partir do terceiro dia após aparecimento dos sintomas. Antes desse prazo, há chance de o exame RT-PCR não detectar a doença.

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