ALÉM DA VACINA

Primeiro caso confirmado de covid-19 no país foi em 26 de fevereiro. De lá pra cá, HUB atuou em pesquisa, capacitação e atendimento

 

Antes mesmo do primeiro caso confirmado do novo coronavírus no Brasil, o Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) já se preparava. Foto: Mariana Costa/Secom UnB

 

Os últimos meses foram de muito trabalho e inúmeros desafios. Antes mesmo do primeiro caso confirmado do novo coronavírus no Brasil, o Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB) já se preparava para o que estava por vir. No dia 26 de fevereiro, o Ministério da Saúde divulgou o primeiro diagnóstico positivo de covid-19 no país. Durante esses seis meses, o HUB conseguiu capacitar profissionais, participar de projetos de pesquisa que contribuem no enfrentamento da doença e oferecer um atendimento de qualidade para a população.

 

"Com o trabalho de todos, conseguimos apresentar um resultado positivo e satisfatório nesses seis meses de pandemia. Vamos continuar trabalhando e cumprindo nosso objetivo de proteger os profissionais e oferecer um atendimento de qualidade", afirma a superintendente do HUB, Elza Noronha. 

 

TREINAMENTOS – O primeiro passo foi preparar os profissionais. O Setor de Vigilância em Saúde (SVS) realizou 116 treinamentos, entre 6 de fevereiro e 18 de agosto, e já há outros agendados. Nesse período, mais de 1.400 profissionais foram capacitados em diversos temas, como uso correto de equipamentos de proteção individual (EPIs), paramentação e desparamentação, transporte de pacientes, cuidados com o corpo após a morte e coleta e transporte de amostra de swab.

 

A Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) também oferece treinamentos para profissionais, residentes e internos do hospital. Até o final de julho, foram mais de 1.100 vagas e os cursos são realizados no Serviço de Simulação Realística. As capacitações abordam temas como ventilação mecânica, cuidados na assistência à parada cardiorrespiratória, intubação traqueal, coleta de swab e aspiração de vias aéreas. Também foram treinados 45 voluntários da Força Nacional, em uma parceria do HUB com o Ministério da Saúde.

Serviço de telessaúde à população indígena conta com consultas em saúde mental e diversas especialidades, orientações sobre covid-19 e discussões em grupo. Foto: Divulgação

 

ATENDIMENTO – O HUB criou uma área exclusiva para atender os pacientes com covid-19, chamada Unidade de Manejo da Síndrome Respiratória Aguda Grave (USRAG). Atualmente, o espaço conta com dez leitos de UTI e dez de enfermaria. Até o final de julho, A USRAG atendeu 264 pacientes encaminhados de outros hospitais da rede pública do Distrito Federal, pacientes ambulatoriais ou internados no próprio HUB.

 

O Hospital Universitário também criou seis postos de triagem para avaliar se pacientes e acompanhantes apresentam sintomas do novo coronavírus antes de serem encaminhados para o atendimento agendado. Um deles também recebe funcionários do hospital com sintomas.

 

Até agora, cerca de 60 mil usuários e mais de 4 mil trabalhadores passaram pelos postos de triagem. Se o caso for considerado suspeito, é realizado o teste de diagnóstico da doença (RT-PCR). Cerca de mil pessoas já coletaram amostra para realização do exame. 

 

Para atender os pacientes que precisam de atendimento em outras especialidades, o HUB adotou o serviço de telessaúde. O Ambulatório de Saúde Indígena passou a acolher as comunidades indígenas do Distrito Federal e estudantes da Universidade de Brasília (UnB) por meio de plataformas virtuais. Profissionais de diversas especialidades, como cardiologia e psiquiatria, também oferecem atendimento virtual.

 

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O hospital também fez mudanças no serviço de hemodiálise. Desde o início da pandemia, o HUB passou a receber pacientes encaminhados pela Secretaria de Saúde (SES-DF) e mais que dobrou a capacidade de atendimento, que passou de 32 pacientes para 78. Com isso, a instituição ajuda a liberar mais leitos de UTI em outros hospitais da rede pública do Distrito Federal.

 

PESQUISAS – O HUB é o hospital da rede Ebserh com o maior número de projetos de pesquisa relacionados ao novo coronavírus. Atualmente, o hospital participa de mais de 40 estudos, realizados no próprio HUB ou em multicêntricos. A maioria das pesquisas foi idealizada pelo Comitê de Pesquisa em covid-19 do HUB, criado no final de março e formado por cerca de 30 profissionais e professores da UnB.

 

Um dos estudos que está em andamento é a pesquisa clínica que testa a eficácia da vacina contra covid-19 desenvolvida pela farmacêutica Sinovac Biotech. O Distrito Federal é um dos 12 centros no Brasil que participam da fase 3 da pesquisa, chamada PROFISCOV e coordenada pelo Instituto Butantan. Os testes já começaram e o cadastro dos profissionais de saúde que quiserem ser voluntários está aberto.

 

O HUB também participa de uma pesquisa que pretende usar o plasma sanguíneo de pacientes curados para contribuir na recuperação de quem está internado por complicações da doença. Em outro estudo, o HUB recebe gestantes curadas da covid-19 para analisar os efeitos do vírus durante a gestação, parto, puerpério e no recém-nascido. A saúde mental dos residentes durante a pandemia também está sendo avaliada em uma pesquisa chamada Force Fellow.

 

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HUB participa de pesquisa com plasma sanguíneo de pessoas recuperadas de covid-19. Foto: André Borges/Agência Brasília

 

REFORÇO – Para apoiar as equipes durante a pandemia, o HUB contratou 113 profissionais temporários por meio de dois processos seletivos emergenciais realizados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Também foram contratados outros cinco profissionais aprovados em concursos públicos da Ebserh.

 

O HUB também criou um banco de voluntários para atuar no hospital nesse período. Foram cadastrados médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos e profissionais de diversas áreas interessados em contribuir no combate ao coronavírus. Até agora, 22 voluntários já foram chamados e estão atuando no hospital.

 

PROTEÇÃO DOS TRABALHADORES – Para monitorar a saúde dos trabalhadores, foi implantado o projeto Vigilância Ativa, realizado em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). Todos os funcionários cadastrados respondem diariamente um formulário sobre as medidas de prevenção adotadas no local de trabalho e se apresentam algum sintoma relacionado ao coronavírus. A iniciativa faz parte do projeto de extensão da UnB chamado Sala de Situação, que já fazia o acompanhamento epidemiológico de outras doenças e agora monitora a covid-19 na UnB e no HUB para evitar que o vírus chegue no ambiente de trabalho e na comunidade.

 

Em junho, o HUB também deu início a realização do teste rápido para covid-19 em todos os profissionais assintomáticos. Foram convocados mais de 3,1 mil trabalhadores, entre empregados, servidores, terceirizados, professores, residentes, estudantes e voluntários. Mais de 2,1 mil foram testados. Agora, quem ainda não fez o exame, ou fez apenas uma vez e não teve nenhum resultado positivo para covid-19, pode agendar o teste rápido. A testagem é facultativa e já abrangeu todas as áreas do HUB.

 

INVESTIMENTOS – Durante a pandemia, o HUB recebeu R$ 10,4 milhões da Ebserh para investimento e custeio. O recurso foi usado para a compra de EPIs, medicamentos, kits diagnósticos, produtos para saúde e equipamentos, como ventiladores mecânicos, monitores e exaustores. A verba contribuiu, por exemplo, para preparar a estrutura da área de atendimento exclusivo para pacientes com covid-19 e garantiu a manutenção e recuperação de equipamentos, como respiradores mecânicos.

 

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