O Hospital Universitário de Brasília (HUB/UnB) realizou o primeiro transplante de medula óssea 100% feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Distrito Federal. A realização do procedimento inédito na rede pública do DF ocorreu em etapas, entre o fim de novembro e início de dezembro de 2023. O tipo de transplante feito foi o autólogo, quando as células doadas são retiradas do próprio paciente e transplantadas de volta.
Essa é uma importante conquista para o Hospital e abre portas para que mais pacientes tenham acesso ao tratamento, como destaca a superintendente do HUB e professora da Faculdade de Medicina Elza Noronha. “Este é um grande marco para nossa instituição e para o SUS do Distrito Federal. Com o apoio e parceria da UnB e Ebserh, consolidaremos o nosso centro de transplantes, ofertando cada vez mais tratamentos de ponta para a população”, vislumbra. O hospital já realiza transplantes de rins e de córneas.
Vitória também para a formação e habilitação dos residentes em Hematologia e Hemoterapia. Ao longo da especialização, esses estudantes precisam atuar no acompanhamento ambulatorial e aprender o manejo de pacientes que sejam candidatos e que já realizaram o transplante. “É uma residência muito boa porque ela alia tanto a parte acadêmica quanto a parte hospitalar. Para nós é muito bom, pois conseguimos fazer as duas coisas ao mesmo tempo e de maneira integral”, compartilha Sofia Dosadores, residente do programa.
NOVA CHANCE PARA VIVER – Gilmar Moreira Bomfim, de 48 anos, é o paciente transplantado. Ele é trabalhador da construção civil e descobriu o câncer em 2019, quando procurou especialista para investigar uma dor de ouvido. Exames detectaram e diagnosticaram o nódulo. “Primeiro foi descoberta a amiloidose na orofaringe. Quando eu cheguei aqui no HUB, fizemos uma biópsia de medula e constaram também o mieloma múltiplo”, relembra Gilmar.
O mieloma múltiplo é um câncer do sangue, nas células produtoras dos anticorpos. Ele é tido como uma doença incurável. O transplante de medula associado à quimioterapia pode melhorar a resposta ao tratamento e aumentar o tempo de vida do paciente.
“Retiramos células do corpo do paciente e damos uma alta carga de quimioterapia nele. Depois que passa o efeito dessa carga, colocamos as células tronco de volta via transfusão de sangue. Como essa célula não recebeu a alta carga de quimio, quando colocada de volta consegue fazer uma restituição rápida do sangue, em torno de 10 a 12 dias”, explica a professora Flávia Dias Xavier, chefe da unidade de Hematologia e Hemoterapia do HUB.
Confira a seguir a matéria da UnBTV sobre o assunto:
*com informações da Comunicação Ebserh.