CAMPUS CEILÂNDIA

Primeiro a ser criado na região Centro-Oeste, PPGCR comemora desenvolvimento de projetos inovadores com impacto positivo na rede de saúde

Primeira turma do PPGCR cursando a disciplina Prática baseada em evidências. Foto: Divulgação

 

O Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da Faculdade de Ciências e Tecnologias em Saúde (PPGCR/FCTS), no campus UnB Ceilândia, acaba de completar dez anos. Aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em 2015, a primeira turma iniciou as atividades em 2016.

 

O programa foi o primeiro do gênero a ser implantado na região Centro-Oeste com o objetivo de formar e qualificar recursos humanos para o desenvolvimento de atividades de ensino e pesquisa, além de disseminar a prática clínica baseada em evidências científicas no campo das ciências da reabilitação.

Pesquisa em equoterapia desenvolvida no PPGCR ajudou a criar programa que é hoje referência no país, voltado para crianças com dificuldades no desenvolvimento da linguagem oral. Foto: Divulgação

 

“Nesse sentido, buscamos formar profissionais críticos, independentes e capacitados para aplicar as melhores evidências na prática diária. Esse eixo de formação tem sido essencial para preparar profissionais sensíveis às crescentes demandas em saúde e comprometidos com a atualização constante”, diz o professor Rodrigo Carregaro (FCTS), primeiro coordenador do PPGCR.

 

O impacto, segundo ele, é evidenciado pela constante procura de profissionais interessados na formação, incluindo integrantes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), da Rede Sarah de Reabilitação, do Ministério da Saúde e de outras instituições.

 

“Uma das principais motivações para a criação do curso foi a consolidação do campus UnB Ceilândia, criado em 2008. Um grupo de docentes identificou maturidade científica e um contingente de pesquisadores doutores de áreas como Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, aptos a iniciar atividades de ensino e pesquisa em nível de pós-graduação”, conta.

 

Outro fator relevante, aponta ele, foi a inexistência, à época, de cursos nessa área na região.“De certo modo, fomos pioneiros e contribuímos para a expansão da pós-graduação em áreas incipientes, alinhando-nos à política da Capes de ampliar a oferta de qualificação stricto sensu nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil”, destaca.

 

“O principal desafio do PPGCR nos próximos anos é a implantação do curso de doutorado”, destaca o professor e ex-coordenador João Luiz Durigan (FCTS). “Essa evolução fortalecerá a representatividade da Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional no cenário da pós-graduação brasileira, consolidando a excelência das Ciências da Reabilitação tanto em âmbito nacional quanto internacional”, acredita.

 

Sete docentes, todos da FCTS, já estiveram à frente do PPGCR quando puderam deixar diferentes contribuições para a evolução do programa: Rodrigo Luiz Carregaro (2015-2017), João Luiz Durigan (2017-2018), Laura Mangilli (2018-2019), Ana Cristina de Jesus Alves (2019-2020), Aline Martins de Toledo (2020-2022), Patrícia Garcia (2022-2024) e Letícia Celeste (2024-atual).

Primeira reunião do colegiado do PPGCR. Da esquerda para a direita: Felipe Mendes, Rodrigo Carregaro, Aline Toledo, Ana Cristina Alves, Wagner Martins, Rita Durigan, Diana Pinho, Emerson Martins, Graziella Cipriano, Lídia Bezerra, Araken Werneck, João Durigan e Gerson Cipriano. Foto: Divulgação

 

INOVAÇÃO E CUIDADO – Concentrado na área de Fundamentos da avaliação e intervenção em reabilitação, o PPGCR tem duas linhas de pesquisa: Aspectos biológicos, biomecânicos e funcionais associados à prevenção e reabilitação; e Tecnologia assistiva e de reabilitação.

 

Formado por professores da Faculdade de Ciências e Tecnologias em Saúde da UnB em cooperação com instituições no Brasil e exterior, o programa tem 13 laboratórios de pesquisa e 18 projetos em andamento. Atualmente, 11 grupos de pesquisa estão vinculados ao PPGCR. Covid-19, envelhecimento humano, saúde da criança e da mulher, tecnologias assistivas, doenças musculoesqueléticas, neurológicas e cardiopulmonares são alguns dos temas pesquisados.

 

Em dez anos, o programa formou mais de uma centena de mestres e apresentou um crescimento no número de docentes credenciados e de produções bibliográficas. “Estes resultados contribuem para o fortalecimento da pós-graduação stricto sensu da Universidade, para a formação e qualificação de profissionais e avanços no atendimento à população do DF e região”, destaca a ex-coordenadora Aline Toledo.

 

Outro resultado é o desenvolvimento de produtos inovadores, como é o caso da máscara Vesta, fabricada durante a pandemia de covid-19, em parceria com o poder público, setor privado e diferentes centros de pesquisa.

 

>> Leia: Máscara Vesta é oficialmente lançada

Pesquisadores criaram uma versão inovadora e 100% nacional da máscara PFF2 que utiliza substância extraída da casca de crustáceos em sua confecção. Além do PPGCR, o projeto envolveu outros centros de pesquisa no Brasil e exterior, poder público e iniciativa privada. O produto é hoje comercializado por uma empresa em São Paulo. Foto: Divulgação

 

“O programa se tornou referência em pesquisa e inovação, sempre buscando integrar ensino, ciência e prática clínica de forma dinâmica e acessível”, ressalta o diretor da FCTS, João Paulo Chieregato. “Isso só tem sido possível graças ao comprometimento dos docentes, secretários e discentes que trabalham com enorme dedicação em suas pesquisas para a formação de mestres engajados nos desafios do dia a dia”, observa. O professor destaca que o PPGCR se fortalece a cada ano e o impacto crescente que gera na sociedade, “levando conhecimento e cuidado a quem mais precisa”, já é um indicativo de sucesso e do que pode ser esperado no futuro.

 

A professora Patrícia Garcia, também ex-coordenadora do curso, reitera que o PPGCR tem se consolidado como um centro de produção científica de alto impacto, contribuindo para a reabilitação e a qualidade de vida da população.

 

“Nos últimos anos, diversas pesquisas do programa se destacaram pelo rigor metodológico e pela aplicabilidade na prática clínica e em ações estratégicas para a reabilitação. Isso se reflete no crescimento expressivo da nossa produção acadêmica, com um aumento superior a 100% em publicações, na colaboração entre docentes, discentes e egressos, e na participação em eventos científicos”, aponta.

 

Orientada pela professora Patrícia Garcia, a fisioterapeuta do pronto-socorro do Hospital de Base em Brasília Luciana Sousa é um exemplo de como o programa de pós em Reabilitação representa avanços não só para a trajetória profissional dos alunos e em termos de descobertas científicas, mas também para a qualidade dos serviços de saúde prestados à população.

 

“O mestrado foi um divisor de águas na minha trajetória profissional. Além de todo o conhecimento adquirido, a experiência trouxe um amadurecimento técnico e pessoal inestimável, reafirmando minha paixão pela área e fortalecendo minha visão de futuro”, diz.

 

Luciana investigou como o risco de sarcopenia (condição músculo-esquelética que leva a redução de força, desempenho e massa muscular), avaliado na admissão hospitalar, influencia desfechos clínicos importantes, como tempo de internação, necessidade de ventilação mecânica e mortalidade nos hospitais. Os dados foram coletados no Centro Neurocardio do Hospital de Base/IgesDF, envolvendo 160 idosos internados por doenças cardiovasculares.

 

A identificação precoce do risco de sarcopenia em idosos cardiopatas pode direcionar intervenções de reabilitação intra-hospitalar, minimizando complicações e desfechos negativos. “E, após a alta, esses pacientes devem ser encaminhados para programas de reabilitação cardiovascular, reduzindo o risco de sarcopenia e prevenindo novas internações”, diz a profissional.

 

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.