Projetos em andamento no Programa de Pós-Graduação em Ciências e Tecnologias em Saúde da UnB estão à procura de voluntários para realização de exames cardiorrespiratórios gratuitos na Faculdade UnB Ceilândia (FCE). As iniciativas são voltadas a públicos específicos e envolvem testes como eletrocardiograma, espirometria e eletromiografia, além de avaliações funcionais, de circunferência e de equilíbrio. A meta é alcançar 270 voluntários em cada pesquisa.
Elaborar um protocolo de exercícios com ênfase cardiovascular e respiratória é perspectiva de dois estudos conduzidos pela doutoranda Bruna Sousa e coordenado pela professora da FCE Vera Regina Marães. Um é direcionado a pessoas portadoras de HIV; outro, a pacientes com insuficiência renal ou que tenham passado por transplante renal.
Segundo a estudante da UnB, são grupos com alta prevalência de comprometimentos cardiovasculares. "Estamos investigando a possibilidade de identificação precoce de acontecimentos cardiovasculares nessas populações", aponta.
Pesquisas já demonstram que a incidência de doenças do tipo em pessoas soropositivas chega a ser duas vezes maior do que naquelas não infectadas; já entre a população com doenças renais crônicas é a principal causa de óbito.
Os exercícios físicos são uma das melhores forma de prevenção às doenças cardiovasculares entre estes públicos. Isso porque, de acordo com Bruna, oferecem "melhora na condição hemodinâmica e também contribuem para melhor respiração, força muscular e equilíbrio".
Para elaborar um protocolo de práticas adequadas para cada paciente, a doutoranda pretende identificar, a partir dos exames, a condição física dos voluntários. "Esses exames permitem a identificação do melhor exercício físico a ser utilizado com objetivo de reabilitação cardiovascular. É possível determinar a frequência cardíaca de treinamento e risco cardiovascular", explica.
PROTEÇÃO NA DIREÇÃO – Bruna Sousa também é pesquisadora no projeto SafeRoad, cujo o foco é criar roupa capaz de minimizar danos como fraturas e lesões em acidentes com motociclistas. A pesquisa é desenvolvida pela FCE juntamente à Faculdade UnB Gama (FGA), sob coordenação do professor Manuel Barcelos, que atua na parte de inovação para criação do traje, e também da docente Vera Regina Marães, à frente do trabalho de avaliação em saúde.
A ideia é que a vestimenta seja produzida com material flexível, de baixo custo e com alta reprodutibilidade. Para auxiliar na concepção, a iniciativa coletará dados cardiovasculares de motociclistas.
"Os aspectos cardiovasculares são importantes para analisarmos o peso da roupa a ser desenvolvida, tendo em vista que quanto maior o peso, maior o gasto energético e, consequentemente, isso impacta no sistema respiratório e cardiovascular", detalha a doutoranda.
"Além disso, a avaliação busca compreender se o posicionamento na motocicleta pode impactar no sistema cardiovascular e respiratório devido às mudanças anatômicas", aponta Bruna.
Após confeccionada em tamanhos genéricos (P, M, G e GG), a roupa passará por testes de qualidade junto ao público. Os voluntários submetidos aos exames cardiorrespiratórios poderão experimentá-la por 15 dias e deixar avaliação quanto às facilidades e dificuldades de uso no dia a dia. A expectativa é que o produto seja disponibilizado futuramente para comercialização.
COMO PARTICIPAR – Os interessados em se voluntariar para uma das pesquisas devem entrar em contato para marcar os exames pelo telefone (61) 98245-5298 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O agendamento será feito de acordo com os dias e horários disponíveis, com prioridade para realização nos finais de semana. As avaliações ocorrerão no Laboratório de Reabilitação, no prédio da Unidade de Ensino e Pesquisa (UEP) da FCE. O recrutamento ocorrerá até dezembro de 2024.
*Matéria atualizada em 26/04/2023 para acréscimo de informação.
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