A servidora Nara Cristina Mendes (34) é a nova auditora-chefe da Universidade de Brasília. Nomeada no final de março, durante as celebrações do mês da mulher, ela sucede Abimael Costa, atual decano de Administração, pelos próximos três anos. Primeira mulher a assumir o cargo na UnB, Nara é graduada em Ciências Contábeis, com mestrado em Economia e doutorado também em Contabilidade pela UnB, formação pela qual se dedicou a aliar conhecimentos da área à aplicação na administração pública.
Em sua trajetória na Universidade, onde ingressou como auditora em 2011, a servidora técnico-administrativa já atuou na área de recursos humanos voltada à implementação de controles internos e ao trabalho com acórdãos do Tribunal de Contas da União (TCU) e demandas da Controladoria Geral da União (CGU). Foi coordenadora de Controle Interno e diretora de Administração de Pessoas, ambas as funções no Decanato de Gestão de Pessoas (DGP).
Em 2020, quando concluiu o doutorado, assumiu o cargo de auditora-adjunta a convite do ex-gestor do setor. Abimael tomou frente da Auditoria Interna em 2020 e, em 2022, foi reconduzido ao cargo. No entanto, acabou sendo nomeado para o Decanato de Administração após pedido da Reitoria. “Já estávamos trabalhando na mesma gestão e vamos seguir o mesmo estilo”, diz. A Secretaria de Comunicação (Secom) entrevistou a nova auditora-chefe. Confira:
Como se sente sendo a primeira mulher a assumir essa posição na Universidade?
Sou a primeira mulher auditora-chefe da Universidade de Brasília. É um orgulho, me sinto muito feliz e honrada, porque respiro a UnB, graduei-me aqui, fiz a pós aqui, sou servidora aqui. Poder estar em um cargo de gestão como a primeira mulher, para mim, é muito orgulho e gratificante, um reconhecimento de todo esse trabalho. É muito bom. Estou animada. Estava de licença-maternidade, tenho dois bebês pequenos, tem sido um desafio retornar. Tenho um filho de três anos e a minha bebê vai fazer oito meses. Imagina para uma mulher, mãe, é um desafio grande, mas estamos aí. Quem é mãe sabe a luta que é.
O que faz a Auditoria Interna?
Fazemos auditoria em todos os processos da Universidade. Trabalhamos com o nosso plano anual de atividades, que é aprovado no CAD [Conselho de Administração]. Quando vai se encerrando o ano, fazemos geralmente uma consulta à alta administração para saber quais são os temas que considera relevantes. A gente também avalia os temas que consideramos relevantes e assim elaboramos o cronograma para o ano. Também fazemos auditorias especiais.
Fizemos uma auditoria no ano passado, a pedido da reitora, de um projeto de valor muito alto com relevância e materialidade em que a CGU também sinalizou a necessidade de analisar esse projeto. Recebemos outra demanda, na semana passada, de auditoria especial voltada para duas obras que estavam no plano de contas de 2017 e não foram concluídas. A gente vai analisar se teve algum erro, morosidade ou problema na licitação e propor alguma ação para concluí-las. A gente faz auditoria em várias temáticas com as quais a Universidade trabalha, graduação, pós, operacional de RH, financeiro. Este ano, já abrimos uma ordem de serviço em que vamos fazer auditoria nos registros do Siafi [Sistema Integrado de Administração Financeira] e de despesas de exercícios anteriores.
Nós auditores somos contadores, economistas e advogados. Quando fazemos o concurso para auditor, temos que ter uma dessas graduações: Contabilidade, Economia ou Direito. A gente continua trabalhando da mesma forma, no mesmo estilo da gestão anterior, de apoiar o gestor, prestar um assessoramento de fato. Nós auditores não podemos entrar na execução, mas podemos ajudar com as boas práticas e assessoramento. Quando fazemos auditoria, avaliamos um processo ou temática e emitimos uma opinião sobre, se a gestão está boa ou não, o que pode melhorar, quais as recomendações.
Como a atual gestão tem atuado?
É importante dizer que essa gestão continua com o foco no assessoramento ao gestor, pois essa é a nossa função. Prestar um serviço de qualidade também à alta administração, porque prestamos consultorias. As maiores dúvidas costumam ser sobre procedimentos relacionados ao bom uso dos recursos públicos, como inscrição na dívida ativa ou tomada de contas especiais, temas mais sensíveis e burocráticos, até para o gestor se resguardar em caso de dúvida sobre o que fazer e como agir diante de uma situação.
Quais as metas para os próximos anos?
Estávamos reestruturando a Auditoria em coordenações, pois a gente faz monitoramento, auditorias e análise de riscos. Avançamos muito no monitoramento. Nessa gestão, estamos focando muito na execução. Estamos finalizando o nosso manual dentro do Plano de Gestão de Melhoria da Qualidade (PGMQ). A terceira coordenaria, a de Análise de Riscos, está amadurecendo, ela é mais nova. Estamos nos esforçando muito para nos adequar ao PGMQ, para sermos uma auditoria de qualidade. A gente avançou muito e pretende finalizar a implantação desse programa este ano. Para isso, alguns planos serão finalizados, como o plano de comunicação. Falta finalizar o nosso manual e atualizar o regimento. Hoje temos acesso a setores, documentos e pessoas, por exemplo, o que é necessário para a Auditoria atuar, mas é preciso que isso esteja institucionalizado.
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