2020/2024

Série de reportagens aborda resultados dos últimos três anos em temas como direitos humanos, inclusão, assistência estudantil, sustentabilidade, democracia e excelência acadêmica

 

No final de 2023, completaram-se três anos do segundo mandato da reitora Márcia Abrahão e do vice-reitor Enrique Huelva à frente da Universidade de Brasília. Uma série de reportagens conta, a partir desta terça (23), as ações, as mudanças, os percalços e os desafios do período, atravessado pela pandemia e por uma drástica redução orçamentária. O especial abordará diversos temas: democracia, direitos humanos, assistência estudantil, inclusão, programa de gestão, segurança, sustentabilidade, infraestrutura, excelência acadêmica, acessibilidade, internacionalização, modernização administrativa, entre outros.

A reitora Márcia Abrahão e o vice-reitor Enrique Huelva presidem as reuniões em que são definidos, de forma democrática e com ampla discussão, os rumos que a Universidade de Brasília deve seguir para garantir a excelência. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

“Desde que assumimos, o principal desafio tem sido o respeito à autonomia universitária, com destaque para os ataques sofridos pela universidade e o orçamento. Buscamos o diálogo com a sociedade e com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, reconhecemos como imprescindível o compromisso das técnicas e dos técnicos administrativos para a realização das nossas atividades; o trabalho de docentes nas salas de aula, nos laboratórios e em campo; e a dedicação dos nossos estudantes, que são o sentido do nosso existir. São essas pessoas que constroem uma Universidade cada vez mais inclusiva e de excelência. Acredito que estamos conseguindo realizar um trabalho colaborativo", resume a reitora Márcia Abrahão.

DEMOCRACIA – Para a reitora, esses três anos trazem realizações que darão o norte das próximas décadas da Universidade, como diversas regulamentações aprovadas nos conselhos superiores. “O Conselho Diretor, por exemplo, concentrava decisões importantíssimas a respeito do futuro da UnB. Em 2021, nós aprovamos por unanimidade no Conselho Universitário uma mudança em seu regimento e ele passou a ser apenas uma instância consultiva para assuntos relacionados ao patrimônio imobiliário da instituição."

Os conselhos superiores, nos quais são tomadas as principais decisões da UnB, são divididos em três: o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe); o Conselho de Administração (CAD); e o Conselho Universitário (Consuni). Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

Até então, o Conselho Diretor, composto por seis membros, geralmente de fora da Universidade, tinha autonomia para deliberar sobre assuntos estratégicos da instituição, incluindo o aumento dos valores dos aluguéis dos imóveis residenciais e comerciais, como aconteceu em 2016, antes de a atual administração assumir a gestão.

“Na hora que se retira qualquer capacidade deliberativa de um Conselho Diretor, quem se apropria da tomada de decisão, de fato, é a comunidade da UnB. Foi um passo fundamental porque a gestão, quando colocou esse debate no Consuni, abriu mão de intervir em decisões extremamente importantes e legitimou a comunidade a assumir o seu papel”, comenta o diretor da Faculdade de Medicina, Gustavo Romero, que participou das discussões à época.

 

Veja acima principais realizações do Conselho Universitário entre 2021 e 2023. Arte: João Paulo Parker e Marcelo Jatobá/Secom UnB

 

O vice-reitor Enrique Huelva destaca a atuação da comunidade durante a crise sanitária da covid-19. “Tivemos que nos reinventar para continuar a oferecer ensino, pesquisa e extensão de qualidade. Todas as principais medidas tomadas foram amplamente discutidas nos conselhos superiores, o que demonstra o compromisso da gestão com a democracia. No Cepe, por exemplo, os três segmentos da comunidade – docentes, discentes e técnicos administrativos – participaram da elaboração das resoluções, como a de suspensão do calendário acadêmico e a da retomada 100% presencial das atividades.”

Uma das decisões coletivas que havia anos também não era tomada em conselho diz respeito à aprovação do Plano de Obras – para definir as prioridades anuais de investimento da Universidade em novos espaços e reformas. O último havia sido aprovado em 2011, na gestão do reitor José Geraldo de Sousa Júnior. Somente em 2017, essas decisões voltaram a ser tomadas pelo Conselho de Administração, cumprindo o Regimento Geral da UnB.

 

Veja principais realizações do Conselho de Administração entre 2021 e 2023. Arte: João Paulo Parker e Marcelo Jatobá/Secom UnB

 

“Os debates e as decisões das conselheiras e conselheiros reforçam a importância do papel da democracia na UnB. Essa é uma das marcas da nossa gestão, com muito orgulho. Aprovamos diversas regulamentações, com ampla maioria ou por unanimidade, fruto da participação consciente da nossa comunidade, que não abre mão de seus papéis e participa ativamente dos debates e das decisões da Universidade”, avalia a reitora Márcia Abrahão.

O servidor Jeremias Arraes trabalha no Decanato de Administração, uma das primeiras unidades a aderir ao PGD. Foto: Arquivo pessoal

 

O CAD também regulamentou a implementação do Programa de Gestão e Desempenho (PGD). O servidor do Decanato de Administração (DAF) Jeremias Arraes explica que o PGD possibilita a melhoria da qualidade de vida das técnicas e técnicos administrativos. “Os participantes passam a ter menor gasto com deslocamento, mais tempo para ficar com a família e horário de expediente flexível. Dessa forma, a avaliação do trabalho realizado foca no desempenho e na qualidade do serviço prestado”, ressalta.

Já estão com PGD aprovado: o DAF, o Decanato de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO), a Faculdade de Educação Física (FEF), a Prefeitura (PRC), a Editora UnB (EDU), o Decanato de Gestão de Pessoas (DGP), a Faculdade de Tecnologia (FT), a Biblioteca Central (BCE), a Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), a Vice-Reitoria (VRT), o Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), a Secretaria dos Órgãos Colegiados (SOC), o Arquivo Central (ACE) e o Instituto de Química (IQ).

A estudante Jennifer Marques considera que a UnB é um “centro da democracia”. Foto: Reprodução

 

A caloura do curso de Letras Jennifer Marques tornou-se membra do CAD em 2023. "Não sabia que a Universidade funcionava desta forma democrática. Eu achava que eram reuniões fechadas dentro da Reitoria. Isso mostra muito qual é a cara da UnB, que é esse centro da democracia e segue com o projeto de universidade de Darcy Ribeiro", disse a estudante, após participar pela primeira vez de uma reunião do conselho.

O servidor José Almiran Rodrigues possui uma história de 31 anos com a UnB. Conselheiro do CAD e do Consuni, ele defende a participação paritária dos técnicos administrativos e estudantes nas reuniões dos conselhos e nas comissões que discutem temas de seus interesses. “Os servidores técnico-administrativos fazem parte da comunidade e têm a responsabilidade de dirigir a Universidade tanto quanto os professores. A nossa participação tem que ser proativa.”

Membro do CAD, o servidor André Sales avalia que a UnB avançou em relação à representatividade nos conselhos superiores. Foto: Guilherme Marinho/Ascom GRE

 

A representação da comunidade universitária nos conselhos garante que os interesses de todas e todos estejam em pauta. “A gente tem um avanço muito grande em relação à participação. Os técnicos estão podendo participar mais. O que precisamos é que esta participação seja efetiva e que não seja vista só como um número”, argumenta o técnico administrativo da Faculdade de Ciências da Saúde André Sales, conselheiro do CAD.

Para a diretora do Instituto de Artes, Fátima Aparecida dos Santos, as discussões que envolveram a pandemia de covid-19 foram um marco nesses três anos de gestão. “Eu lembro de reuniões em que a gente ficou discutindo um dia inteiro, mas que a voz de todas e todos foi ouvida. Eu lembro muito dessas reuniões, da participação dos estudantes, trazendo ali para a gente todas as questões relacionadas ao corpo estudantil, que estava fragilizado naquele momento, e de um esforço enorme de todo o conselho para fazer essa escuta e organizar uma resolução que contemplasse todas as necessidades.”

 

Veja acima principais realizações do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão entre 2021 e 2023. Artes: João Paulo Parker e Marcelo Jatobá/Secom UnB

 

No total, foram 12 resoluções de ensino, pesquisa, extensão e administrativas referentes à pandemia deliberadas pelos conselheiros, desde suspensões temporárias de regras acadêmicas até o retorno ao presencial.

GESTÃO PARTICIPATIVA – Ainda com foco na democracia e ampla participação da comunidade acadêmica e administrativa, a gestão realizou 48 visitas às unidades acadêmicas e administrativas desde o início deste segundo mandato. O objetivo do diálogo contínuo é escutar as demandas dos setores e dar encaminhamentos, apresentar ações da gestão e sanar dúvidas. Durante o período da pandemia, essas reuniões foram realizadas de forma remota. Após o retorno presencial, os diálogos voltaram a ser feitos nas próprias unidades, com a presença de docentes, técnicos e estudantes.

 

SÉRIE DE REPORTAGENS 3 ANOS DE GESTÃO:

>> Especial relembra principais ações da atual gestão da UnB

>> Cada dia mais sustentável, UnB alcança resultados inéditos

>> Em um triênio, UnB dobra ações de extensão

>> Investimentos em comunicação e tecnologias garantem excelência na graduação

>> Ensinos presencial e a distância da UnB são reconhecidos no Brasil e no mundo

>> Investimento robusto em pesquisa fortalece excelência com compromisso social

>> UnB se consolida como referência em pesquisa, inovação e empreendedorismo

>> BCE promove inovação, cultura e ciência para o Distrito Federal

>> A UnB está presente em 50 países dos seis continentes

>> Cirurgias inéditas, tratamento humanizado e equipamentos de ponta marcam crescimento do Hospital Universitário

>> UnB amplia auxílio estudantil e fortalece políticas de permanência