A Biblioteca Central (BCE) da UnB, com acervo de 1,8 milhão de itens, promove experiências culturais a usuários internos e externos. É a maior biblioteca do Distrito Federal, visitada diariamente por cerca de 5 mil pessoas, sendo um centro de excelência da UnB em ensino, pesquisa e extensão. Em 2023, após 50 anos de atividade, a BCE passou a emprestar livros para a comunidade externa. O local tem uma área de 17.995,87 m², dividida em quatro pavimentos, com diferentes ambientes, em que 103 servidoras e servidores técnicos administrativos atuam a fim de garantir o funcionamento pleno do espaço, que atende ao público 24 horas.
O incentivo às ações da BCE é uma das diretrizes da gestão da reitora Márcia Abrahão e do vice-reitor Enrique Huelva. “Sabemos do valor que a maior biblioteca pública do Distrito Federal tem para a população. A BCE contribui muito a aproximar a UnB das pessoas”, destaca a reitora. Um exemplo é a destinação de recursos para aquisição de obras. Em 2020, foi destinado R$ 1 milhão. Dois anos depois, o montante aumentou para R$ 1,5 milhão.
Foi neste segundo mandato que a Biblioteca aprovou no Conselho Universitário (Consuni), pela primeira vez, seu regimento interno. Apesar de haver um documento em uso, de 1970, ele não havia passado pelo Consuni.
“Termos um regimento aprovado em um conselho superior dá segurança à BCE e orienta suas ações para desenvolver atividades, com foco permanente no apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão. Oferecemos informações que colaboram para a formação acadêmica, bem como material de pesquisa e projetos de extensão”, diz o diretor da BCE, Fernando Leite.
Atualmente, a Biblioteca oferece mais de 20 serviços ao público – como empréstimos de computadores e tablets para alunos da assistência estudantil – e também executa um importante trabalho na restauração de obras.
INOVAÇÃO – Nos últimos três anos, a BCE fez um investimento robusto em inovação. Parte do atendimento oferecido pela Biblioteca é automatizado por meio de sistemas e tecnologias que otimizam o tempo. É o caso dos totens de autoatendimento, em que o usuário registra o empréstimo ou a devolução de um livro sem precisar recorrer à ilha de atendimento. Uma recente aquisição é a máquina de autodevolução, que também faz a triagem dos livros por classe. A tecnologia agiliza o processo de devolução quando setores da Biblioteca se encontram fechados.
O Smart Locker (armário inteligente) na entrada da Biblioteca aperfeiçoa o sistema de reserva da BCE. O usuário é notificado quando a obra fica disponível para retirada no armário.
Os scanners de autoatendimento são outra ferramenta que possibilita ao usuário a digitalização de materiais disponíveis na Biblioteca. O recurso também pode ser utilizado pela comunidade externa para consulta ao acervo geral fora da BCE.
Na adesão de tecnologias ou no cuidado com o público das redes sociais, a bibliotecária Ana Flávia Lucas destaca a vocação da BCE em ser um espaço de vanguarda. Ela associa os últimos avanços como reflexo do trabalho desempenhado pelos colaboradores e pela atual gestão.
“Muito mais do que uma das maiores bibliotecas universitárias do país, a BCE está presente no dia a dia da sociedade, fortalece o ensino, pesquisa e extensão da UnB e potencializa a inclusão afetiva e o acesso ao conhecimento dos frequentadores”, garante.
Para continuar inovando, a BCE lançou um formulário público ao qual toda a comunidade pode responder, indicando novas soluções para adesão futura e dando outras contribuições.
EMPRÉSTIMO – O recém-inaugurado Espaço Ler conta com uma curadoria de obras literárias disponíveis para todo o público – não somente estudantes, docentes e técnicos – levar para casa. Bibliotecário e coordenador do projeto de extensão Espaço Ler, Fernando Silva observou grandes avanços, a exemplo da ampliação do acesso. “É um projeto voltado a toda comunidade, acadêmica e externa. Era uma demanda histórica aqui na Universidade, que o pessoal da fora da UnB pudesse ter também o empréstimo domiciliar”, diz o servidor.
O conto da Aia, de Margaret Atwood, um dos títulos que compõem o acervo, foi a primeira leitura de Raquel Silva. Para a funcionária terceirizada na UnB, o empréstimo de obras pela BCE amplia o acesso do público externo a parte do acervo. “Antes, eu lia os livros na biblioteca mesmo, mas, como não podia levar para casa, no outro dia às vezes não achava para continuar lendo”, conta.
Gabriela Miranda, estudante de Direito, destaca que as exposições organizadas nos salões da Biblioteca proporcionam experiências culturais diversificadas. “Os computadores e o acervo disponíveis aos usuários são grandes aliados no desenvolvimento acadêmico”, reforça a estudante. Ela avalia que o entretenimento e, principalmente, a aproximação acolhedora do Espaço Ler são essenciais para aliviar a rotina intensa da graduação. “É um meio de refúgio, de descanso, que é muito necessário para a vida do estudante”, elogia.
PARA TODOS OS GOSTOS – O Espaço Ler, inaugurado no segundo semestre de 2023, é uma iniciativa que se soma a outras ações de extensão da Biblioteca para o fomento da cultura e do lazer na UnB. O Espaço POP também cumpre com esse propósito extensionista. Chamado de Oficina Pagu – homenagem à escritora, cartunista, jornalista e tradutora Patrícia Rehder Galvão –, o POP é composto por acervo de histórias em quadrinhos, jogos digitais e de tabuleiros, além da sala com TV disponível aos frequentadores.
O ambiente é valorizado pelo estudante de Matemática Davi Amorim. “É muito importante para desestressar, ficar junto dos amigos e até conhecer pessoas novas”, ressaltou, enquanto jogava com colegas.
Gabriel Mamão, do curso de Letras Inglês, viu uma oportunidade de ir além daquilo que encontra na graduação. “Conforme fui vendo os jogos e as maneiras divertidas que eu poderia adquirir conhecimento fora do meu meio usual, foi me motivando mais ainda a continuar nesse ambiente. Nesses jogos, a gente pode ter vários tipos de experiências”, relata.
Já o Clube de Leitura da Biblioteca é um ambiente propício para troca de ideias e percepções sobre literatura. Mensalmente, uma obra literária é selecionada para ser debatida em encontros presenciais e virtuais. O Cineclube traz a mesma proposta. Todo mês, o clube contempla mostras de filmes e abre aos participantes espaço para debate e troca de percepções sobre cinema.
Somados ao Clube de Leitura estão outros quatro projetos de extensão. A Plataforma Digital para a Rede de Museus da UnB, a Guilda d@s Alun@s (mesa de RPG) e os projetos de Tour Panorâmico 360º na BCE e de descrição de materiais da Seção de Obras Raras são outras realizações que contam com o envolvimento da BCE.
A grande ligação com a extensão se fortaleceu ainda mais durante a Semuni 2023. Foram 52 eventos elaborados pela Biblioteca, e, ao longo do último ano, outros dois se destacaram: a Semana do Livro e o Halloween, com oferta de atividades temáticas.
OBRAS RARAS – O acervo de obras raras é composto por uma diversidade de itens históricos, com cerca de 12 mil exemplares de livros e folhetos, 10 mil exemplares de periódicos, três manuscritos medievais e 2 mil manuscritos dos séculos 19 e 20, entre outros itens. A Biblioteca abriga uma coleção de cerca de 5 mil ex-libris – pequenas gravuras utilizadas para associar a propriedade de um livro a algo ou alguém. Há, no momento, coleções de autores específicos: Camilo Castelo Branco, Camões e Hipócrates. Um dos periódicos expostos é o Correio Braziliense (1808-1822) e a Revista Brazileira, em que foi publicado pela primeira vez o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
O grande conjunto de obras foi obtido também por compras realizadas pela UnB, nas décadas de 1960 e 1980. Entre as aquisições há bibliotecas particulares, como a do jurista e político Homero Pires. Também foram recebidas doações, a exemplo da coleção de ex-libris do artista Jorge de Oliveira. O acervo pode ser acessado por membros da comunidade acadêmica e também por pesquisadores externos, sendo necessário entrar em contato para agendamento da consulta e apresentar documentação no dia da visita.
SÉRIE DE REPORTAGENS 3 ANOS DE GESTÃO:
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