3 ANOS DE GESTÃO

Promoção da coleta seletiva de lixo, produção de energia limpa e trocas por equipamentos mais eficientes são ações que fazem da Universidade de Brasília um exemplo no avanço ambiental

 

A Universidade de Brasília está entre as três federais mais sustentáveis do país, segundo o QS World University Rankings: Sustentabilidade 2024. Os esforços e o compromisso da UnB com a sustentabilidade estão nas mais variadas dimensões. Promover uso adequado e racional dos recursos naturais, preservar o Cerrado, buscar eficiência energética, evitar desperdícios e dar a destinação correta aos resíduos produzidos na instituição estão entre as ações com efeitos concretos e impactos em toda a comunidade acadêmica e do Distrito Federal (DF).

“Estamos preparando uma Universidade do futuro agora. Nossa preocupação é cada vez maior com a preservação do nosso planeta para as futuras gerações. Somos uma instituição educadora e inovadora. Além de dar o exemplo, temos que apontar caminhos para a sobrevivência ambientalmente sustentável da sociedade”, explica a reitora Márcia Abrahão.

Veja resultados alcançados pela UnB em sustentabilidade. Arte: Marcelo Jatobá e João Paulo Parker/Secom UnB

 

Com ampla transversalidade entre áreas estratégicas da UnB – Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Prefeitura (PRC), Secretaria de Infraestrutura (Infra) e Decanato de Administração (DAF) –, foram feitas trocas de lixeiras convencionais, instalação de usinas fotovoltaicas e substituição de equipamentos e lâmpadas comuns por modelos LED, além de compras e contratações sustentáveis.

Dessa forma, a Universidade tem conquistado resultados significativos, entre eles, a expectativa de economia anual na conta de luz em cerca de R$ 1,8 milhão, recursos que serão revertidos para ensino, pesquisa e extensão.

Antes subordinada à área de infraestrutura, a partir de 2017 a área ambiental da UnB passou a contar com uma estrutura administrativa com mais autonomia para atuar. Em 2019, foi criada a Secretaria de Meio Ambiente, órgão auxiliar da Reitoria responsável pelo planejamento e execução das ações estratégicas da UnB na área ambiental, em parceria com unidades administrativas e acadêmicas.

Em julho de 2019, a Universidade de Brasília aprovou a criação da Secretaria de Meio Ambiente. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

O secretário de Meio Ambiente da UnB, Pedro Zuchi, ressalta que a sustentabilidade se faz a partir da organização, do planejamento e da definição de ações que possam minimizar os impactos da intervenção humana. “Nós pensamos o meio ambiente como uma parte fundamental do planejamento institucional. E tivemos conquistas em vários pontos, que levaram à redução do consumo de energia, de água e de materiais como papel e plástico, e uma progressiva mudança de comportamento da nossa comunidade”, pondera o secretário, que está trabalhando em uma Política de Meio Ambiente para ser levada ao Conselho de Administração (CAD).

Para aperfeiçoar ainda mais as ações de sustentabilidade na UnB, a Secretaria de Meio Ambiente atualizou o Plano de Diretor de Logística Sustentável (PLS) – 2023-2027, que permite à UnB estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos na administração pública.

É o que vem ocorrendo nas compras realizadas pela UnB. "Elas estão alinhadas a documentos estratégicos, como o Plano Diretor de Logística Sustentável, em que são estabelecidas diretrizes para as contratações. Estamos sempre buscando materiais que não agridam o meio ambiente”, conta o diretor de Compras do DAF, Ricardo Oliveira.

A implementação do parque fotovoltaico da UnB teve a colaboração de estudantes e docentes da FGA, o primeiro campus de energia positiva da UnB. Foto: Valdemir Carvalho/FGA

 

ENERGIA LIMPA – A instalação do parque fotovoltaico é um dos grandes avanços da Universidade de Brasília. São 16 usinas de energia limpa nos quatro campi da UnB, com potência instalada superior a 1.570 kWp, tornando a Faculdade UnB Gama (FGA), por exemplo, um campus autossustentável energeticamente, capaz de gerar mais energia do que ele precisa para funcionar. Além da economia de R$ 1,8 milhão por ano, a iniciativa evita a emissão de cerca de 132 toneladas de CO2, por ano, na atmosfera, contribuindo para a redução do aquecimento global e da pegada ecológica.

O investimento total do parque fotovoltaico foi de R$ 6,1 milhões desde 2019, com recursos próprios, recursos do Ministério da Educação e uma parte proveniente do Programa de Eficiência Energética (PEE), da Neoenergia. “A UnB está a cada dia mais sustentável, produzindo a sua própria energia e capacitando os alunos, professores e técnicos na área de geração de energia", afirma a professora e pesquisadora Loana Velasco, da Faculdade UnB Gama, coordenadora do projeto de eficiência energética da UnB. "O mais legal é a forma como esse projeto foi pensado e conduzido, sendo feito a partir de trabalhos em sala de aula de estudantes e professores e, depois, consolidado com a parte administrativa.”

Formado em Engenharia de Energia pela UnB, João Honorato participou, durante a graduação, da instalação de usinas fotovoltaicas. Foto: Arquivo pessoal

 

“O projeto foi muito importante para a minha formação, tanto acadêmica, quanto profissional”, afirma João Honorato. Graduado em Engenharia de Energia pela FGA em 2019, ele participou do programa de eficiência energética da UnB, atuando no planejamento e na instalação dos novos sistemas. “Eu pude ver, dentro da graduação, como funcionava o mercado de trabalho, como era a atuação dos profissionais no dia a dia. Isso foi bem engrandecedor”, avalia.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA – Cerca de 21 mil lâmpadas e/ou luminárias em espaços da Universidade de Brasília foram substituídas por novas com tecnologia LED, no segundo semestre de 2023. A troca permite uma economia de energia de 48 MWh/mês, o que representa R$ 432 mil por ano à instituição. Sem custos para a UnB, a iniciativa faz parte de um projeto da Neoenergia para cumprir a Lei 9.991/2000. “A legislação prevê o investimento de 0,5% da receita operacional liquida (ROL) das concessionárias e permissionárias em projetos de eficiência energética, com o objetivo de estimular o uso racional de energia elétrica”, explica Loana Velasco.

As novas luminárias com tecnologia LED são mais eficientes, com pouca perda energética na geração de luz. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

“Além da geração, a UnB se preocupa com a redução e a conservação de energia. Estamos transformando os nossos prédios em unidades mais eficientes, por meio da troca de lâmpadas e de equipamentos por outros de consumo energético menor”, explica o secretário de Meio Ambiente, Pedro Zuchi.

As lâmpadas LED trazem uma série de benefícios. Elas têm maior vida útil, com duração de aproximadamente 100 mil horas, enquanto as convencionais duram em média 25 mil horas. A tecnologia também causa menos impacto ambiental. O LED não emite radiação UV e não carrega elementos tóxicos na composição, diferentemente das lâmpadas fluorescentes, que têm mercúrio. Estas últimas acabam sendo geradores de resíduos prejudiciais ao meio ambiente quando são descartadas de maneira irregular.

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL – O uso consciente da água tem resultados concretos. Ações estabelecidas pelo Plano Diretor de Logística Sustentável, como mutirões em busca de vazamentos, modernização e manutenção de banheiros de uso comum e instalação de aproximadamente 400 torneiras eficientes e válvulas de redução de pressão, levaram a UnB a reduzir o consumo de água em 40 milhões de litros, entre 2019 e 2022 – desconsiderando os anos 2020 e 2021, quando as atividades da Universidade foram impactadas pela covid-19. “Nas principais obras em andamento de prédios, estão incluídos os sistemas de reuso de águas pluviais para fins não potáveis, gerando economia no consumo”, informa o secretário de Infraestrutura, Augusto Dias.

 

Veja resultados alcançados pela UnB em sustentabilidade. Arte: Marcelo Jatobá e João Paulo Parker/Secom UnB

 

Dentre os materiais utilizados na UnB que tiveram redução no consumo estão os copos descartáveis e as resmas de papel A4. São efeitos da política de sustentabilidade estabelecida pela Sema no PLS, que foram implementados pela Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), como o Sistema Integrado de Gestão (SIG), e de iniciativas de conscientização ambiental promovidas com a colaboração da Secretaria de Comunicação (Secom).

A atuação multidisciplinar de estudantes, técnicas e técnicos, docentes e pesquisadores levaram a UnB a um volume inédito de separação de material reciclável. Desconsiderando os anos de atividades remotas (2020 e 2021), de 2019 para 2023 houve aumento de 80,5% no recolhimento de quilos de papel e 31,3% a mais de plástico pela coleta seletiva. “Hoje, nós temos um outro modelo de gestão de resíduos, que vai da eliminação de latas de lixo individuais até a efetiva destinação às cooperativas de catadores do Distrito Federal”, resume o secretário Pedro Zuchi.

 

Veja resultados alcançados pela UnB em sustentabilidade. Arte: Marcelo Jatobá e João Paulo Parker/Secom UnB

 

Nos últimos dois anos, quatro cooperativas foram selecionadas por editais públicos para realizar o recolhimento de resíduos recicláveis na UnB, cada uma podendo atuar por seis meses. A Plasferro foi uma delas. A catadora Maria Mara conta que a separação beneficia 100 famílias cooperadas. “Fazer a coleta na UnB com certeza ajudou muito a cooperativa. Temos mais material para trabalhar e isso melhorou a renda das pessoas daqui”, ressalta.

FAUNA E FLORA – No início desta segunda gestão, em 2021, a UnB recebeu do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) o atestado de compensação florestal. Isso significa que o desmatamento provocado pelas construções dos campi de Ceilândia, Gama e Planaltina e de obras no campus Darcy Ribeiro foi devidamente quitado pela Universidade ao destinar quase 25% dos aproximadamente 4.340 hectares da Fazenda Água Limpa (FAL) para preservação permanente. O feito encerrou dívidas de quase duas décadas de compensações florestais da UnB.

A Universidade de Brasília está com 4,37 hectares de área próxima ao Centro Olímpico em revitalização por meio do plantio de cerca de 1,7 mil mudas de espécies nativas do Cerrado, dentro do projeto Recupera Cerrado – Orla Norte do Paranoá, uma iniciativa do Governo do Distrito Federal (GDF), da Sema da UnB e do Ibram, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, executada pelo Instituto Espinhaço.

Cerca de 25% da Fazenda Água Limpa são área de preservação permanente. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

O projeto Orla está regenerando 40 hectares de Cerrado, com recursos na ordem de R$ 1,2 milhão, provenientes de compensação florestal. Além disso, a Sema e a PRC trabalham com o manejo florestal, com podas e manutenções, nos quatro campi, a fim de garantir a saúde do patrimônio arbóreo da Universidade. Em 2022 e 2023, foram feitas mais de 2,3 mil intervenções.

Ainda em 2023, a Sema e a Secom lançaram campanha para conscientizar a comunidade universitária contra o abandono de animais nos campi da instituição. E, em parceria com a Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV), são desenvolvidas ações que visam manter os princípios de saúde única, garantindo os direitos dos animais, preservando o meio ambiente e promovendo o bem-estar de todos os seres que frequentam os campi.

 

SÉRIE DE REPORTAGENS 3 ANOS DE GESTÃO:

>> Especial relembra principais ações da atual gestão da UnB

>> Cada dia mais sustentável, UnB alcança resultados inéditos