CUIDADO AMBIENTAL

Lixo deve ser descartado conforme indicado nos novos equipamentos

Ilhas de lixeiras já estão sendo instaladas em alguns pontos do campus Darcy Ribeiro. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 
A Universidade de Brasília vem consolidando passos em direção à mudança de cultura com relação à geração e ao descarte de lixo. Para atender à Lei Distrital 5.610/2016, que obriga grandes geradores públicos a se responsabilizarem pela destinação correta de seus resíduos sólidos, a UnB tem investido em ações ambientalmente responsáveis. A ideia é reduzir os resíduos, reaproveitar o que for possível nos campi, ajudar cooperativas de catadores e enviar para o aterro sanitário somente o que não dá para ser reutilizado ou reciclado. Em boa medida, o sucesso dessas ações depende do engajamento da comunidade e de uma nova postura em relação ao lixo que ela mesma produz.

 

Não faz muito tempo, copos descartáveis, que levam mais de cem anos para se decompor, gradativamente deram lugar às canecas no Restaurante Universitário. A prática acabou tendo boa aceitação nos ambientes administrativos e, hoje em dia, esse item não é mais comprado na Universidade.

 

Agora os esforços se concentram na coleta seletiva solidária. Para incentivar a separação do lixo que é gerado no dia a dia, lixeiras individuais que ficam dentro das salas estão sendo substituídas por ilhas de lixeiras com cestos para descarte de orgânicos, recicláveis e rejeitos. As novas lixeiras estão sendo instaladas nos prédios em diferentes pontos, e a troca está em curso nos quatro campi da UnB.

Professor Pedro Zuchi: “Será que basta aumentar o número de lixeiras e pessoas fazendo a limpeza sem rever o nosso consumo e o modo como é feito o descarte dos resíduos?”. Foto: Raquel Aviani/Secom UnB

 

O secretário de Meio Ambiente da UnB Pedro Zuchi explica que a medida busca evitar que resíduos se misturem na hora do descarte, possibilitando que cooperativas de catadores realizem a coleta seletiva para reciclagem dos materiais. “É uma forma de gerar renda e promover a inclusão social desses trabalhadores”, diz. A correta separação do lixo também torna possível a futura compostagem dos orgânicos, reduzindo ainda mais o volume de rejeitos que vai parar no aterro.

 

Outro ganho, segundo o professor, é com a saúde e limpeza dos ambientes. “A retirada das lixeiras das salas evita que insetos se proliferem e afasta roedores e outros animais que se alimentam de restos de comida, como saruês, pombos e gatos”, aponta.

 

No campus Darcy Ribeiro, a remoção dos cestos individuais e a instalação das ilhas de lixeiras ocorre, primeiramente, nos corredores do Instituto Central de Ciências (ICC), da Reitoria, dos bloco de Salas de Aula Norte e Sul e dos pavilhões Anísio Teixeira e João Calmon. Centro de Excelência em Turismo e Faculdade de Ciências da Saúde também receberam os equipamentos.

 

A preocupação quanto ao volume de lixo descartado na instituição vai ao encontro de dados já levantados sobre o assunto. Estudo feito em 2017 por alunos do curso de Ciências Ambientais da UnB mostrou que, em 20 anos, houve um aumento na geração dos resíduos sólidos na Universidade. Se, por um lado, há um processo de digitalização e redução do uso do papel, por outro, houve a expansão física da instituição. Por dia, são gerados 3,5 toneladas de resíduos no campus Darcy Ribeiro. Desse total, 60% vai parar no aterro sanitário por falta de separação adequada. Papelão (12%), plástico (7%) e papel (5%) foram os tipos de recicláveis mais encontrados.

Estudante de Arquitetura Roberta Santos (22): “Já tenho esse costume de separar o lixo em casa”.

 

CUIDE DO SEU LIXO – Se ainda restar dúvida na hora do descarte, basta conferir nas próprias lixeiras o que é considerado orgânico, reciclável e rejeito. Os equipamentos trazem orientações do que pode ser depositado em cada cesto. Localize a ilha mais próxima e evite deixar lixo espalhado pelo campus. Pense que cada item descartado no lugar certo pode ajudar uma família que vive da reciclagem, sujar menos o meio ambiente e contribuir para o bem-estar coletivo. Manter os ambientes limpos é uma questão de respeito com o próximo, com a natureza e consigo mesmo.

 

A estudante do sexto semestre de Arquitetura e Urbanismo Roberta Santos (22) acredita que a iniciativa pode dar certo se cada um fizer a sua parte: “Já tenho costume de separar o lixo em casa, mas acho que a maioria das pessoas ainda não tem esse cuidado”.

 

“É uma mudança de cultura em que cada um de nós passa a ter responsabilidade pelo lixo que gera e por manter os ambientes que usamos limpos”, diz Zuchi ao lembrar o caso dos torcedores japoneses na Copa de 2014. Após o jogo, por respeito ao país anfitrião, eles surpreenderam os brasileiros limpando a parte da arquibancada que sujaram. “Não há problema algum em festejar e depois devolver os lugares limpos”, observa. “O problema é sujar e deixar o lixo jogado por aí a espera de que alguém irá limpar. Não é assim que se resolve o problema. A limpeza depende de compromisso coletivo, inclusive para redução do lixo”, ressalta.

 

>> Já sabe separar o lixo? Veja o que vai em cada lixeira e descarte corretamente os resíduos

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.