Mesmo com uma queda de quase 30% do orçamento para despesas discricionárias nos últimos cinco anos, a gestão da reitora Márcia Abrahão e do vice-reitor Enrique Huelva priorizou as atividades-fim da Universidade. O esforço em garantir a formação dos estudantes de graduação se traduziu nos mais de 22 mil auxílios oferecidos nos últimos três anos, entre programas de apoio socioeconômico, alimentação e moradia, além de editais de ensino e pesquisa.
O resultado dessa decisão está refletido em rankings nacionais e internacionais, além de ser atestado pelas avaliações do Ministério da Educação (MEC), em que a UnB figura entre as melhores universidades e seus cursos recebem as maiores notas das avaliações.
“Permanecemos entre as melhores do Brasil e da América Latina, mesmo em condições muito adversas de pandemia, de cortes orçamentários e de fake news que atentam contra a imagem da ciência e das universidades federais”, afirma a reitora, que também é presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Em 2021, a UnB recebeu a nota máxima do MEC, após passar por um processo inédito de avaliação para ser recrendeciada como instituição de ensino superior.
A cada ano, a Universidade se destaca ainda mais como uma instituição de referência, estando entre as dez melhores federais do Brasil em diversos rankings nacionais e internacionais. Em 2022, doze cursos da UnB subiram de nota no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e onze cursos de graduação obtiveram conceito 5, o maior.
“Esse resultado positivo revela o trabalho das unidades acadêmicas, por meio de seus colegiados e núcleos docentes-estruturantes, e também é fruto do apoio que os coordenadores receberam da gestão superior para os processos de avaliação de cursos”, explica a decana de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional, Denise Imbroisi.
De acordo com o Times Higher Education (THE), a UnB é a 9ª melhor federal e a 14ª melhor universidade do Brasil. Foram classificadas 1.904 instituições de todo o mundo, sendo 67 brasileiras e 34 federais. Também é destaque dentre todas as instituições de ensino superior da América Latina, sendo considerada a 17ª melhor.
No ranking de Xangai, a Universidade subiu de posição em relação aos anos anteriores, se destacando entre as sete melhores das 15 universidades federais classificadas, e figurando entre as dez melhores das 18 instituições brasileiras. Já o Center for World University Rankings (CWUR) classifica a UnB como parte das 4,1% melhores do mundo, além de a sétima melhor entre as federais, a 12° entre as brasileiras e a 22ª na América Latina. O levantamento classificou cerca de duas mil universidades em todo o mundo, 54 brasileiras e 38 federais.
"É com orgulho que recebemos as notícias de classificação da UnB nesses rankings. Essas conquistas refletem o comprometimento de toda a comunidade universitária, estudantes, professores, técnicos e demais colaboradores. São indicativos do nosso empenho constante em oferecer educação de alta qualidade, pesquisa inovadora e contribuições significativas para a sociedade, sempre atentos ao nosso compromisso social”, celebra a reitora Márcia Abrahão.
ENSINO A DISTÂNCIA – No final de 2023, a UnB foi reconhecida pelo investimento e excelência de seus cursos a distância ao alcançar o conceito máximo na avaliação do MEC. O relatório do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) atestou total aptidão da instituição para continuidade na oferta de cursos EaD em graduação, pós-graduação e extensão.
Em 2013, a UnB recebeu nota três na avaliação. Dez anos depois, a instituição atingiu nota máxima em 46 dos 48 indicadores avaliativos, no novo processo de recredenciamento.
Ao longo da avaliação, um grande trabalho em conjunto foi desenvolvido pelo Centro de Educação a Distância e Tecnologias Educacionais (Cead), pelos decanatos de Ensino de Graduação (DEG) e de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO) e pelo Arquivo Central (ACE). Para Guilherme Viana, um dos técnicos responsáveis pela organização das informações, a cooperação foi decisiva para comprovar a excelência da Universidade.
“Foi um trabalho de enorme proporção, devido não só à quantidade de documentos que foram levantados, para comprovar todos os itens do Instrumento de Avaliação, mas também pela responsabilidade de escolher essas evidências e apresentá-las aos avaliadores, sabendo que resultariam em uma métrica tão simples mas tão representativa da UnB”, explicou.
Esse é um trabalho construído desde a primeira gestão da reitora Márcia Abrahão e do vice-reitor Enrique Huelva, quando o Cead ganhou maior protagonismo durante a pandemia de covid-19 e também uma nova sede no campus Darcy Ribeiro, em 2021.
Em 2020, diante do surgimento da pandemia de covid-19 e da transição das atividades acadêmicas para a modalidade remota emergencial, foi necessário repensar abordagens que permitissem a entrega de ensino de qualidade por meio de plataformas digitais. O Cead da UnB foi uma das instâncias fundamentais nesse processo.
Os números de estudantes matriculados nos oito cursos EaD de graduação aumentaram. Hoje, são 1.451 estudantes. Em 2022, eram 1.012, e, em 2021, 1.021. Em fevereiro de 2023, a reitora anunciou cinco novos cursos remotos. Foram ofertadas 1.060 vagas, divididas entre Artes Visuais, Música, Geografia, Pedagogia e Letras. A Universidade conta ainda com mais seis cursos de pós-graduação.
“O Cead é responsável pela gestão do Ambiente Virtual de Aprendizagem Educacional Institucional, que apoia as aulas presenciais e viabiliza as aulas de cursos a distância que têm estudantes em mais de 50 polos de EAD da UnB distribuídos em todas as regiões do Brasil”, explica a diretora do Centro, Letícia Lopes Leite.
O estudante Jailson de Espíndola, graduado em Matemática, tinha o sonho de complementar os estudos com uma outra graduação na UnB. Ele faz o curso de Física oferecido pelo Cead. Jailson foi diagnosticado com poliomielite aos 8 meses de idade e, segundo ele, fazer os estudos a distância é muito mais cômodo, por dispensar o deslocamento até a Universidade.
“Quando surgiu a oportunidade de fazer a graduação em Física, caiu como uma luva para mim. A física é uma complementação do que eu estudei em matemática, pois coloca em prática os cálculos que eu tive a oportunidade de ver, mas não fazia ideia de como aplicá-los na vida prática. Para mim, a física representa um diferencial muito promissor”, conta.
PANDEMIA – Em 2021 e no primeiro semestre de 2022, a UnB operou de forma 100% remota. Para as atividades, usou principalmente a ferramenta Aprender 3, desenvolvida pelo Cead a partir do código aberto de apoio à aprendizagem Moodle. O Centro fez adaptações para complementar o programa e atender demandas da graduação, do mestrado e do doutorado.
Diante desse cenário, o Cead se tornou cada vez mais fortalecido, contribuindo para uma Universidade mais inovadora e moderna mesmo com a volta presencial das atividades. O Aprender 3, por exemplo, segue sendo usado como ferramenta de apoio às atividades presenciais por professores, coordenadores e estudantes.
AUXÍLIO ESTUDANTIL – Durante a fase mais crítica da pandemia, em 2021, a UnB atendeu a 2.891 estudantes de graduação com o Auxílio Socioeconômico. O programa Auxílio Moradia chegou a 1.472 alunos. Já o Auxílio Alimentação Emergencial beneficiou 3.414 discentes. Ao todo, considerando os 12 programas exclusivos da graduação na Universidade, foram ofertados 22.604 auxílios.
Para amenizar os desafios das aulas remotas – que vigoraram por dois anos – a UnB investiu em editais de inclusão digital, garantindo que a vulnerabilidade socioeconômica dos estudantes não fosse uma barreira para o ensino durante esse período. Nos últimos três anos, foram R$ 5,07 milhões investidos no programa.
Os benefícios dos editais consistiram em auxílios financeiros para a compra de computadores e serviços de internet, além de empréstimos ou doações de equipamentos da Universidade. Em 2021, ano letivo feito de forma 100% on-line, mais de 1,5 mil estudantes foram beneficiados.
Estudante do 6º semestre de Ciências Sociais, Filipe Souza da Silva afirma que esses benefícios garantiram a permanência de discentes de baixa renda. “Eu consegui um auxílio de R$ 2 mil e vou poder comprar um tablet ou um computador para poder estudar e me aprofundar na vida acadêmica. Esses auxílios e bolsas são importantíssimos para eu me manter como aluno dentro da UnB. É muito legal e grandiosa essa oportunidade”, considera.
Com o objetivo de organizar as iniciativas para o retorno das atividades presenciais, o Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (Ccaar) desempenhou um papel fundamental ao criar o Plano Geral de Retomada de Atividades. A partir dele, de forma gradual, segura e democrática, a UnB pôde retornar ao ensino presencial em junho de 2022.
"Acreditamos que o retorno presencial precisava ser uma decisão tomada de forma democrática. Ao priorizar a segurança de todos, implementamos medidas para assegurar um ambiente propício ao aprendizado, sempre zelando pelo bem-estar de estudantes, professores e funcionários", afirma a reitora.
SÉRIE DE REPORTAGENS 3 ANOS DE GESTÃO:
>> Especial relembra principais ações da atual gestão da UnB
>> Cada dia mais sustentável, UnB alcança resultados inéditos
>> Em um triênio, UnB dobra ações de extensão
>> Investimentos em comunicação e tecnologias garantem excelência na graduação
>> Ensinos presencial e a distância da UnB são reconhecidos no Brasil e no mundo