PÓS-GRADUAÇÃO

Organizado por mestrandos e doutorandos, terceira edição do SimBio tem início nesta segunda-feira (28)

Todas as atividades do SimBio – palestras, mesas-redondas, minicursos e sessões de resumos – serão realizadas virtualmente. Arte: Divulgação

 

Com mais de 1500 inscritos, o III Simpósio de Biodiversidade (SimBio) do Instituto de Ciências Biológicas (IB) da UnB já conquistou a marca de maior edição realizada nos últimos três anos. O terceiro SimBio acontecerá entre os dias 28 de setembro e 2 de outubro em formato totalmente virtual. Será transmitido no canal do evento no YouTube.

 

Idealizado em 2018, o Simpósio é organizado por estudantes dos programas de pós-graduação (PPGs) em Botânica, Ecologia e Zoologia do IB. Um dos objetivos é fortalecer a comunicação e promover a valorização da pesquisa científica, especialmente em temas relacionados à biodiversidade.

 

Doutorando do PPG em Botânica, Clapton de Moura afirma que o SimBio foi "criado sobretudo pela intrínseca interação entre os organismos, padrões e processos estudados pelos três programas envolvidos". O intuito é aproximar os membros dessas comunidades que têm tantos pontos de convergência e estão tão próximas, inclusive fisicamente na Universidade, mas que nem sempre têm oportunidade para interagir e compartilhar conhecimento.

 

O caráter on-line deste ano possibilitou maior abrangência de público, não apenas no que se refere ao quantitativo como também à localidade. "Nas edições anteriores, presenciais, a maior parte do público era do Distrito Federal, com alguns participantes de estados próximos, como Minas Gerais e Goiás. Desta vez, temos inscritos de praticamente todo o Brasil, além de outros países da América do sul, como Colômbia e Peru", informou. 

O III SimBio já conta com mais de 1500 inscritos e supera as duas primeiras edições realizadas no IB, com no máximo 300 participantes. Foto: Beatriz Ferraz/Secom UnB

 

Definir o tema de um evento multidisciplinar nem sempre é tarefa fácil, mas o contexto atual influenciou na proposta de discutir a pesquisa básica. "É preocupante que, diante do acontecimento histórico que estamos vivendo, as pessoas ainda se agarrem em superstições, notícias falsas ou negação da ciência."

 

"Estamos falhando em algo, em ensinar ciências nas escolas, em comunicar e divulgar a ciência nas mídias. Isso porque, em última análise, a pandemia tem como principal causa as mudanças ambientais e a degradação da biodiversidade por meio das ações humanas", reflete.

 

PROGRAMAÇÃO – Ciência básica: da curiosidade à solução de problemas globais é o tema do encontro, que demarcará o debate nas palestras e mesas-redondas durante os cinco dias do Simpósio. Para os organizadores, como a pesquisa básica permeia o cotidiano de todos, direta ou indiretamente, o intuito é relembrar seu papel na construção do conhecimento e discutir suas implicações para o presente e o futuro da sociedade.

 

"São as ciências básicas que fundamentam todas as demandas das ciências aplicadas e trazem as grandes inovações que temos experimentado desde o surgimento da prática científica. É ela também que nos proporciona a qualidade e expectativa de vida que temos hoje", acredita Moura.

 

De acordo com a Comissão Organizadora, o formato virtual do evento também possibilitou buscar mais nomes de relevância nacional e internacional, que são destaques em suas áreas de atuação. O neurocientista mundialmente conhecido, Miguel Nicolelis, fará a palestra de abertura, na qual abordará a interação entre cérebro e máquina, na segunda-feira (28), às 16h.

 

Nicolelis foi considerado pela revista Scientific American, na primeira década de 2000, um dos 20 maiores cientistas de sua área. É professor titular do Departamento de Neurobiologia e codiretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University (EUA) e atualmente é coordenador científico de combate à covid-19 do Consórcio Nordeste.

 

Outros detalhes sobre a programação e os demais pesquisadores convidados podem ser obtidos neste link.

Especialistas convidados irão apresentar diferentes abordagens sobre a pesquisa básica e a biodiversidade. Imagem: Reprodução

  

INSCRIÇÕES – Destinado a qualquer pessoa interessada nos assuntos abordados, as inscrições para o evento são gratuitas e continuam abertas para as mesas-redondas e palestras. Além de docentes, profissionais e estudantes de pós-graduação, muitos graduandos estão participando do evento, uma vez que são debatidos temas que afetam diferentes áreas e cursos.

 

Os minicursos não têm mais vaga; as inscrições se esgotaram em menos de cinco horas de lançamento. Para a comissão organizadora, esse sucesso se deve ao formato on-line que permite a participação sem o impedimento físico que ocorre em iniciativas presenciais.

 

As atividades também ficarão disponíveis no canal do SimBio, mesmo após o evento. Os trabalhos selecionados serão realizados em dois formatos: apresentação oral ao vivo e vídeo pôster.

 

CONCURSOS – Desde a primeira edição, o SimBio realiza concurso de imagens. Neste ano, conta com as categorias fotografia e ilustração naturalista. A proposta é divulgar, para além da linguagem científica, conhecimentos sobre a fauna e a flora; e propor uma interação dos participantes com a natureza ao seu redor.

 

Nada mais sugestivo do que o tema A natureza ao nosso alcance, tendo em vista que o momento de confinamento impede explorar a biodiversidade. "Nossa atenção se volta ao nosso redor e a cada dia nos surpreendemos com a natureza que podemos encontrar da janela da nossa casa", explicam os organizadores. Também foram aceitos registros de experiências de campo.

 

O resultado do concurso será divulgado nas redes sociais do SimBio (Facebook e Instagram) e enviado por e-mail. Os três melhores trabalhos em cada categoria vão receber certificado.

 

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