A tramitação de projetos na Universidade de Brasília ficou mais ágil. Se, antes, os processos chegavam a demorar um ano para serem concluídos, com a criação da Câmara de Projetos, Convênios, Contratos e Instrumentos Correlatos (Capro), em 2018, o tempo foi reduzido para cerca de cinco meses. No ano passado, a rapidez ficou ainda maior: três meses e meio. Os dados foram apresentados ao membros do Conselho Universitário (Consuni), em reunião on-line realizada na última sexta-feira (15).
A arrecadação da Universidade com os projetos também teve um salto de cerca de 84%, passando de R$ 101,1 milhões em 2018 para R$ 186,7 milhões em 2019. "Houve um aumento substancial na quantidade de projetos, de 80 para 139", disse a decana em exercício de Pesquisa e Inovação, Cláudia Amorim, que preside a Capro. A expectativa é que a experiência acumulada recentemente, com as iniciativas relacionadas ao combate à Covid-19, também ajude a melhorar o desempenho da Capro. "Nossa meta é reduzir ainda mais o tempo de tramitação, dentro da legalidade", afirmou a decana.
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Na reunião, o vice-reitor, Enrique Huelva, apresentou a estrutura e o funcionamento do Comitê de Coordenação de Acompanhamento das Ações de Recuperação (CCAR), criado para planejar a fase de recuperação da pandemia do novo coronavírus na UnB. "Não há data para essa fase de recuperação, mas, para que ela ocorra, a instituição precisa estar preparada", esclareceu Huelva.
Entre os subcomitês do CCAR, está o de Pesquisa Social, que tem como objetivo levantar dados sobre a situação socioeconômica da comunidade universitária, inclusive, para a eventual adoção de ferramentas on-line de ensino e aprendizagem. "Queremos um retrato sobre coisas como a situação familiar, aspectos de diversidade e acesso à internet", detalhou o vice-reitor. O CCAR utilizará informações passadas pelas unidades acadêmicas e administrativas e pelos comitês específicos criados no contexto da pandemia.
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Diretores presentes na reunião relataram já ter iniciado o processo de levantamento de dados, alguns com um "espelhamento" da estrutura do CCAR nas unidades. "Estamos fazendo um estudo sobre a viabilidade do ensino de disciplinas de graduação e de pós de maneira remota. Isso passa pela identificação dos estudantes que não têm condições de acesso a equipamentos tecnológicos", contou a diretora do Instituto de Física, Fátima Makiuchi.
"Será algo de grande complexidade, porque temos salas de aula, laboratórios, matérias com necessidades diversas para serem realizadas", completou o diretor da Faculdade de Ciências da Saúde, Laudimar Alves de Oliveira.
ENEM – Outro tema debatido pelo Consuni foi a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano. Representantes discentes propuseram uma nota contrária à manutenção do calendário proposto pelo Ministério da Educação. O texto foi subscrito pelo colegiado. "O Ministério não apresentou nenhum plano de mitigação dos riscos de contágio. Sem falar nos prejuízos aos estudantes que não têm acesso à internet para manter os estudos", comentou Raíssa Vaz Mendes, representante dos alunos da pós-graduação.
"A Andifes [Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior] publicou nota esta semana fazendo o mesmo pedido e lembrando que a educação é um direito de todos", comentou a reitora Márcia Abrahão.
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Os conselheiros também aprovaram a concessão de título de Professor Emérito às docentes Maria Lúcia Pinto Leal e Maria Auxiliadora César, ambas vinculadas ao Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam/UnB). Outra homenageada será a servidora técnica Lucineia Garcia Gonçalves, que vai receber o Mérito Universitário, a pedido do Instituto de Letras.
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