A Universidade de Brasília conta com 40 pesquisadores entre os 2% mais influentes do mundo, informa levantamento da Universidade de Stanford em parceria com a empresa de publicações científicas Elsevier. Os dados divulgados em setembro utilizaram métricas padronizadas em 22 áreas e 174 subáreas científicas para determinar duas listas: uma de projeção ao longo da carreira e outra relativa a 2024. Para a classificação, são considerados impactos dos trabalhos desenvolvidos, além de indicadores de produtividade.

Treze pesquisadores da UnB estão presentes em ambas as listas: carreira e 2024. Esse é o mesmo número de cientistas listados somente na tabela que inclui os dados gerais da carreira. Os demais 14 apareceram na relação específica de 2024. Os nomes estão disponíveis na lista ao fim da matéria. O total de 40 repete o resultado do levantamento do ano anterior e é 29% maior que a divulgação com 2022 como ano-base.

“É motivo de orgulho ver tantos de nossos pesquisadores como destaque internacional. Isso corrobora tantos outros rankings nacionais e internacionais que colocam a UnB como uma das universidades mais relevantes do Brasil e da América Latina”, afirma o diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT/DPI), Guilherme Gelfuso. “Enquanto Decanato de Pesquisa e Inovação, isso nos dá a certeza de que estamos no caminho certo de estimular e dar apoio às atividades de ciência, tecnologia e inovação de nossa comunidade.”

Docente e pesquisador do Departamento de Farmácia (FAR/FS), Gelfuso é um dos presentes no rol dos cientistas mais influentes em 2024. Ele diz ser “motivo de satisfação” estar no seleto grupo e destaca a participação de seus pares, técnicos e estudantes nas pesquisas que desenvolve há 14 anos na Universidade. “No começo enfrentamos muitos problemas estruturais para o estabelecimento do nosso laboratório. Ver meu nome e o da colega Taís Gratieri, que também integra o grupo, na lista, faz a gente pensar que todo esforço para fazemos ciência na UnB tem valido a pena”, afirma.

“Fiquei muito feliz. Vale a pena a paixão e a dedicação pela nossa atuação na pesquisa, que resulta na produção de conhecimento”, diz a professora e pesquisadora Sônia Nair Báo, cujo empenho em 38 anos de UnB a insere na lista das mais citadas ao longo da carreira. Referência nas produções científicas do Instituto de Ciências Biológicas (IB), ela avalia que o aumento da presença da Universidade nesse tipo de levantamento “demonstra que se tem uma equipe de pesquisadores altamente qualificada, dedicada e resiliente”. 

Presente em ambas as listas, Soraya Leal diz que o feito “representa muito, uma vez que se refere ao quão frequente seu trabalho é citado por outros cientistas”. “Em outras palavras, é dizer que aquilo que estamos produzindo tem impacto real na nossa área de conhecimento. Não é sobre a quantidade de artigos, livros e capítulos de livros publicados, mas sobre a qualidade da informação contida em tais publicações”, completa ela, que, desde 1998, leciona, orienta e pesquisa no Departamento de Odontologia (ODO/FS).

PARA IR ALÉM – Na visão de Leal, a falta de recursos para financiamento de projetos é o principal gargalo para ampliar a projeção da ciência brasileira. “É muito difícil trabalhar sem apoio financeiro. Sem bolsa, estudantes de pós-graduação não conseguem se dedicar 100% às pesquisas. Sem recursos, pesquisas mais elaboradas, que necessitam trabalho de campo ou materiais laboratoriais caros, por exemplo, se tornam inviáveis”, avalia.

Satisfeito por integrar a lista de mais influentes pela terceira vez consecutiva, Brenno Amaro concorda e encara o investimento em ciência como condição para a soberania do país. “A única diferença entre os cientistas brasileiros de destaque e os cientistas em países desenvolvidos é que não temos o mesmo grau de estrutura e investimento. Se tivéssemos, eles não teriam chance de competir com a gente, porque somos muito mais criativos”, diz o professor e pesquisador do Instituto de Química (IQ), ao agradecer e elogiar a qualidade da formação de seus colegas e estudantes.

Pesquisadores da UnB entre os 2% mais influentes do mundo

Nome – Unidade (Categoria)   

Alexandre Gustavo Soares do Prado – IQ (Carreira)

Ana Maria Nogales Vasconcelos – IE (2024)

Antônio Raimundo Lima Teixeira – FM (Carreira)

Augusto Cesar Franco – IB (Carreira)

Brenno Amaro da Silveira Neto – IQ (2024)

César Koppe Grisólia – IB (Carreira)

Cícero Célio de Figueiredo – FAV (2024)

Concepta Margaret McManus Pimentel – IB (Carreira/2024)

Dâmaris Silveira – FS (2024)

Dejano Tavares Sobral – FM (Carreira)

Edivaldo Ximenes Ferreira Filho – IB (Carreira)

Eliete Neves Silva Guerra – FS (2024)

Eloisa Dutra Caldas – FS (Carreira/2024)

Elton Luiz Dantas – IG (2024)

Ennio Marques Palmeira – FT (Carreira/2024)

Giovany de Jesus Malcher Figueiredo – IE (Carreira/2024)

Guilherme Martins Gelfuso – FS (2024)

Jeanine Maria Felfili Fagg (in memorian) – FT (Carreira)

Jorge do Nascimento Faber – FS (2024)

José Alexander Araújo – FT (2024)

José Garrofe Dórea (in memorian) – FS (Carreira/2024)

José Roberto de Souza Almeida Leite – FM (Carreira)

José Wadih Maluf – IF (Carreira/2024)

Marcelo Hermes Lima – IB (Carreira/2024)

Márcio Martins Pimentel (in memorian) – IG (Carreira/2024)

Marlon Henrique e Silva Cardoso – FM (2024)

Mercedes Maria da Cunha Bustamante – IB (2024)

Miguel Ângelo Marini – IB (Carreira/2024)

Paulo Anselmo Ziani Suarez – IQ (Carreira)

Paulo César de Morais – IF (Carreira)

Pedro Luiz Tauil – FM (Carreira)

Phillip Davis Marsden (in memorian) – FM (Carreira)

Reinhardt Adolfo Fuck – IG (2024)

Ricardo Lopes de Queiroz – IE (Carreira/2024)

Rodrigo Gurgel Gonçalves – FM (2024)

Sônia Nair Báo – IB (Carreira)

Soraya Coelho Leal – FS (Carreira/2024)

Taís Gratieri – FS (2024)

Viktor Dodonov – IF (Carreira/2024)

Wolf Uwe Reimold – IG (Carreira/2024)