A tarde desta quinta-feira (5) registrou a entrada de mais um destacado docente para a lista de professores eméritos da Universidade de Brasília. Celso Chiarini, um dos fundadores do Departamento de Estatística (EST), recebeu a distinção em um auditório da Reitoria tomado por familiares e colegas de academia.
Aposentado desde 1994, Chiarini participou da formação de profissionais que marcaram presença na solenidade, como sua irmã, Lena Chiarini, e o professor e diretor do Instituto de Ciências Exatas (IE) da UnB Gladston Luiz da Silva. A reitora Márcia Abrahão lembrou que, durante a sessão do Consuni que aprovou a outorga do título, "muitos conselheiros se levantaram para elogiar o professor Celso e contar o quando aprenderam com ele".
Ao se deparar com parte do legado humano de sua dedicação à vida universitária, o docente mostrou-se lisonjeado. “Me orgulha muito que as sementes que plantei tenham frutificado”, declarou.
Em seu discurso, Celso Chiarini citou as origens de sua empreitada na Estatística. Graduado na área, ele ingressou na Universidade de Brasília, em 1969, como professor ligado ao Instituto de Ciências Biológicas (IB), devido ao trabalho que realizou na Escola Nacional de Saúde Pública.
O professor lembrou os colegas Maurício Gama, Gilséa Malvar e Henrique Malvar, que vieram com ele do Rio de Janeiro para atuarem na criação do Departamento de Estatística. "São gigantes em cujos ombros me apoiei para enxergar mais longe", disse. "O que mais me emociona hoje é não poder compartilhar esse momento com eles, que tanto contribuíram para a Universidade”, lamentou.
DEDICAÇÃO – Emocionado, o novo emérito da UnB recebeu reconhecimento também por parte da família. A filha Luciana Barreto Chiarini é professora universitária no Rio de Janeiro e veio a Brasília especialmente para a cerimônia. "Ele nos enche de orgulho. Dedicou muito da carreira à UnB e à pesquisa e até hoje fala do trabalho, sempre com muita animação", afirmou.
O docente se disse feliz e honrado em receber o título de emérito e aproveitou a oportunidade para agradecer às pessoas que estiveram ao seu lado ao longo de sua trajetória, compreendendo, inclusive, os ônus de suas escolhas. "Venho, com muito atraso, pedir desculpas aos meus familiares por não lhes ter dedicado mais do meu tempo. Mas estejam certos: nunca faltou amor”, declarou.
Aposentado oficialmente em 1991, Celso Chiarini continuou atuando como docente até 1994, "em virtude de compromissos previamente assumidos”, como conta. Mesmo afastado formalmente da UnB, ele ainda contribui com orientações informais e consultorias.
O professor narra ter aprendido o gosto pela docência ainda no primário. “Minha professora, a senhora Maria Sebastiana de Almeida, tinha muita dedicação em ensinar. Notava-se sua alegria. Ela me contagiou e, desde então, desejei ser professor.” A reitora Márcia Abrahão elogiou o perfil de Chiarini. “É um exemplo de pessoa dedicada à nossa Universidade e que faz com que ela renasça e se fortaleça como instituição”, enfatizou.
Na solenidade de outorga do título de Professor Emérito, Celso Chiarini, que completou 77 anos nesta quarta-feira (4), também foi homenageado pela nora e por dois filhos, que com harpa, violoncelo e tamborim, executaram a canção Tarde em Itapoã, de Toquinho e Vinícius de Moraes.