Professor titular do Instituto de Física da UnB, Joaquim José Soares Neto foi eleito presidente da Câmara de Educação Superior (CES) do Conselho Nacional de Educação do Ministério da Educação (CNE/MEC), com mandato de um ano.
Atuando como conselheiro há seis anos, o docente e a agora vice-presidente Marilia Ancona-Lopez – vice-reitora da Universidade Paulista (Unip) – conquistaram votos dos 12 conselheiros da Câmara, sendo escolhidos por unanimidade.
Neto é formado em Física pela UnB, tendo também cursado mestrado na instituição e, depois, o doutorado na Dinamarca. "A partir dos anos 2000, passei a me dedicar à avaliação da educação do país, com a experiência no Cespe na área de avaliação educacional e no Inep como presidente", pontua Joaquim Neto.
Com a expectativa de fomentar o debate sobre o papel estratégico da educação superior no país, Joaquim Neto falou, em entrevista à Secretaria de Comunicação (Secom/UnB), sobre seu mandato. Confira:
Dentre as atribuições da Câmara de Educação Superior, quais merecem destaque?
A Câmara tem uma importância muito grande no processo regulatório da educação superior, pois é o órgão de decisão do credenciamento e recredenciamento das instituições de educação superior, assim como a instância recursiva para questões das autorizações dos cursos. A Câmara também é responsável por estruturar as diretrizes nacionais dos cursos de graduação. Essas são as três principais, mas o seu papel vai muito além, podendo discutir as grandes questões da educação superior.
Quais são seus objetivos e suas prioridades nessa experiência no Conselho?
Essa experiência é muito relevante a nível pessoal na minha careira. Os meus objetivos e prioridades estão vinculados à educação superior, como o aprimoramento de regras que estão na competência da Câmara em relação às questões regulatórias. Também pretendo trazer para a pauta do Conselho discussões sobre a educação superior como um todo, especialmente nesse momento em que muitas questões devem ser repensadas quanto à avaliação e à própria regulação.
Em sua opinião, quais são os principais desafios do ensino superior?
O ensino superior no país, como toda a educação, é estratégico. Isso porque o desenvolvimento e o futuro do país dependem do nível da educação formal da sua população. A educação superior forma os indivíduos para atuarem na sociedade com um nível de formação bastante alto. Esse é o ponto fundamental e o papel do Conselho está dentro dessa perspectiva estratégica, ao fazer parte desse grupo de instituições que pensam, a nível nacional, a educação do país, tanto a básica como a superior.
Quanto às tendências para a educação superior, há algum país que inspire exemplo?
Vários países, como os Estados Unidos, onde a educação superior é bastante desenvolvida, sendo muito forte a relação com centros de pesquisa associados e também o desenvolvimento de inovações e de formação de pessoas com alto nível de habilidades. Podemos destacar ainda o Japão; o Canadá; na Europa, a Alemanha, a Inglaterra, a França; assim como outros países que têm crescido, como a China, a Coreia do Sul e a Austrália. Mas vale ressaltar que o próprio Brasil inspira exemplo, porque toda a história da nossa educação superior está basicamente resumida no século XX e houve um caminho importante no desenvolvimento dela. Hoje nós temos cerca de 8 milhões de brasileiros que estudam na educação superior, em 2.500 instituições e 30 mil cursos.
Pretende conciliar as atividades da Câmara com a carreira docente e de pesquisador?
Sim. Eu sempre conciliei a atividade de gestor público, ou mesmo durante a estadia no Conselho, sempre dei cursos na graduação e na pós-graduação. Também nunca parei de orientar alunos de pós-graduação, nem de publicar artigos. Em nenhum momento de minha carreira de professor da UnB deixei de exercer a atividade de docente e de pesquisador.
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