Os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, nesta segunda-feira (10), não passaram em branco na Universidade de Brasília. Ainda no clima da campanha UnB Mais Humana, que norteou ações durante o ano de 2018, a comunidade acadêmica pôde acompanhar a proposição de uma inédita política institucional de direitos humanos.
O texto foi apresentado publicamente em reunião especial do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da UnB, no auditório da Reitoria. A nova política, que deve ser levada à apreciação do Consuni, pretende articular a atuação da Universidade em três eixos: a transversalidade dos direitos humanos em ensino, pesquisa, extensão e gestão; a promoção da igualdade, da diversidade e da não discriminação; e o incentivo à participação e à gestão democrática.
A proposta é fruto do trabalho do CDH ao longo de 2018. Começando pelo levantamento das iniciativas já existentes, representantes docentes, discentes e técnicos trabalharam para estruturá-la. “Os textos foram resultado de exercícios coletivos e participativos”, reforçou, durante a apresentação, a professora Ana Tereza Reis, coordenadora adjunta do Mestrado em Sustentabilidade Junto a Povos e Terras Tradicionais (Mespt) e membro do CDH.
Os eixos, objetivos e ações programáticas previstos na política visam uma construção gradual e sólida de uma cultura da paz, defesa da dignidade humana e respeito às diferenças. Para Ana Tereza Reis, um dos principais ganhos trazidos pela aprovação da política seria a institucionalização, a nível administrativo, da transversalidade de direitos humanos já presente na UnB em ensino, pesquisa e extensão.
Durante a solenidade, a professora Ela Wiecko, da Faculdade de Direito, levou aos participantes o histórico da Declaração Universal dos Direitos Humanos no contexto histórico das duas grandes guerras. Membro do Ministério Público Federal e especialista no tema, a docente ressaltou em sua fala os valores-chave que norteiam a carta: dignidade humana, igualdade, liberdade, justiça, paz e regime de direito. Ela destacou a solenidade como um momento em que "a Universidade reafirma seu compromisso com a democracia e a cidadania". Veja o discurso na íntegra.
MARCOS – A reunião desta segunda mostrou à comunidade os primeiros frutos do trabalho do CDH e encerrou a campanha institucional de 2018, UnB Mais Humana. As duas iniciativas receberam uma balanço positivo por parte dos membros da administração superior presentes no evento.
“A comunidade acadêmica abraçou a campanha UnB Mais Humana. Isso é especial, pois sabemos a importância do respeito na UnB”, elogiou a reitora. Márcia Abrahão também anunciou que levará à apreciação do Conselho Universitário uma proposta que deve mudar o status do CDH, de Conselho para Câmara, vinculada ao Consuni.
O decano de Assuntos Comunitários, André Reis, parabenizou o trabalho desempenhado pelos integrantes do CDH. “Que seja o começo de uma história muito bonita, que vamos continuar a escrever”, desejou.
Uma das articuladoras da campanha de 2018 e da proposta de política institucional, a decana de Extensão, Olgamir Amancia, enfatizou a efetividade destas iniciativas como forma de celebrar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, não apenas no dia 10 de dezembro, mas de forma contínua e permanente.
O decano de Ensino de Graduação, Sérgio de Freitas, reforçou a ideia e parabenizou a comunidade acadêmica pelo engajamento ao longo do ano.
>> Reitoria publica carta à comunidade pela defesa dos direitos humanos
DARCY – Em destaque na cerimônia também esteve o lançamento da 20ª edição de Darcy, revista de jornalismo científico e cultural da UnB. “Uma das únicas revistas do tipo no país, a Darcy é feita com muita dedicação por toda a equipe da Secom”, destacou a secretária de Comunicação da UnB, Thaïs de Mendonça Jorge.
Com dossiê temático sobre os direitos humanos no presente e no futuro, o novo número traz personagens da Universidade como agentes e sujeitos dos valores expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
>> Conheça a mais recente edição da revista Darcy
MÚLTIPLAS VOZES – A atração cultural do evento foi temática e ficou por conta do coro da diversidade da UnB – Coral Hamaca. Um dos objetivos do projeto é integrar refugiados e minorias estrangeiras que vivem em Brasília à Universidade. Hoje, o grupo conta com onze vozes de quatro nacionalidades diferentes, mas a expectativa é congregar até 120 pessoas.
A estreia do coral em apresentações aconteceu em dezembro, na Casa da Cultura da América Latina (CAL/DEX), onde o projeto é mantido. As aulas de canto e português oral acontecem em turmas com dois encontros semanais.