GRADUAÇÃO

Novos estudantes foram acolhidos e ouviram incentivos para participação ativa na sociedade por meio das ações de extensão universitária e de fóruns da cidade

Histórico: aprovados na primeira edição do processo seletivo 60mais na UnB tiveram acolhimento especial no Anf. 9. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Na manhã da última sexta-feira (15), os 136 estudantes aprovados no primeiro processo seletivo 60mais lotaram o Anfiteatro 9 do Minhocão, como historicamente é chamado o Instituto Central de Ciências (ICC) do campus Darcy Ribeiro da UnB. O acolhimento foi organizado pelo Decanato de Ensino de Graduação (DEG) para recepcionar, tirar dúvidas e orientar os novos alunos.

Emocionada, a reitora Márcia Abrahão afirmou que essa é uma das principais conquistas de sua gestão. “Eu tenho certeza que vocês irão contribuir muito para a nossa Universidade e para a sociedade. Muito obrigada! Parabéns! O 60mais representa um marco na história da Universidade de Brasília, e também um passo significativo para a inclusão e valorização do conhecimento”. Antes do processo seletivo para as pessoas com 60 anos ou mais, a Universidade contabilizava 132 pessoas nessa faixa etária. Agora, a presença desse público dobrou.

Emocionada, a reitora Márcia Abrahão buscou transmitir aos novos estudantes quão significativa é a presença deles na Universidade. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Após a apresentação do Coral dos Cinquentões da UnB e do Coral Paz e Amor, do Cruzeiro, o decano do DEG, Diêgo Madureira, subiu ao palco para dizer que o processo seletivo 60mais é uma oportunidade para muitas pessoas que dedicaram suas vidas para ver filhos e netos ingressarem na Universidade.

“Saibam que a concorrência foi maior do que no vestibular, no PAS [Programa de Avaliação Seriada] e no Enem [Exame Nacional de Ensino Médio]. Não é fácil entrar na UnB no processo 60mais. Jamais se subestimem, vocês chegaram aqui por mérito e com certeza se tornarão excelentes profissionais formados em uma das melhores instituições do país.”

A decana de Extensão, Olgamir Amancia, explicou que a extensão favorece o diálogo entre a área de formação acadêmica e a sociedade. “É dessa forma que a Universidade se aproxima cada vez mais do local onde ela está inserida, dialogando com os problemas da cidade e do território”, explicou a decana.

“A oportunidade de um estudante de 60 anos ou mais e de um estudante bem jovem estarem na mesma sala de aula permite vivenciar aquilo que está na sociedade em geral. É a oportunidade de reconhecermos que todos temos muito a aprender um com o outro. Isso nos torna mais humanos, mais cuidadosos com a gente e com o outro. A Universidade de Brasília é um espaço de insurgência, de inovação, espaço de todas e de todos. Sejam bem-vindas e bem-vindos!”, saudou.

POLÍTICA DE ENVELHECIMENTO – A criação da Política de Envelhecimento Saudável, Participativo e Cidadão pela Universidade de Brasília, em 2023, trouxe contribuições para o Distrito Federal. Segundo a presidente da Comissão de Implementação da Política, professora Elen Geraldes, da Faculdade de Comunicação, o DF é uma das unidades federativas com maior população idosa.

Corais do DF se apresentaram na recepção aos calouros 60Mais. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

“A criação dessa política é um compromisso da UnB em tornar-se cada vez mais aberta, mais acolhedora às pessoas de 60 anos ou mais. Essa é uma idade para ter sonhos, ter projetos de vida nova, de profissão e de estudar. Vai ser uma oportunidade de unir jovens e pessoas idosas para gerar um novo aprendizado”, vislumbrou.

A inserção de pessoas idosas nos espaços de cogestão de Brasília, nos fóruns e conselhos da cidade, foi um dos pontos destacados pela coordenadora do Grupo de Trabalho Envelhecimento Saudável e Participativo (GTESP), Leides Moura:

“Bem-vindos a esta etapa de construção de conhecimento significativo, afetivo, de pertença e de inserção nessa cidade. Temos uma cidade desigual, que precisa aprender pelo afeto a se relacionar, construir sonhos e participar de uma cidadania ativa, que se envolva na pauta política, que se envolva na pauta de gestão da cidade. Temos aqui uma fotografia de vida. Uma fotografia de sonhos. É um coletivo, de muitas mãos. É muito importante deixar isso registrado. Como disse a filósofa Simone de Beauvoir, a velhice não é só uma etapa da vida, é uma nova vida.”

Ao final da cerimônia, o diretor-técnico de Graduação do DEG, José Lúcio Tozetti, tirou dúvidas do público e falou sobre os pontos mais importantes do Manual do Estudante de Graduação, distribuído aos calouros.