Desde o início de 2023, a UnB possui uma política destinada a facilitar projetos de valorização dos idosos e estruturar a pauta do envelhecimento na Universidade. Entre alunos de graduação, pessoas com mais de 45 anos compõem apenas 2,4% do total, segundo anuário estatístico da UnB de 2021.
A professora Leides Moura, do Departamento de Enfermagem da UnB, atuou como presidente da comissão que criou o documento aprovado na Câmara de Direitos Humanos da UnB. Para a professora, o acolher de novas faixas etárias dentro da Universidade é uma conquista civilizatória.
Ela destaca ainda que antes de implementar medidas para a política funcionar é necessário que a comunidade perca o medo de envelhecer. “O que nos habita é um caldo social, onde nós fomos socializados a pensar que envelhecer é algo que preocupa, que dá medo.”
A aprovação da política é uma chance de colocar a Universidade para pensar e agir com a criação de diálogos entre as gerações. “É uma instituição que se volta para si mesma, para olhar todo o seu potencial, os seus recursos. E olha suas linhas e áreas de abrangência no ensino, na pesquisa, na extensão, na administração, e como é que a gente pode celebrar essa diversidade geracional”, reflete Leides Moura.
Para a implementação da política, a professora avalia ser necessário realizar análises para entender como funcionará a inclusão entre as gerações como garantia que o aprendizado seja baseado no respeito e diálogo.
Para além do ambiente acadêmico, a docente pontua que é ainda é preciso tornar o mercado de trabalho um ambiente acolhedor para o público mais vivido. E isso vai muito além das perspectivas salariais. "A linguagem monetária não consegue descrever o impacto que pode acontecer em termos de transformações nos valores de respeito e dignidade", exemplifica.
Confira o UnBTV Entrevista completo sobre a Política do Envelhecer Saudável, Participativo e Cidadão:
*estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.