A Universidade de Brasília inaugurou, na terça-feira (18), a Unidade de Laboratórios de Ensino de Graduação (Uleg) da Faculdade de Medicina (FM). Iniciada em 2020, a obra era um compromisso da UnB desde 2014, quando a Universidade recebeu recursos do Programa Mais Médicos e não os executou. Em 2019, foi incluída como uma das prioridades do Plano de Obras da UnB, mesmo com os sucessivos cortes orçamentários daquele período.
Com a nova estrutura de 2.227 metros quadrados e dois pavimentos, a FM vai atender estudantes da graduação, incluindo outras áreas do conhecimento. Emocionado, o diretor da FM, Gustavo Romero, destacou a importância de aportar investimentos na graduação. “A Universidade tem sonhos altíssimos, principalmente quando se fala em pesquisa e inovação. Mas nossa essência, nossa primeira missão, é com a graduação, são os nossos estudantes. Isso aqui é para vocês”, disse, dirigindo-se aos alunos presentes na cerimônia de inauguração.
O diretor lembrou também da extensão como um espaço de diálogo e de desenvolvimento do pensamento crítico. “Essa estrutura vai permitir que os estudantes interajam com colegas de diferentes cursos. Um fundamento claro da ação de extensão da Universidade de Brasília é o diálogo. Talvez seja o espaço em que mais se dialoga, e por ser assim, é um espaço que contribui na formação da capacidade reflexiva e na resolução dos problemas do país”, afirmou.
Gustavo Romero contou que os cenários de simulação fortalecerão a parceria entre a FM e o Instituto de Artes (IdA). “Os alunos do Instituto de Artes estarão por aqui em algumas simulações cênicas para qualificar e gerar bem-estar psicológico para os estudantes de ambos os cursos. Temos um potencial enorme de utilização deste prédio para o aprendizado teórico e prático e para a produção de conhecimento”, disse.
O IdA e a FM têm uma oferta de disciplina optativa que explora o potencial das artes cênicas na simulação realística, para favorecer o desenvolvimento de práticas humanizadas de cuidado e o autocuidado nas equipes dos profissionais de saúde em processo de formação.
A superintendente do Hospital Universitário de Brasília (HUB), Elza Noronha, comemorou a inauguração da Uleg-FM. “Esse prédio foi muito sonhado. É um espaço que vai qualificar não só a Medicina, mas a área de Ciências da Saúde também. Vamos distribuir melhor os espaços. Vai permitir melhores políticas de alocação de pessoal, ajudando a fazer melhor ainda o que já fazemos.”
PLANO DE OBRAS – A reitora Márcia Abrahão ressaltou a importância da aprovação dos Planos de Obras da UnB com a participação de toda a comunidade. O último havia sido aprovado em 2011, na gestão do então reitor José Geraldo de Sousa Junior. “Recebemos a UnB com um corte de 50% no orçamento, sem recursos para investimento e com obras inacabadas, outras sequer tinham começado, como essa”, lembrou. Já em 2017, o primeiro Plano de Obras foi aprovado. Em 2019, o segundo, seguido por 2021 e 2023.
A construção do prédio da Faculdade de Medicina remonta ao ano de 2014, quando a Universidade de Brasília recebeu recursos no âmbito do Programa Mais Médicos, mas não executou. “Tínhamos que cumprir um compromisso assumido pela UnB com o Ministério da Educação. Nossa prioridade à época eram obras inacabadas, compromissos assumidos que não foram cumpridos. Hoje, isso não entra mais porque não tem mais”, destacou. “E assim nós fomos caminhando passo a passo com projetos mais simples, como este aqui, mas que atendam a comunidade e também democratizem o espaço da Universidade”.
O vice-reitor Enrique Huelva lembrou que a gestão democrática da infraestrutura da UnB recebeu atenção especial da Reitoria, desde 2017. “Tínhamos que ter critérios específicos para novas construções e levar isso aos órgãos colegiados pertinentes para o amplo debate que definiria as prioridades. A lista de prioridades na forma de um planejamento é o Plano de Obras, como vocês podem comprovar. Os famosos esqueletos hoje são prédios.”
Huelva destacou a importância da construção de espaços físicos acadêmicos para a construção do conhecimento para as próximas décadas. “A melhoria de práticas de ensino, pesquisa e extensão para as gerações futuras é um legado de extrema importância. Todo gestor deve se preocupar com o futuro da excelência da nossa instituição.”
ESTRUTURA – O Uleg-FM atenderá aproximadamente 500 estudantes de graduação do curso de Medicina nas disciplinas parasitologia, patologia, embriologia, histologia e outras que precisam de infraestrutura laboratorial qualificada para realizar as atividades práticas.
Os alunos também terão acesso a ambientes de salas de aula propícios para a aplicação de metodologias ativas e dois cenários para realização de atividades de simulação realística, “essenciais para a qualificação preparatória para o ingresso nas atividades assistenciais nos serviços de saúde, assim como o aprimoramento de competências durante o internato” – explicou o diretor da FM, Gustavo Romero.
São sete laboratórios, sala de aula, salas de equipamentos, sala de observação, sala multiuso, sala de informática e salas de edição de multimídia, além de áreas de apoio, sanitários e copa. Estudantes dos cursos de graduação em saúde, como Nutrição e Enfermagem, também usufruirão do espaço nas atividades práticas das disciplinas de serviço oferecidas pela FM.
A obra foi licitada em 2020, mas a primeira colocada desistiu logo nos primeiros dias de execução. A obra custou R$ 10 milhões. “Tivemos diversas dificuldades ao longo da execução da obra, que coincidiu com a fase mais crítica da pandemia de covid-19. O setor de construção civil foi considerado como atividade essencial durante a pandemia. Enquanto parte da população pôde se resguardar, os colaboradores estavam na linha de frente da produção da infraestrutura da Universidade”, lembrou o secretário de Infraestrutura, Augusto Dias.
