TESOUROS EM ARQUIVOS

Pesquisadores de diversas regiões do Brasil debateram a importância da preservação dos acervos históricos para a cultura do país

A mesa de abertura destacou o valor de acervos urbanísticos para a pesquisa e a preservação da memória de um povo. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

A fim de contribuir para a construção de uma cultura nacional de patrimonialização e preservação da história urbanística do Brasil, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de Brasília promoveu o 2º Seminário Topos | Acervos e arquivos de Urbanismo: saberes, manejos e feitos. O evento reuniu pesquisadores de diversas partes do país para debater o assunto. Durante a mesa de abertura, na quinta-feira (4), a reitora Márcia Abrahão destacou o cuidado da instituição com a conservação da memória.

“É com muito orgulho que vejo esse trabalho intenso de preservação da nossa história. No último ano, inauguramos o Espaço da Memória no antigo prédio que abrigava o Centro de Planejamento (Ceplan) e também realocamos nosso Arquivo Central, que guarda toda a memória administrativa da nossa Universidade em um espaço que foi desocupado”, disse a reitora.

O seminário discutiu três eixos temáticos principais: Saberes, Manejos e Feitos. O objetivo é estimular mais pesquisadores, professores, gestores e profissionais a pensar conjuntamente a importância de acervos e arquivos de urbanismo, bem como debater os procedimentos e modos de operacionalização – acolhimento, triagem, armazenamento e acessibilidade – dos documentos envolvidos.

“A FAU nasceu com a UnB e ajudou a construir Brasília. Entender essa memória é muito simbólico”, destacou o diretor da unidade, Caio Frederico e Silva. Trata-se da promoção e discussão desses repositórios e a relevância deles para o universo acadêmico e profissional, para os órgãos gestores de nossas cidades, para a preservação de nossa memória cultural e para a divulgação de nosso passado à sociedade geral”, explicou o docente da FAU e organizador do evento, Ricardo Trevisan.

A coordenadora de Programas de Pós-Graduação da FAU, Carolina Pescatori, avaliou que o seminário é um sinal de força e determinação da unidade acadêmica, ao lembrar da inundação do auditório em 2019. Nos anos seguintes, o espaço foi recuperado, por meio da ação conjunta.

“A gente reitera coletivamente a importância institucional da participação da Universidade e dos programas de pós-graduação nesse esforço contínuo de acolhimento, conservação, salvaguarda e manutenção do acervo de arquivos históricos”, explicou Pescatori. De acordo com ela, os documentos fomentam pesquisa, cultura e extensão universitária.

A parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAP-DF) vai permitir a abertura de editais em conjunto voltados à conservação da memória e dos acervos raros que serão recebidos. “A vida é uma história, mas ela só pode ser contada para quem vem depois se for registrada e preservada de alguma maneira”, destacou a superintendente da FAP-DF, Renata Viana, que observou o evento como um “reinício de conservação da história”.

Também participaram da abertura a presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) de Goiás, Simone Brandão; o presidente do CAU do Distrito Federal, Ricardo Meira; e a conselheira do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil Graciete da Costa. O seminário ocorreu em dois dias, quinta e sexta-feira (5).

A reitora Márcia Abrahão e a superintendente da FAP-DF, Renata Viana, visitaram a exposição Acervos de Urbanismo: Coimbra Bueno e Joaquim Guedes. Foto: Beto Monteiro/Ascom GRE

 

LANÇAMENTOS – Previsto para publicação ainda neste primeiro semestre, tanto no formato físico quanto no digital, o livro Acervos e Arquivos de Arquitetura e Urbanismo aborda a temática do Seminário Topos, com textos assinados pelos palestrantes do evento. Organizada por Ricardo Trevisan, a obra conta com o apoio da FAP-DF e do CAU-DF.

Na ocasião também foi aberta a exposição Acervos de Urbanismo: Coimbra Bueno e Joaquim Guedes, instalada na Galeria Christina Jucá. Entre os itens da mostra estão registros da construção de Goiânia. A exibição, que tem a curadoria de Virginia Manfrinato Cavalcante, pode ser visitada até o fim de abril.