Representantes da administração superior da Universidade de Brasília estiveram no Instituto de Ciências Biológicas (IB), nesta sexta-feira (25), para ouvir demandas da comunidade. No encontro, professores, técnicos e estudantes manifestaram-se sobre assuntos, como segurança e realização de aulas práticas, e também tiraram dúvidas acerca de editais e contratos de prestação de serviços.
Vice-diretor do IB, Carlos Saito questionou sobre a manutenção de geradores de energia. “Temos um conjunto de equipamentos sensíveis em nossos laboratórios. Há uma preocupação constante em relação ao fornecimento de energia elétrica”, detalhou. Um edital do Decanato de Pós-Graduação (DPG) garante a manutenção até o mês de junho e uma nova licitação está em curso junto à Prefeitura do Campus (PRC).
Outras preocupações sinalizadas pelos docentes foram em relação às reduções de trabalhadores terceirizados e ao transporte para aulas práticas dos cursos de graduação. A professora Ludmilla Aguiar, chefe do Departamento de Zoologia, relatou dificuldades para realizar atividades externas.
“Nossos alunos não podem tirar dinheiro do próprio bolso para custear esse deslocamento. Muitos têm problemas até mesmo para ir e voltar da Universidade todos os dias”, relatou. O prefeito Valdeci Reis afirmou desconhecer dificuldades para a realização de saídas de campo, mas se colocou à disposição para resolver questões neste sentido.
Ainda de acordo com o prefeito, os problemas de transporte que afetam os campi da UnB neste momento são de cunho administrativo e estão ligados à mobilização de servidores em greve, que impossibilitam a circulação de veículos institucionais – caso diferente do transporte para atividades de campo.
Sobre a situação dos trabalhadores terceirizados, a reitora Márcia Abrahão mostrou-se solidária, mas destacou que a instituição não pode manter contratos se não tem capacidade de honrá-los.
FISCALIZAÇÃO – O técnico administrativo Leandro Garcia, que atua no Departamento de Ecologia, questionou os valores de itens e serviços em contratos mantidos pela Universidade. “Às vezes, coisas simples têm um custo muito maior do que o que vemos no mercado”, alertou.
O prefeito Valdeci Reis explicou que, em muitos casos, os valores de contratos na administração pública são mais altos devido a determinações legais do setor. “Para serviços na área de eletricidade, por exemplo, é exigida a supervisão de um engenheiro, para garantir segurança ao público."
Ainda assim, Valdeci pediu que a comunidade do IB, bem como de toda a Universidade, fique atenta. “É por isso que passamos as ordens de serviços para vocês também, pois sabemos que podem auxiliar nesta fiscalização”, ressaltou.
A reitora Márcia Abrahão informou que, ainda no início do ano passado, foi solicitada uma auditoria completa nos contratos. “Havia coisas muito estranhas. O contrato de limpeza, por exemplo, determinava que as salas dos professores deveriam ser limpas uma vez ao dia, mas não é o que ocorre na prática”, disse. O orçamento e os contratos mantidos pela UnB estão disponibilizados publicamente nos sites dos decanatos de Administração (DAF) e de Planejamento, Orçamento e Avaliação Institucional (DPO).
A decana do DPO, Denise Imbroisi, convidou a comunidade do IB a participar das diversas reuniões nas quais o orçamento da Universidade é discutido. “Precisamos lembrar do atual momento que vivemos. Temos um orçamento de investimentos equivalente a um terço do que foi no ano passado, que já era pouco”, pontuou.
“Mesmo nesse cenário adverso, a administração optou por ampliar o orçamento das unidades acadêmicas, que precisam ser fortalecidas”, lembrou a gestora. O orçamento do IB teve aumento de 42% em relação 2017 e chegou a pouco mais de R$ 1 milhão neste ano.
SEGURANÇA – O estudante Augusto Coelho, que cursa licenciatura em Biologia no período noturno, relatou insegurança em circular pelo ICC à noite e questionou a retirada dos portões do prédio. A reitora explicou que, por serem baixos, os portões não trazem efetiva segurança ao local, além de ferirem o plano arquitetônico da Universidade.
“O que traz segurança é uma política estruturada, que estamos construindo, com participação da comunidade e da Secretaria de Segurança Pública”, respondeu. A reitora adiantou que uma das medidas será a colocação de postos de vigilância mais altos, para ampliar o campo de visão dos profissionais, na entrada dos grandes estacionamentos.
As visitas aos institutos e faculdades são uma iniciativa da Reitoria e ocorrem em parceria com cada unidade. “O objetivo das reuniões é ouvi-los, responder na medida do possível e levar tarefas”, disse a reitora. “Este é um momento de nos unirmos para identificar problemas e buscarmos soluções. Estamos trabalhando diuturnamente para desempenhar nossas atividades e garantir o pleno funcionamento da Universidade de Brasília”, completou.
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