O vencedor do Prêmio Nobel de Medicina de 2011 Bruce Beutler esteve nesta quinta-feira (29) na Universidade de Brasília. Em auditório lotado, o cientista falou sobre a pesquisa que desenvolve na área de imunologia desde 1981, quando se formou.
"Meu pai me estimulou a fazer Medicina, mas sempre gostei muito do ambiente de pesquisa", disse. "Adoro trabalhar em laboratórios e resolver problemas, mesmo que pequenos. O cientista é um desbravador".
Durante a residência médica, Beutler teve contato com pacientes que sofriam infecções crônicas e, naquele momento, começou a se perguntar por que algumas pessoas tinham maior resistência à inflamação causada por micróbios e bactérias.
O pesquisador destaca que centenas de indivíduos continuam morrendo de septicemia – infecção generalizada –, mesmo com a criação dos antibióticos há 70 anos.
"A expectativa de vida aumentou oito vezes com as vacinas. Mas sem imunidade, os remédios não têm efeito algum", observa.
Para ajudar a combater o problema, Beutler decidiu estudar o funcionamento do sistema imunológico do ponto de vista genético.
Com a ajuda de outros dois pesquisadores, descobriu o que chama de "chave de ativação" da imunidade: proteínas que acionam o sistema de defesa humano ao reconhecerem micro-organismos invasores.
"A evolução tecnológica potencializou os estudos ao permitir criar modelos por meio do computador", afirma o cientista, que segue mapeando, em tempo real, o comportamento dessas minúsculas estruturas celulares.
A palestra Desconstruindo o sistema imunológico através de mutagênese germinativa aleatória ocorreu no auditório 3 da Faculdade de Medicina da UnB.
Atualmente, Beutler é diretor do Center for Genetics of Host Defense na UT Sowthwestern Medical Center em Dallas, EUA. Nesta semana, o pesquisador norte-americano esteve na USP e Fiocruz (RJ) para falar sobre o tema.
Cientista Bruce Beutler recebe título de Doutor Honoris Causa