Atendimento integral à gestante e puérpera. Este é o objetivo do projeto Saúde mental e parentalidade, coordenado pela professora Katia Tarouquella, do Instituto de Psicologia (IP/UnB). A proposta é capacitar 120 profissionais de saúde que atendem esse público a prevenir a fragilização da saúde mental; fortalecer vínculo entre mãe, pai ou cuidador com o bebê; prevenir violências antes que elas se instalem de forma mais consolidada na vida familiar; e divulgar e encaminhar a gestante para a rede de apoio do Estado, para que ela não fique numa posição de solidão nos cuidados com recém-nascido.
O projeto é desenvolvido graças a uma emenda parlamentar de R$ 1 milhão destinados pela bancada do DF, que tem entre os integrantes a deputada Erika Kokay (PT-DF). “O foco é trabalhar com os profissionais de saúde o tema da saúde mental e da parentalidade para que, na ponta, eles estejam preparados para lidarem as fragilidades, o sofrimento e os desafios da gestante e puérpera, principalmente das populações mais vulneráveis”, explica a professora.
O grupo em formação gerou um espaço de reflexão para tratar esta mulher além das questões físicas, criando uma possibilidade de escuta para outras questões que envolvem a gestação e os cuidados com o bebê. Além disso, as mulheres terão a possibilidade de criar um grupo onde possam compartilhar experiências e informações. “Também é objetivo do projeto capturar os pais para que eles possam estar mais presentes na vida do bebê, porque têm aparecido muitas mães solo ou que os pais são ausentes. Portanto, também é uma forma de ver como estes profissionais de saúde podem intervir e atuar na questão da parentalidade entre pais, avós e companheiros”, completa Katia.
O projeto será encerrado em março de 2024 e a ideia é que a Universidade possa gerar conhecimento. “Vamos lançar, em 2024, um número especial da revista Teoria e Pesquisa, do Instituto de Psicologia da UnB, com a temática parentalidade. Justamente para trazer uma perspectiva de interdisciplinaridade, com profissionais da psicologia, enfermagem, medicina e serviço social. A ideia é que esses profissionais, de diversas áreas, possam trazer suas reflexões sobre o tema”, antecipa a docente.
Durante todo esse processo, a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) tem sido o suporte para que o projeto seja executado. Toda a formação dos profissionais é feita no espaço da fundação, que ainda apoia no pagamento das bolsas; na compra de materiais, na logística e com todo o suporte para que os professores e demais integrantes da equipe de capacitação se dediquem integralmente a desenvolver material didático e as oficinas para os alunos. Outros parceiros são a Secretaria de Saúde do Distrito Federal e a Universidade Federal Fluminense.
O desejo da professora Kátia é que, para o próximo ano, a equipe consiga uma nova emenda parlamentar para promover o desdobramento deste projeto. “Se conseguirmos a verba, vamos fazer a intervenção junto com os profissionais de saúde lá na ponta, com as famílias”, vislumbra.