A primeira sala de amamentação da Universidade de Brasília foi inaugurada na Biblioteca Central (BCE) no início deste mês. Além de conforto, o espaço proporciona melhores condições de higiene para o aleitamento materno. São duas cabines individuais com poltronas, pontos de água para higienização de mãos e utensílios, freezer, micro-ondas, bancada de pedra, cuba em inox para higienização de crianças de colo durante troca de fraldas, ponto de água com ducha e aquecedor elétrico. A próxima sala deverá ser inaugurada no prédio da Reitoria.
“Considero essa iniciativa uma obrigação minha, como a primeira mulher a ocupar o cargo de reitora desta Universidade. E essa sala não é apenas para mães amamentarem. Ela também está disponível para pais, tios e tias que trazem suas crianças, em dias que, por exemplo, precisam estar na Biblioteca e necessitam de espaço adequado para que as crianças se alimentem de maneira confortável, sem se sentirem intimidadas por um ambiente cheio de adultos estudando e trabalhando”, explicou a reitora Márcia Abrahão ao falar sobre os objetivos da nova sala.
Ela lembrou que a Universidade já tinha iniciativas semelhantes, como a sala de amamentação da Faculdade de Educação (FE), mas faltava uma institucionalização dessas ações. Na inauguração, que aconteceu em 2 de setembro, a diretora substituta da BCE, Maria do Socorro Neri, expressou sua satisfação ao ver a demanda da comunidade sendo atendida. “Sou mãe e acho que é uma grande conquista ter um espaço onde se possa amamentar ou apenas esquentar o leite. É um ganho para toda a comunidade.” Maria do Socorro também elogiou o papel de vanguarda da Biblioteca ao acolher ações como essa, vindas da Reitoria.
CONQUISTAS – “Esta é a primeira sala de amamentação de várias outras que serão criadas, conforme previsto nos planos, e que vêm para complementar as ações realizadas ao longo desses anos em prol das mulheres e das mães”, comentou a secretária de Direitos Humanos, Deborah Santos. Há dois anos à frente da SDH, a gestora orgulha-se do trabalho desenvolvido na Universidade, que oferece condições para que estudantes e servidoras possam permanecer na instituição enquanto criam seus filhos, como a instalação de fraldários em banheiros masculinos e femininos e a construção de uma creche.
“A aprovação da Política Materna e Parental da UnB pelo Conselho de Administração (CAD) veio coroar todas essas conquistas, assim como a criação dos GTs de mães que discutem e propõem várias atividades,” afirmou Deborah Santos. Aprovada em julho deste ano, a política resultou de uma longa discussão que levou à criação de uma comissão permanente vinculada à Câmara de Direitos Humanos (CDH).
“Agora, temos uma nova legislação que permite que crianças com menos de dois anos não paguem para entrar no Restaurante Universitário. Crianças de até cinco anos também podem comer junto com as mães”, lembrou a secretária de Direitos Humanos. Reforçando as ações da gestão, a reitora Márcia Abrahão também mencionou a revogação do ato que proibia a permanência de gestantes na Casa do Estudante Universitário (CEU). Agora, estudantes têm o direito de permanecer na CEU até o fim da gestação e ingressar em outra modalidade de assistência à moradia que ofereça segurança e conforto para a criança.
O secretário de Infraestrutura, Augusto Dias, destacou a parceria entre a SDH e a Secretaria de Infraestrutura (Infra) e explicou a importância de a primeira sala de amamentação estar localizada na Biblioteca Central. “A instalação da sala de amamentação aqui reafirma nosso compromisso em criar um ambiente que respeite e valorize a diversidade, onde mães e pais possam cuidar de seus filhos com dignidade e tranquilidade, sem abrir mão de seu envolvimento acadêmico ou profissional.”