Imagens diárias de alta resolução poderão ser obtidas, para fins de pesquisa, até uma área de 2 mil km² no retângulo do DF. A partir do serviço, é possível monitorar, por exemplo, mudanças no uso e na cobertura do solo. Foto: Divulgação/Planet
A comunidade acadêmica da Universidade de Brasília será beneficiada por uma alternativa tecnológica para aplicação em pesquisas com uso de imagens de satélite. A UnB, por meio do Instituto de Geociências (IG), firmou acordo de cooperação técnica com a Santiago e Cintra Consultoria (SCCON), empresa de soluções na área geoespacial e de mapeamento via satélite sediada em São Paulo.
O acordo estabelece que a Universidade poderá dispor das imagens captadas pelo satélite Planet, atualmente composto de 130 nanossatélites, para fins de pesquisa científica. Professores e pesquisadores da UnB podem ter acesso a este serviço até 2025, quando encerra o prazo do acordo, que poderá ser renovado.
Esse tipo de tecnologia possui aplicações em diferentes áreas, como energia, infraestrutura, agricultura e meio ambiente. As imagens diárias, de alta resolução, tornam possível monitorar eventos e atualizar com precisão as mudanças do uso e cobertura do solo. "Os diferenciais em relação à capacidade dada pela alta resolução temporal dos produtos Planet foram pontos relevantes [para a parceria]. Estes fatores trazem ainda um significativo diferencial para aplicações também em estudos ambientais, muito além das simplesmente voltadas à geologia ou agricultura", pontua o docente do IG Edilson Bias.
Esse é o segundo acordo realizado pelo Instituto de Geociências para uso das capturas feitas pelo Planet. O primeiro foi assinado em 2018, quando a tecnologia e a qualidade das imagens ainda precisavam ser avaliadas. “As imagens acabaram sendo usadas por uma aluna que pesquisava o uso do sensoriamento remoto para mitigação de riscos no sistema financeiro, em atendimento a uma resolução do Banco Central que recomenda a tecnologia para liberação de crédito agrícola”, conta o professor. A ferramenta, segundo Bias, reduz a necessidade de inspeção in loco, desonerando o processo de financiamento.
A pesquisa recebeu o prêmio Pedro Vicente Maldonado, do Instituto Panamericano de Geografia e Historia, de melhor tese em cartografia, geodésia e informação geográfica no ano de 2022.
Além do IG, a ferramenta também tem sido utilizada por pesquisadores da Geografia e da Faculdade UnB Planaltina e, devido a sua potencialidade, outras áreas ligadas à ecologia e paisagens já se mostram interessadas.
COMO SOLICITAR – Podem ser solicitadas imagens até uma área de 2 mil km² no retângulo do Distrito Federal para uso em pesquisas, artigos científicos, monografias, dissertações e teses, sem fins comerciais, com os devidos créditos dados à SCCON/Planet. Os créditos devem ser formalizados da seguinte forma: “O(s) autor(es) agradece(m) o fornecimento dos dados Planet decorrente do ACT firmado entre a FUB e a SCCON”.
Os pedidos devem ser feitos via formulário, onde o interessado deverá registrar informações sobre a pesquisa. Após avaliação do propósito do estudo e da liberação de acesso, a seleção e o download das imagens são realizados na plataforma da empresa.
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